Por Cláudio Santos
O volume de campanha do candidato do PSB à prefeitura do Recife, Geraldo Júlio, especialmente na TV, tem ajudado por tabela aos candidatos do partido no interior. A força do número “40” alavancou muitos candidatos que se encontravam em desvantagem nas pesquisas a exemplo de Júnior Matuto (Paulista), Severino Ninho (Igarassu), Vado da Farmácia (Cabo de Santo Agostinho) e Demóstenes Meira (Camaragibe) e consolidou Ettore Labanca à reeleição em São Lourenço.
Para azar de Humberto Costa, o julgamento do mensalão coincidiu com a campanha municipal, puxando para baixo os candidatos do PT nos grandes colégios eleitorais. É que desde o dia 2 de agosto último, data do início do julgamento, raro foi o dia em que esse processo não mereceu chamada no Jornal Nacional, o mais importante noticiário da televisão brasileira. Isso arranhou bastante a imagem do partido conforme admite o ex-vereador Dilson Peixoto, coordenador da campanha do senador.
Prova disso é que, hoje, diferentemente do que ocorreu nas cinco campanhas de Lula para presidente da República, não se vê mais jovens idealistas portando no peito a estrela do PT. É um movimento oposto ao do PSB, que contaminou fortemente o Recife e cidades da área metropolitana. O PSDB também tem tirado proveito da repercussão negativa da condenação de petistas envolvidos no mensalão haja vista o rápido crescimento da candidatura do deputado Daniel Coelho.
Marco zero – Caso a direção do PT confirme a escolha do Marco Zero para a realização do comício de Lula, o local não será estranho ao ex-presidente. Foi lá que ele apresentou Dilma aos recifenses e foi homenageado por Eduardo Campos quando estava se despedindo do Planalto.
O racha – Garante Jadiel Braga (PTB), prefeito de São Caetano, que o candidato à sua sucessão, Dr. Neves (PTB), vai vencer fácil a eleição porque a oposição se dividiu em 4 partes: Jeovásio Almeida (PP), Josafá Almeida (PSL), Esmeralda Santos (PSD) e Ildefonso Rodrigues (PV).
Catende 1- O deputado e ex-prefeito de Catende, Rildo Braz (PRP), pediu ao Ministério Público Federal a apuração de um fato grave na gestão do prefeito Otacílio Cordeiro (PSB). Ele mostrou provas de que o médico Ronaldo Alexandrino de Melo, morto num acidente de carro em 2009, permanece “lotado” no PSF de Canaã 1 e recebendo salário da prefeitura e também da União.
Catende 2- Rildo Braz engraxou sapatos e vendeu bombons nas ruas de Catende quando tinha 12 anos de idade e hoje é um próspero comerciante na Mata Sul. Ele apoia a mulher, Graça (PTB), à sucessão municipal, em oposição ao atual prefeito. Ela tem o apoio do ex-prefeito Odorico Freire, que está fora da política mas mantém em casa uma galeria com fotos de Miguel Arraes.
O laranja? – Como entrou na campanha do Recife para bater em Eduardo Campos e no seu candidato Geraldo Júlio (PSB), Esteves Jacinto (PRTB) pode até nem ser, mas é citado nos cochichos como suposto “laranja” de Humberto Costa e do deputado Eduardo da Fonte (PP).
A distância – Cresce a pressão dos partidos da Frente Popular para que nesses dois últimos anos do seu governo Eduardo Campos reserve pelo menos um dia na semana para receber deputados e prefeitos. Dos deputados eleitos em 2010, cerca de 10 nunca tiveram direito a uma audiência.
A reação – A Frente Popular realizou domingo, em Surubim, uma das maiores carreatas da história da cidade em prol da candidatura de Ana Célia Farias (PSB). Estavam nela, que reuniu mais de mil veículos, o deputado Danilo Cabral e o ex-deputado Adalberto Farias. Ana Célia tem como adversário o atual vice, Túlio Vieira (PT), apoiado pelo prefeito Flávio Nóbrega (PT).
Traição 1- Ettore Labanca (São Lourenço) não crê que Humberto Costa (PT) terá a ousadia de chamar Eduardo Campos de “traidor” por não estar apoiando sua candidatura à prefeitura do Recife. Lembra que o governador sempre esteve ao lado de Lula nos momentos bons e ruins que o ex-presidente passou.
Traição 2 – Labanca afirma também que Humberto nunca teve sorte em eleição majoritária e só se elegeu senador em 2010 porque Eduardo Campos o apoiou. Diz ainda que o PT se equivoca ao querer que o PSB se subordine a ele, repetindo o mesmo bordão do governador: “aliado, sim; subordinado, não!”
Inaldo Sampaio
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