" Sigo em frente, pra frente eu vou
sigo enfrentando as ondas onde muita gente naufragou ..."



sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Três cirurgias sem sucesso, briga entre médicos e ação judicial


Rivânia Queiroz
Três anos a espera de uma cirurgia. Três procedimentos realizados sem sucesso. Desencontros entre médicos e gestão hospitalar do Barão de Lucena. Ação judicial. Esse é o drama da paciente Orlani Gomes da Silva, 46 anos, que vem buscando, desde 2007, uma solução para o problema de saúde que lhe acometeu.
Orlani Gomes descobriu que tinha um nódulo no períneo em 2005. Dois anos depois, foi encaminhada à primeira cirurgia para a retirada do nódulo. O procedimento foi realizado pelo ginecologista Fernando Araújo. Um mês depois, as dores voltaram e a paciente retornou ao hospital. O mesmo médico a encaminhou para o colega coloproctologista Rogério Correia. Juntos, decidiram fazer uma nova cirurgia, esta em 2009, a qual também não resolveu o problema da paciente.
De acordo com Orlani, o médico Rogério recomendou uma especialista em dor crônica. Seis meses depois, a paciente foi reavaliada. “Foi quando procurei a ginecologista Dra. Graça Vidal, que pediu que fosse vista novamente por Dr. Rogério. Ele detectou outro nódulo e solicitou a terceira cirurgia”, contou.
Em 2010, a terceira cirurgia foi remarcada três vezes: em 11/10/2010; em 15/11/2010 e em 20/12/2010. “Fui internada no dia 20, para me operar no dia seguinte. Mas fui avisada de que o procedimento havia sido cancelado. Dr. Rogério sugeriu que eu procurasse a direção do hospital, já que eu tinha fortes dores e não poderia voltar para casa, foi quando conversei pela primeira vez com a Dra Vera Sena, chefe da ginecologia do Barão de Lucena. Dra. Vera disse que faria a cirurgia, desde que sem a presença de Dr. Rogério, que havia lesado uma paciente de caso semelhante ao meu”.
No dia 14 de junho de 2011 Orlani Gomes é submetida à terceira cirurgia, esta feita pela médica Vera Sena e sua equipe - uma histerectomia total para a retirada dos ovários e do útero. A paciente continua com fortes dores, tomando medicamentos e esperando que o caso seja resolvido. Para tanto, precisou recorrer ao Cremepe, a Ouvidoria do Hospital Barão de Lucena; ao Ministério Público e a Defensoria Pública.
“Enquanto os médicos e o hospital empurram o problema eu espero a decisão sofrendo, angustiada, nessa situação. Tenho que brigar para fazer um novo procedimento cirúrgico que resolva definitivamente o meu caso. Sou vítima do hospital e de médicos que me operaram e não sei até quando vou continuar aguentando esperar”, desabafou.
Processo
O médico Rogério Correia também entrou com uma queixa no Cremepe. Essa, para contestar o bloqueio a paciente Orlani Gomes da Silva e contra o que considerou ser antiético. “Dra Vera revelou que eu teria lesado outra paciente que não tinha nada a ver com essa história. Isso é antiético”, contestou. Ele ainda alegou que não concorda com o relatório da Junta Médica formada para estudar o caso, que continua se arrastando.

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