Por Cláudio Santos Eleito deputado federal em 2010 com 146.859 votos, Romário quer dar voos mais altos na política nas eleições no ano que vem. E o ex-craque da bola e tetracampeão do mundo com a seleção brasileira já tem um alvo: o Senado. Apesar de ainda não ter decidido em qual partido se filiará (ele deixou o PSB recentemente) ou se vai disputar a reeleição na Câmara dos Deputados, Romário, em entrevista exclusiva ao Globo, revela a vontade de ser senador. O baixinho justifica: “No Senado, as minhas bandeiras, as minhas lutas, as minhas falas terão um pouco mais de repercussão do que têm hoje como deputado”. Sempre polêmico, Romário revelou o motivo de ter deixado o PSB: “Eu saí do PSB porque não tinha diálogo com o presidente nacional [Eduardo Campos]. Tentei falar com ele durante um ano e meio pelo telefone e ele nunca me atendeu”. O parlamentar também não poupou o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB). “Não me lembro, na história do Rio, de o estado ter recebido tantos recursos do Governo Federal nos últimos anos e feito tão pouco. A saúde e a educação estão ruins. A segurança deu uma melhorada, mas já está voltando a ser aquela baderna que está acostumada a ser”, afirmou. Sobre a onda de manifestações nas ruas, Romário disse que os jovens querem uma “política nova” e “não corrupta”. “Os jovens que foram para as ruas mostraram que querem uma política nova, diferente, e, principalmente, não corrupta e séria. Coisa que, infelizmente, não está acontecendo no nosso estado.” Abaixo, a entrevista na íntegra: Você está decidido a ir mesmo para o PR, do deputado federal Anthony Garotinho? Conversei com o PR, com o partido do Paulinho da Força (PDT), com o PP do Ciro Nogueira e do Esperidião Amin. Mas com nenhuma dessas pessoas que eu conversei e decidi para onde ir. Tenho mais uns 40 dias para pensar. Estou vendo o que será melhor para o meu mandato. Aquele partido que se identificar comigo, com as minhas bandeiras e com as minhas lutas contra os gastos da Copa do Mundo, com as minhas bandeiras a favor das pessoas com deficiência... Tenho feito um mandato bastante combativo. Não adianta ir para um partido que não vá deixar eu fazer o que eu tenho feito. A partir do momento que os partidos acharem que eu tenho de fazer o que venho fazendo, será essa a legenda que eu vou escolher. Hoje sou deputado federal. Minha cabeça está em ser deputado federal (novamente). Mas esse partido terá de me deixar a possibilidade de disputar (a eleição) para senador. Então, você quer ir para um novo partido com a possibilidade de disputar o Senado? Isso. Por que o Senado? Vejo o Senado por ter um número menor [de parlamentares] em relação à Câmara. São 81 senadores e 513 deputados. No Senado, as minhas bandeiras, as minhas lutas, as minhas falas terão um pouco mais de repercussão do que têm hoje como deputado. Mas para o Senado, nas eleições de 2014, será apenas uma vaga para o Rio de Janeiro. Não seria uma disputa mais difícil? Acho que é uma possibilidade [disputar o Senado]. Mas vou repetir para você: meu sentimento é ficar mais uns anos como deputado federal. No acordo com o novo partido, a disputa para a Prefeitura do Rio em 2016 está no pacote? Eu gostaria muito. Mas, por exemplo: e se eu decidir disputar o Senado e ganhar? Não pretendo ficar apenas dois anos no Senado e ir para a prefeitura, entendeu? Claro que, se eu disputar [a eleição] para deputado, ficaria dois anos e disputaria a prefeitura. Se não ganhasse, voltaria a ser deputado. Estou falando isso hoje. Na política, você sabe como são as coisas. A cabeça de todo mundo muda no decorrer das coisas. Vai depender do momento político. Se eu disputar para deputado [em 2014], há chances de concorrer para prefeito [em 2016]. Se eu disputar o Senado e ganhar, será muito difícil concorrer a prefeito. O PSB não te deu essa carta branca? Eu saí do PSB porque não tinha diálogo com o presidente nacional [o governador Eduardo Campos]. Tentei falar com ele durante um ano e meio pelo telefone e nunca me atendeu. No ano passado, nas eleições [municipais], disse que seria um bom momento de o PSB lançar um candidato a prefeito, que seria eu. Não houve até hoje uma resposta. Como você avalia essa briga política entre PT e PMDB no Rio, com o senador Lindbergh Farias e o vice-governador Luiz Fernando Pezão, para a disputa ao governo estadual? O governo Sergio Cabral passa por uma crise... Essa crise que o governo está passando foi o próprio governo que se meteu. Não me lembro na história do Rio de o estado ter recebido tantos recursos do Governo Federal nos últimos anos e feito tão pouco. A saúde e a educação estão ruins. A segurança deu uma melhorada, mas já está voltando a ser aquela baderna que está acostumada a ser. A acessibilidade para as pessoas com deficiência é zero. Ou seja: um governo que teve tudo na mão desde a época do [ex-presidente] Lula e agora da presidente Dilma. Não conseguiu se estabelecer. Está na hora de mudar. Hoje, principalmente depois dessas manifestações, o Brasil mudou. Os jovens que foram para as ruas mostraram que querem uma política nova, diferente, e, principalmente, não corrupta e séria. Coisa que, infelizmente, não está acontecendo em nosso estado. Fonte: O Globo |
" Sigo em frente, pra frente eu vou
sigo enfrentando as ondas onde muita gente naufragou ..."
sigo enfrentando as ondas onde muita gente naufragou ..."
quinta-feira, 15 de agosto de 2013
Romário fala em concorrer ao Senado e critica Eduardo
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