Rivânia Queiroz
Três anos a espera de uma cirurgia. Três procedimentos realizados sem
sucesso. Desencontros entre médicos e gestão hospitalar do Barão de
Lucena. Ação judicial. Esse é o drama da paciente Orlani Gomes da Silva,
46 anos, que vem buscando, desde 2007, uma solução para o problema de
saúde que lhe acometeu.
Orlani Gomes descobriu que tinha um nódulo no períneo em 2005. Dois
anos depois, foi encaminhada à primeira cirurgia para a retirada do
nódulo. O procedimento foi realizado pelo ginecologista Fernando Araújo.
Um mês depois, as dores voltaram e a paciente retornou ao hospital. O
mesmo médico a encaminhou para o colega coloproctologista Rogério
Correia. Juntos, decidiram fazer uma nova cirurgia, esta em 2009, a qual
também não resolveu o problema da paciente.
De acordo com Orlani, o médico Rogério recomendou uma especialista em
dor crônica. Seis meses depois, a paciente foi reavaliada. “Foi quando
procurei a ginecologista Dra. Graça Vidal, que pediu que fosse vista
novamente por Dr. Rogério. Ele detectou outro nódulo e solicitou a
terceira cirurgia”, contou.
Em 2010, a terceira cirurgia foi remarcada três vezes: em 11/10/2010;
em 15/11/2010 e em 20/12/2010. “Fui internada no dia 20, para me operar
no dia seguinte. Mas fui avisada de que o procedimento havia sido
cancelado. Dr. Rogério sugeriu que eu procurasse a direção do hospital,
já que eu tinha fortes dores e não poderia voltar para casa, foi quando
conversei pela primeira vez com a Dra Vera Sena, chefe da ginecologia do
Barão de Lucena. Dra. Vera disse que faria a cirurgia, desde que sem a
presença de Dr. Rogério, que havia lesado uma paciente de caso
semelhante ao meu”.
No dia 14 de junho de 2011 Orlani Gomes é submetida à terceira
cirurgia, esta feita pela médica Vera Sena e sua equipe - uma
histerectomia total para a retirada dos ovários e do útero. A paciente
continua com fortes dores, tomando medicamentos e esperando que o caso
seja resolvido. Para tanto, precisou recorrer ao Cremepe, a Ouvidoria do
Hospital Barão de Lucena; ao Ministério Público e a Defensoria Pública.
“Enquanto os médicos e o hospital empurram o problema eu espero a
decisão sofrendo, angustiada, nessa situação. Tenho que brigar para
fazer um novo procedimento cirúrgico que resolva definitivamente o meu
caso. Sou vítima do hospital e de médicos que me operaram e não sei até
quando vou continuar aguentando esperar”, desabafou.
Processo
O médico Rogério Correia também entrou com uma queixa no Cremepe.
Essa, para contestar o bloqueio a paciente Orlani Gomes da Silva e
contra o que considerou ser antiético. “Dra Vera revelou que eu teria
lesado outra paciente que não tinha nada a ver com essa história. Isso é
antiético”, contestou. Ele ainda alegou que não concorda com o
relatório da Junta Médica formada para estudar o caso, que continua se
arrastando.
Nenhum comentário:
Postar um comentário