" Sigo em frente, pra frente eu vou
sigo enfrentando as ondas onde muita gente naufragou ..."



segunda-feira, 18 de junho de 2012

Marcha defende o parto humanizado



Por Cláudio Santos

Unidos em prol da humanização do parto, mães, pais e crianças deram um colorido especial ao Marco Zero do Recife, na tarde de ontem, em meio a uma mobilização nacional inédita. A "Marcha do Parto em Casa" ganhou a capital pernambucana e outras 11 cidades brasileiras para difundir o ideal do parto em domicílio, ainda pouco conhecido no país. O movimento foi motivado após o obstetra Jorge Kuhn defender esse tipo de parto em uma entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo. Os órgãos de medicina competentes agora pedem a punição do médico.

Mas, para além do impasse nacional, as mães que tiveram a experiência do parto domiciliar em Pernambuco compareceram ao ato e defenderam a prática. A rotina hospitalar foi apontada pelas mães como o maior motivo de aversão ao parto nas unidades de saúde. Aos nove meses de gestação, a socióloga Camila Pimentel, de 31 anos, aguarda o nascimento de Benjamim, que deve acontecer em sua casa.

Camila já é mãe de Alice, que hoje tem 2 anos e 8 meses. Desde a gestação da garota, ela havia decidido pelo parto em casa. "Na primeira gravidez, entrei em trabalho de parto em casa, mas tive que ir ao hospital. Dessa vez, continuo com o plano de parto domiciliar. É uma forma de você ter suas vontades respeitadas, a possibilidade de ser a protagonista do seu próprio parto", frisou.

A professora Shirley Farias, de 25 anos, já passou pela experiência do parto em casa quando estava grávida de Nara, hoje com um ano de idade. Na época, ela procurou conhecer os procedimentos do parto e não hesitou na escolha. Mas, para conseguir realizar o parto em casa, teve que esconder a decisão da família e do obstetra. "Os médicos não aceitam esse parto. Alguns familiares também seriam contra, por isso escondi. Mas deu tudo certo, o parto foi lindo, é um ritual de passagem, tudo acontece com respeito, o que é anulado no hospital", comentou.

À frente da mobilização, a coordenadora da marcha, Patrícia Sampaio Carvalho, passou por um momento traumático na primeira gravidez. "Meu primeiro parto deixou lembranças negativas. A rotina hospitalar é dura, queremos um parto normal e humanizado. As pessoas são induzidas a fazer a cesárea, pensam que vão sentir menos dor. Os médicos afirmam que o parto normal tem mais risco", relatou.

O mesmo caso de maus-tratos hospitalar aconteceu com a fotógrafa Luciana Cavalcanti, de 37 anos, grávida de nove meses. "No hospital, ninguém me deixava em paz, não deixavam que eu levantasse, negavam comida. Eu estava com fome, pressão alta, só quando fiquei fraca eles me deram um caldo. O que eu quero agora é paz de espírito e alimentação", brincou. 

Foto: Arthut Mota
Do Blog Gabriel Diniz

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