A cantora Luiza Possi é fã do bloco anárquico Quanta Ladeira, que
completou 15 anos. Mais uma vez, ela marcou presença na brincadeira, no
palco do festival Rec-Beat. Pitty, que só estava conferindo a
apresentação, também acabou sendo convocada. Antes, a baiana participou
da homenagem ao cantor Alceu Valença, no Marco Zero, e fez um show no
Rec-Beat, com o projeto Agridoce - tudo como convidada. Mas, no show de
Criolo, também no festival, ela ficou de fã na plateia. As duas podem
vir quantas vezes quiserem, o público agradece! O gigante Homem da
Meia-Noite foi outro que esteve em todo canto. No Sábado de Zé Pereira,
desfilou no Galo da Madrugada, pela manhã, e, de noite, em Olinda. Além
de quebrar o protocolo e aparecer ao público na segunda-feira de
carnaval, em desfile pelo sítio histórico de Olinda, depois de 40 anos.
Não faz uma semana que o carnaval terminou e já tem pernambucano de
olho no calendário para a folia de 2013. É que seis dias parecem pouco
para aproveitar a diversão em Olinda e Recife, cidades que, juntas,
receberam cerca de 2,8 milhões de visitantes. Homenagens marcantes,
agremiações aniversariantes, shows que “bombaram”, parcerias que deram
certo no palco, figuras engraçadas. Tudo ainda está fresquinho na
lembrança dos foliões.
A
quantidade de gente que acorda cedo no Sábado de Zé Pereira para
brincar no tradicional Galo da Madrugada sempre impressiona. Só uma
imagem aérea pode dar a ideia da multidão que acompanhou o 35° desfile
do bloco. A diretoria estimou um público de dois milhões de foliões. Da
Ponte Duarte Coelho, o Galo gigante e imponente observa a apoteose da
agremiação, entre a Rua do Sol e a Avenida Guararapes.(Foto: Heudes
Regis / JC Imagem / Agência Estado)
Entra ano e sai ano, e o hit do carnaval pernambucano é sempre o mesmo:
o frevo instrumental “Vassourinhas”, composto em 1909. Basta um acorde e
todo mundo improvisa passos. Outro sucesso há décadas é “Madeira do
Rosarinho”, hino do clube homônimo. Um frevo mais lírico, saudosista.
Mas o ritmo centenário sabe aproveitar fenômenos, e a música
interpretada por Michel Teló, “Ai, se eu te pego”, também ganhou uma
versão com as cores e os tons dos clarins pernambucanos.
Pitty canta ao lado de Chico César no Quanta
Ladeira
Muita gente aproveitou o carnaval para fazer uma homenagem ao
centenário de Luiz Gonzaga. Boneco gigante do Rei do Baião, quadrilha
junina e até trio pé-de-serra dividiram espaço com as orquestras de
frevo. O Galo da Madrugada lembrou o Mestre Lua em um carro alegórico no
dia do desfile. Camisa verde e branca e cartola preta também foram
bastante usadas pelos foliões para parabenizar os 80 anos do Homem da
Meia-Noite, o calunga mais querido de Olinda.
Depois de seis anos, finalmente a cantora africana Angelique Kidjo participou do carnaval recifense.
O percussionista Naná Vasconcelos foi o responsável por trazer a
artista, considerada um dos maiores nomes da world music atualmente. O
problema era incompatibilidade na agenda, já que ela faz mais de 200
shows por ano e é embaixadora da Unicef. A apresentação foi na abertura
do carnaval, no Marco Zero, cheia de vitalidade e animação, mostrando a
perfeita mistura de ritmos da África e do Brasil.
Confirmando a vocação de apresentar novidades da música em pleno
carnaval, o Rec-Beat acertou em cheio ao encerrar a programação com o
show do MC paulista Criolo. A apresentação começou por volta da 1h30, e o
Cais da Alfândega, no Bairro do Recife, estava lotado. Muita gente ali
já era fã do artista e cantarolou todas as músicas do álbum “Nó na
Orelha”, que fizeram parte do repertório.
O que não falta no carnaval é figura. Gente que usa toda a criatividade na hora de se fantasiar. Assim, o G1
clicou a foliã Selma Valongueiro vestida de bacalhau para brincar na
troça Bacalhau do Batata. Ismael Lima pegou galhos e frutos na casa do
vizinho para se fantasiar de "mangueira ecológica". O Homem Aranha do
bloco Enquanto Isso na Sala da Justiça chamou atenção escalando a caixa
d’água de Olinda. Agora, “figuraça” mesmo é o cantor Alceu Valença que,
nos dias de folia, se transformou no toureiro Pablo Valencia para lutar
pela preservação da cultura pernambucana.
O ator Danilo Sacramento deu uma pausa nas gravações da novela Fina
Estampa, onde interpreta o jornalista Beto Jr., para conhecer o Galo da
Madrugada. Do camarote da Globo Nordeste, ele esbanjou simpatia e
arrancou muitos elogios das foliãs. Ele foi ao carnaval recifense
acompanhado pela namorada Fernanda Wagner. Outrso colegas de novela
também foram ao camarote, como os atores Marcelo Brou e Suzana Pires.
Atriz Mayana Neiva (Foto: Vitor Tavares / G1 PE)
Desde a juventude, a atriz Mayana Neiva brinca o carnaval em Olinda e no Recife.
Nascida na Paraíba, que faz divisa com o estado, já participou até de
uma nação de maracatu por aqui. Ela apareceu no camarote da Globo
Nordeste no Galo da Madrugada, distribuindo sorrisos e simpatia. A atriz
também fez uma homenahem aos pernambucanos usado na cabeça um ornamento
produzido pela artista Xuruca Pacheco, figurinista do espetáculo
"Paixão de Cristo", encenado no Agreste do Estado.
Na
abertura do carnaval do Recife, no Marco Zero, artistas de todo o país
cantaram versões de sucessos do cantor Alceu Valença. A homenagem foi
produzida pelo baterista Pupilo, da banda pernambucana Nação Zumbi.
Criolo, Pitty, Otto, Ney Matogrosso, Karina Buhr, Marcelo D2 e Lenine
cantaram duas músicas cada um.
Ney Matogrosso na abertura do Carnaval do Recife (Foto: Reprodução / TV Globo)
A diva do tecnobrega paraense Gaby Amarantos também mandou muito bem no
carnaval pernambucano. A cantora fez o dever de casa e cantou frevo na
Casa do Carnaval da Globo, em Olinda.
Além participar do Baile Afrodite, em prévia no Clube Atlântico de
Olinda,a Beyoncé do Pará também fez show no Pátio de São Pedro, no
Recife.
São Pedro sempre aparece no carnaval, mandando aquela água do céu para
acalmar a fervura dos foliões na terra. Mas pega mal fazer chover todos
os dias, atrasando, inclusive o cortejo de maracatus, afoxés e
caboclinhos na abertura da folia no Recife. Folião mal educado e falta
de lixeira no Cais da Alfândega também fizeram feio e deixaram o Rio
Capibaribe mais sujo. Também deu vergonha a pouca divulgação da
participação do bloco carioca Cordão do Boitatá no Bairro do Recife, que
quase passou batido no desfile pelo local até a Praça do Arsenal. Mas,
pelo menos, teve show. Diferente do polo instalado no Alto da Sé, em
Olinda, que, por falta de uma boa instalação elétrica, teve que cancelar
algumas apresentações. Agora, a gota d’água, pior que um “toró”, é
taxista se recusando a fazer corridas com percursos curtos. Muita gente
não ficou só na frustração e reclamação, mas prestou queixa contra esses
profissionais.
Um dos episódios que marcou o Big Brother Brasil 12 foi lembrado por um
folião, que preferiu manter a identidade preservada, no desfile das
Virgens do Bairro Novo, em Olinda. Ele levou uma cama para brincar com a
noite que os brothers Daniel e Monique se envolveram debaixo do
edredom. O WWW (Whitney Houston, Wando, Amy Winehouse), a gastança no
exterior, o naufrágio do navio na Itália, enfim, tudo serve para virar
piada nas paródias do bloco Quanta Ladeira, que faz pirraça de tudo e
leva uma multidão ao Cais da Alfândega, no Recife, no domingo de
carnaval. Muitas “viúvas” e “herdeiros” de Wando, que morreu dois dias
antes de começar a folia, também lembraram o cantor durante o período.
A prévia carnavalesca do bloco I Love Cafusú já deu uma dica da
popularidade que a agremiação conquistou: milhares de pessoas lotaram o
Clube Internacional, no Recife, para exibir suas fantasias de machões e
periguetes ao som de Reginaldo Rossi. No domingo de carnaval, não foi
diferente e uma multidão seguiu o bloco pelas ladeiras de Olinda.
Muito
antes de virar jingle do carnaval do Recife, um verso da música “Último
Regresso”, famosa na voz de Getúlio Cavalcanti, grudou na cabeça do
folião pernambucano. Em tudo que era rede social tinha gente - nativo do
estado ou não - atualizando o status com a frase “o carnaval melhor do
meu Brasil”. Para quem não lembra mais, o refrão da canção é assim: “É
lindo ver ver o dia amanhecer / ouvir ao longe pastorinhas mil / dizendo
bem, que o Recife tem / o carnaval melhor do meu Brasil".
Do G1
