Segundo a Coordenação Regional da Funai em Imperatriz, uma equipe foi deslocada para a região onde teria ocorrido o crime. A fundação afirma que só irá se pronunciar oficialmente sobre o caso na semana que vem, depois de concluir as investigações.
De acordo com o Cimi (Conselho Indigenista Missionário), o crime ocorreu entre setembro e outubro do ano passado. Em outubro, um índio da etnia guajajara (ou tenetehara) encontrou o corpo da criança carbonizado em meio a um acampamento abandonado pelos Awás, a 20 km da aldeia.
Ainda segundo o Cimi, os guajajaras suspeitam que madeireiros que atuam na região tenham atacado os índios e ateado fogo na criança.
O Cimi também afirma que os awá-guajá que ocupavam esse acampamento vivem isolados, e não foram mais vistos depois do suposto ataque.
"Eram muitos. Agora desapareceram. Nesse período, os madeireiros estavam lá. Até para nós é perigoso andar, imagine para os isolados", disse Luís Carlos Tenetehara, da aldeia Patizal.
Em 2008, uma menina de sete anos da etnia guajajara foi morta por um tiro também em Arame. Quando foi atingida, ela estava numa aldeia que ficava nas margens da rodovia MA-006.
Segundo os índios, o disparo foi efetuado por um homem que estava na garupa de uma moto, e que atirou aleatoriamente contra os índios. Um ano depois, um suspeito foi preso pela Polícia Federal.
Estima-se que existam três grupos isolados na Terra Indígena Araribóia, num total de 60 índios. Os Tenetehara conservam relação amistosa e afastada com os isolados, pois dividem o mesmo território.
DENÚNCIAS ANTIGAS
"A situação é denunciada há muito tempo. Tem se tornado frequente a presença desses grupos de madeireiros colocando em risco os indígenas isolados. Nenhuma medida concreta foi tomada para proteger esses povos", diz Rosimeire Diniz, coordenadora do Cimi no Maranhão.
Durante o ano passado, indígenas Awá-Guajá foram atacados por madeireiros enquanto retiravam mel dentro da terra indígena. Já os Tenetehara relatam a presença constante dos madeireiros, além de ameaças e ataques.
"Não andamos livremente na mata que é nossa porque eles estão lá, retirando madeira e nos ameaçando", encerra Luiz Carlos.
Folha SP
Nota do Blog:A imagem da foto é meramente ilustrativa.
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