" Sigo em frente, pra frente eu vou
sigo enfrentando as ondas onde muita gente naufragou ..."



quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Polícia investiga suspeita de envolvimento entre máfia dos caça-níqueis e políticos


Preso PF

Por Cláudio Santos

A Polícia Federal suspeita de que a máfia dos caça-níqueis, contra a qual foi deflagrada uma operação na manhã desta quarta-feira (29), tenha relação com políticos. O procurador da República em Goiás Daniel de Resende Salgado confirmou essa suspeita e afirmou que o grupo impedia que o crime fosse cometido por outras pessoas na região.

- Em alguns momentos, os agentes públicos faziam pseudo-operações para dar a sensação à sociedade de que estava havendo monitoramento do crime. Em 2006 houve uma tentativa de investigação na região, que foi impedida pela leniência de servidores. Há uma possibilidade de contatos políticos também, mas não podemos dizer que área e, se isso é crime ou não, os órgãos competentes é que devem dizer.

Entre os 35 mandados de prisão cumpridos nesta quarta-feira em Goiânia e Anápolis (Goiás) pela Polícia Federal durante a Operação Monte Carlo, há servidores públicos, dois delegados da PF, seis da Polícia Civil do Estado, 3 tenentes, um capitão, dois sargentos, quatro cabos, um major e 18 agentes da Polícia Militar, um policial rodoviário federal, um auxiliar administrativo da PF de Brasília e um servidor da prefeitura de Valparaíso (GO) cedido para a Justiça do Estado. Até as 11h desta quarta, 20 pessoas estavam presas.

Segundo o delegado federal que coordenou a operação, Matheus Rodrigues, a exploração de jogos de azar com máquinas caça-níqueis funcionava há 17 anos na região.


- Em todo esse tempo, ele nunca tiveram uma ação policial mais incisiva, para isso precisava que servidores da Justiça e policiais os ajudassem a manter esse jogo. Eles eram pagos para que a ação fosse feita sem nenhuma intervenção. Logo, o objeto da operação deixou de ser os jogos e passou a ser a corrupção de servidores públicos.

De acordo com a PF, a investigação teve início há 15 meses, quando foi identificada uma "franquia" do crime. O empresário do setor de jogos Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlos Cachoeira, foi preso e é apontado como chefe da quadrilha. Na organização do grupo, era ele quem concedia uma licença de exploração dos pontos a donos de galpões clandestinos em cidades de Goiás.

Os policiais civis e militares envolvidos fechavam locais que não tinham o aval do chefe. Os servidores públicos recebiam propina mensal ou semanal para ajudar a quadrilha. Eles eram responsáveis por informar a organização criminosa sobre qualquer ação que seria feita contra o grupo.


Ao todo, foram cumpridos oito mandados de prisão preventiva, 27 de prisão temporária, 10 ordens de condução coercitiva em cinco estados. Além do DF e de Goiás, parte dos mandados foi cumprida no Rio de Janeiro, em Tocantins, onde havia um laranja de uma das empresas criadas pelos chefes da organização e no Espírito Santo.


Por causa da ampla infiltração da quadrilha, Carlos Cachoeira será encaminhado para um presídio federal. Os acusados poderão responder pelos crimes de corrupção ativa e passiva, violação de sigilo, facilitação ao contrabando, contrabando, peculato, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Os servidores envolvidos no caso já foram afastados de suas funções.


De acordo com o procurador Daniel Salgado, o faturamento líquido de uma das casas fechadas foi de mais de R$ 3 milhões líquido no período de seis meses. Na operação, foram fechadas quatro casas de jogos de azar em Valparaíso e duas em Goiânia e apreendidas quase 200 máquinas.

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