" Sigo em frente, pra frente eu vou
sigo enfrentando as ondas onde muita gente naufragou ..."



sábado, 8 de outubro de 2011

O "filhotismo" na política


                                                                 O ''filhotismo'' no Rio é desespero de causa
BLOG DE CHRISTINA LEMOS
 Dois caciques decadentes do Rio de Janeiro bolam uma tacada política supostamente esperta. O ex-prefeito carioca César Maia (DEM) e o ex-governador e deputado federal Antony Garotinho (PR), arquerivais até outro dia, estudam lançar seus filhos à prefeitura do Rio. Assim, o deputado federal Rodrigo Maia encabeçaria a chapa, tendo como vice Clarissa Garotinho. A união inusitada visa fazer frente às forças ligadas ao governador Sérgio Cabral, que tem poder suficiente para desequilibrar a disputa pela prefeitura. Mas é também, indiretamente, um reconhecimento de que tanto Garotinho, quanto César Maia encolheram politicamente.
O chamado 'filhotismo' na política é um fenômeno antigo, que traduz o esforço de caciques regionais de se manter no poder. Na medida em que novas lideranças fortes não surgem, os poderosos vão ocupando o espaço com seus filhos, netos, sobrinhos... Há, no entanto, exemplos bem sucedidos desta prática, como Eduardo Campos, governador re-eleito de Pernambuco, neto do legendário Miguel Arraes, e que hoje almeja a presidência da República. Aécio Neves, é outro exemplo. Neto de Tancredo Neves, construiu uma trajetória política reverenciando o avô, mas tornou-se um dos políticos mais importantes do país, e provavelmente disputará a presidência pelo PSDB.
São Paulo tem Bruno Covas, a Bahia, ACM Neto e Jutahy Magalhães Júnior, Maranhão tem Roseana Sarney, Brasília tem Jaqueline Roriz. E outros exemplos não faltam, quase sempre fiéis à linhagem familiar que representam. Mas nem todos os filhotes são herdeiros legítimos, alcançam brilho próprio ou têm sucesso ao seguir os passos de seus antepassados poderosos.
Rodrigo Maia, aos 41 anos, filho de César Maia, amargou dificuldades nada desprezíveis em sua trajetoria política, a última delas foi à frente do Democratas. Como presidente do DEM, Maia teve papel importante no racha de um dos mais importantes e tradicionais partidos do país. Praticamente, deu a largada no processo que pode culminar com a extinção da legenda, ou com sua drástica perda de influência.
O deputado e sua possível vice, jovem Clarissa, de 29 anos, podem sim movimentar o quadro sucessório na capital carioca. Mas, ao contrário de complicar os planos de Sérgio Cabral, é possível que até colaborem com eles, polarizando um jogo que dificilmente terão condição de bancar. No caso do Rio, o apelo ao recurso do 'filhotismo' aparenta ser desespero de causa.

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