Por Claudio Santos
Está previsto para as
14h desta quarta-feira, no município de Escada, zona da mata norte de
Pernambuco, o corpo da jovem Bruna Gobbi, de 18 anos, morta após um
ataque de tubarão em Boa Viagem. A expecattiva é que o cadáver deixe o
Instituto de Medicina Legal (IML), no Recife, por volta das 11h.
Depois de ser
necropsiado, o corpo permanceu no IML para aguardar a chegada do pai da
vítima de São Paulo, onde mora a família de Bruna. Valdir Gobbi, em
entrevista à imprensa paulista, desabafou “Tiraram muito mais do que um
pedaço de mim. A dor é sem limites”.
A família pretende
processar o estado. O tio da vítima, o comerciante Davi Leonardo Alves,
disse ontem que ainda não consultou um advogado, mas que o governo é
responsável pela morte da sobrinha, já que “vários casos semelhantes
foram registrados nos últimos anos e nada foi resolvido”. O secretário
Wilson Damázio explicou que esse assunto ficará a cargo da Procuradoria
do Estado, mas que não vê razão para a abertura de um processo. “Todas
as medidas preventivas para evitar um acidente foram tomadas”, disse.
Sonho interrompido -
O desejo de ir à praia era mantido vivo por Bruna Gobbi, 18, há dez
anos. Horas antes de ser atacada pelo tubarão, ela havia elogiado o sol
forte que entrava pela janela da casa onde estava hospedada, no bairro
de Ouro Preto, em Olinda. Chegou a dizer: “Hoje eu vou”. A última visita
da turista ao estado foi em 2003. Bruna, porém, adoeceu e não viu o
mar. A tão desejada viagem foi presente de aniversário - ela havia
alcançado a maioridade há um mês. Ontem, o pai dela, Valdir Gobbi, 45, e
a mãe, Josete do Nascimento, 43, estavam inconsoláveis. O enterro
acontece hoje à tarde, no Cemitério de Escada, a 60 quilômetros do
Recife, uma hora antes do horário que estava previsto para o retorno a
São Paulo, após uma semana de férias com a mãe, a tia-avó e a prima
Daniele Silva, 26, que também foi socorrida pelos bombeiros.
Na última
segunda-feira, Bruna acordou às 6h e foi incentivada pelo bom tempo a ir
à praia. “Ela parecia uma criança quando ganha presentes”, descreveu a
prima e enfermeira Daniele Silva, que presenciou o ataque do tubarão. O
passeio à praia havia sido programado no dia anterior. Pelo Facebook,
ela detalhou a programação para o namorado, narrou os momentos de emoção
ao reencontrar os parentes e expressou o desejo de voltar ao estado
ainda este ano. “Seria em dezembro ou em janeiro, apenas para passar as
férias”, informou a prima.
Bruna seguiu de
ônibus para a praia com Daniele da Silva e três primos: Antônio Carlos
da Silva, 17, Felipe Leonardo Alves, 14, e José Adalto da Silva, 18. Ela
foi atacada cerca de 40 minutos depois de entrar no mar. Estava com a
água na cintura, mas foi puxada 30 metros para dentro pela correnteza. A
prima dela escapou, mas foi retirada da água pelos bombeiros desmaiada.(Do Diário de Pernambuco).
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