" Sigo em frente, pra frente eu vou
sigo enfrentando as ondas onde muita gente naufragou ..."



quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Ministro das Cidades pede demissão após denúncias e deputado do PP assume o cargo


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O ministro das Cidades, Mario Negromonte, pediu demissão nesta quinta-feira (2) em reunião com a presidente Dilma Rousseff. Para seu lugar, foi escolhido o deputado federal Aguinaldo Ribeiro, líder do PP na Câmara.

A troca na pasta foi anunciada primeiro pelo senador Francisco Dornelles (RJ), presidente nacional do PP, partido que controla o Ministério das Cidades desde o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

- A presidente acabou de me telefonar dizendo que aceitou o pedido de demissão e que vai nomear, nas próximas horas, o deputado Aguinaldo Ribeiro como novo ministro das Cidades.

De acordo com Dornelles, o nome de Aguinaldo foi oferecido em acordo com as bancadas do PP na Câmara e no Senado.

- O deputado Aguinaldo é extremamente respeitado, competente, tem grande experiência administrativa e vai fazer um grande trabalho no ministério. Parabenizo a presidente Dilma pela decisão.

Negromonte entregou a carta de demissão à presidente Dilma no começo da tarde de hoje, após se reunir com a direção nacional do PP. No documento, o ex-ministro diz que sempre se manteve fiel ao governo e aponta uma “batalha na mídia” contra ele. Afirma, ainda, que as denúncias de irregularidades sobre a pasta que comanda não comprovaram nada contra ele.

Em nota, o Palácio do Planalto confirmou a saída de Negromonte e a indicação de Ribeiro. “O ministro das Cidades, deputado Mario Negromonte (PP), entregou hoje sua carta de demissão à presidente da República Dilma Rousseff. A presidente agradece os serviços por ele prestados ao país e lhe deseja boa sorte em seus novos projetos. Para substituí-lo, a presidente convidou o deputado Aguinaldo Ribeiro”, diz o texto.

Denúncias

Negromonte não conseguiu se sustentar no cargo diante da quantidade de denúncias que surgiram desde que tomou posse, há pouco mais de um ano. O agora ex-ministro foi acusado de oferecer R$ 30.000 a deputados de seu partido em troca de apoio dentro do PP.

Uma reportagem revelou, além disso, que a principal patrocinadora da campanha de Negromonte para a Câmara dos Deputados teria sido beneficiada em um contrato com a Petrobras considerado irregular pelo TCU (Tribunal de Contas da União). Outra denúncia envolve o nome do ministro em uma fraude relacionada a um contrato de uma obra da Copa de 2014.

Ele nega todas as acusações, mas não conseguiu se manter no cargo. O anúncio da demissão foi feito pelo próprio Negromonte, nesta quarta (1º). Enquanto Dilma fazia sua primeira visita oficial ao Haiti (antes, havia passado por Cuba), o ministro anunciava aos colegas do PP, seu partido, que pretendia entregar a cadeira.

De acordo com o deputado federal Vilson Covatti (PP-RS), o ministro vinha sendo vítima de fogo amigo que partia de colegas do próprio PP.

- No final do ano fizemos o acordo de fortalecimento ao líder e a ele, com 38 assinaturas. O fogo amigo continuou, daquela meia dúzia de caras que são contra o governo, contra o próprio ministro. Na verdade, são dois ou três que nunca aceitaram que participássemos do governo, fazendo um desserviço. Isso vai sangrando, vai criando um desconforto.

Ao deixar o governo, Negromonte reassume a cadeira na Câmara dos Deputados para a qual foi eleito em 2010. De acordo com Covatti, o ministro não pretende disputar as eleições municipais deste ano.

Troca-troca

Em pouco mais de um ano de governo, Dilma já trocou os chefes de 12 pastas, incluindo Negromonte. Sete deles caíram por suspeitas de corrupção: Antonio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes), Wagner Rossi (Agricultura), Pedro Novais (Turismo), Orlando Silva (Esporte), Carlos Lupi (Trabalho) e Negromonte (Cidades).

Nelson Jobim (Defesa) deixou o cargo após atritos com Dilma, e Fernando Haddad (Educação) saiu para ser candidato a prefeito de São Paulo. Aloizio Mercadante trocou a Ciência e Tecnologia pela Educação e foi substituído por Marco Antônio Raupp, que era da AEB (Agência Espacial Brasileira). Ideli Salvatti saiu da Pesca para as Relações Institucionais e Luiz Sérgio fez o caminho inverso.

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