O ator fala sobre a luta contra o câncer, comenta a morte recente do pai, revela que passou por um tratamento espiritual e agradece o apoio dos fãs.
publicidade
O Fantástico traz o depoimento emocionante de um guerreiro: Reynaldo Gianecchini dá uma entrevista exclusiva a Patricia Poeta. O ator fala sobre a luta contra o linfoma, um tipo de câncer que ataca as defesas do organismo. Comenta a morte recente do pai, vítima de um câncer. Revela que passou por um tratamento espiritual. E agradece o apoio dos fãs, que há mais de 10 anos, acompanham a carreira desse galã que conquistou o Brasil.
Patrícia Poeta: Eu lembro que dias atrás, antes de eu vir gravar essa entrevista com você, eu mandei uma mensagem para você no telefone, perguntando como é que você estava e você respondeu dizendo que estava em um momento de muita luz e muito entendimento. O que você quis dizer com isso?
Reynaldo Gianecchini: Tem sido um processo de muito entendimento. Desde que eu recebi a notícia da minha doença e todos os acontecimentos depois. O fato de eu ter um pai também com essa doença, que já estava antes de eu saber da minha. Então, quando você se depara com a questão da morte tão próxima, você começa a analisar o que você tem de concreto, que é o presente. Viver intensamente aquele presente.
Reynaldo Gianecchini: Meu pai acabou falecendo e as pessoas ficavam muito assim: ‘nossa, que tragédia, quanta coisa ao mesmo tempo’. E eu tenho que te dizer que foi um momento lindo de descoberta assim da minha vida também. Eu tive uma despedida maravilhosa do meu pai. Teve um momento que ele ficou inconsciente, porque ele teve que tomar morfina. E aí todo mundo foi descansar e eu falei: ‘quero ficar com meu pai’. Senti muita vontade de falar com ele, que eu acredito que ele estava me ouvindo. Quando eu comecei a falar, nesse momento, as funções dele começaram a cair e ele foi. E eu vendo tudo aquilo, no monitorzinho dele as funções dele caindo, sabendo que era aquele momento que ele ia embora, eu comecei a cantar, comecei a beijar ele. Reafirmei todo meu amor, eu disse que eu ia cuidar da família. Pedi perdão, falei que eu o perdoava também pelas coisas que podiam ter sido e não foram.
Patricia Poeta: Foi uma despedida forte foi muito forte.
Reynaldo Gianecchini: Foi muito forte.
Patrícia Poeta: Já que é a primeira vez que você está falando sobre tudo, sobre esses últimos meses, vamos começar lá do começo. Você descobriu que estava com câncer em julho desse ano. Que sintomas que você teve que levaram você a procurar um médico e a fazer os exames?
Reynaldo Gianecchini: Os sintomas são todos poderiam ser de doenças banais. Eu comecei com alergia. Aí a garganta começou a ficar com alguns gangliozinhos, e eu sempre tive muito problema de garganta. Então, você acha que é uma bactéria. Eu fiz todos os exames de bactérias e vírus que podiam ser e nada batia, deu tudo negativo. Aí começou a suspeitar e falou ‘vamos fazer uma análise do gânglio’. Então, eu comecei o tratamento quase dois meses depois dessa suspeita. Eu tenho um câncer raro, é um linfoma muito raro. Então, foi mais difícil de diagnosticar.
Patricia Poeta: E como você reagiu quando recebeu essa confirmação de que, sim, você tinha câncer?
Reynaldo Gianecchini: É engraçado, é muito maluco. Você acha que não tem aquela doença. Falei para minha mãe: ‘mãe, não tenho isso não, não é possível’. Aí depois, quando é diagnosticado mesmo, quando vem o laudo certíssimo, eu falei: ‘beleza, vamos embora, vamos encarar’.
Na cirurgia para implantar um cateter para a quimioterapia, veio o susto: “Eu tive que parar na UTI, porque teve um derramamento de sangue. Depois foi superado. Eu tive que fazer uma operação para limpar tudo, antes de começar a quimioterapia. Eu comecei já bem debilitado. O começo foi bem tumultuado”, lembra o ator.
Essa primeira internação durou 26 dias. “Quero dizer que estou muito forte e que essa minha força vem em grande parte desse carinho todo, desse amor, dos amigos, das pessoas que têm me mandado emails. Eu tenho lido todos”, anunciou o ator à época.
Reynaldo Gianecchini: Essas pessoas todas que me escrevem, desde os meus amigos mais queridos até os menos conhecidos, até os totalmente desconhecidos que eu recebo, que mandam carta para o hospital ou descobrem meu email, essas pessoas me emocionam demais.
Patricia Poeta: Você imaginava que era tão querido assim pelos brasileiros?
Reynaldo Gianecchini: Honestamente não. Foi uma surpresa, e é essa parte me faz chorar, quando eu falo, mas de felicidade.
Patricia Poeta: No início das sessões, você raspou a cabeça. Raspou porque quis ou sua médica aconselhou?
Reynaldo Gianecchini: Por duas coisas, primeiro porque eu acho um pouco deprimente aquela coisa de cabelo ficar caindo, segundo, porque eu acho mais prático também. Eu tenho um cateter aqui acoplado que dificulta um pouco o banho. Então, não dá para você ficar tomando conta de uma cabeleira. Mas quando raspei, eu lembrei muito daquela cena que eu fiz. Eu fiz a novela com a Carolina Dieckmann, do Manoel Carlos, “Laços de família”, que a minha mulher, que era a Carol, raspava a cabeça, porque tinha leucemia. É muito maluco eu estar vivendo isso. No dia, a pessoa estava raspando a minha cabeça e eu só pensava nisso. Na ficção, eu estava chorando muito. E na minha vida real, eu me achei com cara de guerreiro. Um guerreiro mesmo.
Patricia Poeta: Sabe o que me chamou muito a atenção? Todas as vezes que nós nos falamos por telefone, você sempre tinha uma mensagem positiva e você sempre falava com a voz de uma pessoa muito feliz. Eu acho isso realmente impressionante. Foi assim desde o começo do tratamento?
Reynaldo Gianecchini: Desde o início.
Patrícia Poeta: Em nenhum momento, bateu uma tristeza, uma insegurança?
Reynaldo Gianecchini: Acho que teve. A gente tem todos esses momentinhos. Tem uma fase também que é meio barra pesada, mas, ao mesmo tempo, no próximo momento você começa a ver que está tudo tão bem. Aí é um momento que passa.
Patricia Poeta: É verdade que você buscou ajuda espiritual, além da medicina tradicional, nesses últimos meses?
Reynaldo Gianecchini: É verdade. Na verdade, o meu pai estava muito em contato com amigos espíritas, que fazem essas curas espirituais. Não é nem ‘não deu certo, porque ele morreu’. Eu não acho que não deu certo. Meu pai entrou em contato com a espiritualidade dele, com o divino dele, e isso foi muito legal. Existem tratamentos no Brasil que eles chamam de cirurgias espirituais. Quem acredita nisso, são espíritos que são médicos que vêm e dão uma ajuda aqui para a gente na matéria e fazem uma operação espiritual.
Patricia Poeta: E fizeram com você?
Reynaldo Gianecchini: E fizeram comigo.
Patricia Poeta: Nessa cirurgia espiritual, você sentiu algum efeito?
Reynaldo Gianecchini: Fisicamente, eu não senti nada. Eu sinto muita força de uma energia muito boa, de uma corrente boa de amor, isso eu sinto o tempo todo.
Foram mais de três meses de quimioterapia. Ao todo, seis sessões.
Patricia Poeta: Teve um momento das sessões de quimioterapia que a sua imunidade baixou, que você voltou para o hospital.
Reynaldo Gianecchini: Eu peguei uma bactéria que ninguém sabe direito, na verdade, porque é difícil detectar, no pulmão. Eu tive que ficar na UTI para ficar em observação. São os percalços do caminho que tem, pela natureza da quimioterapia.
Patrícia Poeta: Você já está preparado para isso, psicologicamente.
Reynaldo Gianecchini: Mas essa minha jornada no hospital foi particularmente interessante porque eu convivi com muita gente. Eu fico em uma área de transplantados, muita gente com leucemia ou com linfomas.
Patrícia Poeta: Um ajudando o outro, dando força para o outro...
Reynaldo Gianecchini: E cada vez que tem uma superação, tem uma festa em um dos quartos. E aí todo mundo se junta. Toda vez que a medula dá certo, pega, canta um parabéns com bolo e tudo. A pessoa está renascendo ali, e todo mundo aparece e faz parte daquela festa.
Patricia Poeta: Agora terminadas essas sessões de quimioterapia, você passa por um transplante. Como é que vai ser esse transplante?
Reynaldo Gianecchini: É um autotransplante.
O autotransplante de medula óssea é feito para recuperar o sistema imunológico depois da quimioterapia. Primeiro, os médicos fazem uma biópsia da medula do paciente. Se ela não tiver células cancerígenas, uma porção é retirada e congelada. Em uma segunda etapa, uma quimioterapia ainda mais intensa destrói de vez os tumores e todas as células de defesa do organismo. Os médicos então reimplantam a medula óssea retirada e o corpo volta a produzir células saudáveis.
Patricia Poeta: Quando isso vai acontecer?
Reynaldo Gianecchini: Em breve, em dezembro agora, mês que vem.
Patricia Poeta: Como é que você está se sentindo? Qual é sua expectativa para esse momento?
Reynaldo Gianecchini: Eu me sinto curado desde o primeiro dia. É engraçado. Eu não jogo essa possibilidade de perder, embora tudo possa acontecer na vida, mas eu acredito muito na força da vida.
Patricia Poeta: Vamos falar de futuro? Podemos falar de futuro?
Reynaldo Gianecchini: Podemos.
Patricia Poeta: Como é que você imagina que vai ser a sua vida nas próximas semanas?
Reynaldo Gianecchini: Eu não tenho feito planos de nada, na verdade. Eu vou para essa fase do transplante, delicada, porque você fica com a imunidade muito baixa, tem que ficar um pouquinho mais isolado. Depois do transplante, vou começar a pensar em trabalho.
Patricia Poeta: Quando você tiver vencido tudo isso, tiver passado pelo transplante, qual vai ser a primeira coisa que você vai querer fazer?
Reynaldo Gianecchini: Nossa! Eu não tinha pensado nisso. Me veio na mente entrar no mar. Eu tenho uma relação louca com o mar. Gosto muito e sinto falta.
Patricia Poeta: E onde você vai querer estar, no mar onde?
Reynaldo Gianecchini: Pode ser qualquer mar para mim. Estão valendo todos, mas provavelmente no Rio, que eu estou há muito tempo sem ir para o Rio.
Patricia Poeta: Quem sabe a gente também não vai fazer o registro desse momento.
Reynaldo Gianecchini: Quem sabe, indo para o mar.
Patricia Poeta: Gianecchini,obrigada pela sua entrevista, saiba que pelo país tem muita gente torcendo por você, pela sua recuperação, e nós do Fantástico, com certeza, estamos entre essas pessoas, pode ter certeza.
Reynaldo Gianecchini: Agradeço demais você e eu quero agradecer todo mundo. Eu não tenho palavras para descrever e nem para agradecer todo esse carinho, todo esse amor. Eu espero um dia poder retribuir tudo isso.
G1
Patrícia Poeta: Eu lembro que dias atrás, antes de eu vir gravar essa entrevista com você, eu mandei uma mensagem para você no telefone, perguntando como é que você estava e você respondeu dizendo que estava em um momento de muita luz e muito entendimento. O que você quis dizer com isso?
Reynaldo Gianecchini: Tem sido um processo de muito entendimento. Desde que eu recebi a notícia da minha doença e todos os acontecimentos depois. O fato de eu ter um pai também com essa doença, que já estava antes de eu saber da minha. Então, quando você se depara com a questão da morte tão próxima, você começa a analisar o que você tem de concreto, que é o presente. Viver intensamente aquele presente.
Reynaldo Gianecchini: Meu pai acabou falecendo e as pessoas ficavam muito assim: ‘nossa, que tragédia, quanta coisa ao mesmo tempo’. E eu tenho que te dizer que foi um momento lindo de descoberta assim da minha vida também. Eu tive uma despedida maravilhosa do meu pai. Teve um momento que ele ficou inconsciente, porque ele teve que tomar morfina. E aí todo mundo foi descansar e eu falei: ‘quero ficar com meu pai’. Senti muita vontade de falar com ele, que eu acredito que ele estava me ouvindo. Quando eu comecei a falar, nesse momento, as funções dele começaram a cair e ele foi. E eu vendo tudo aquilo, no monitorzinho dele as funções dele caindo, sabendo que era aquele momento que ele ia embora, eu comecei a cantar, comecei a beijar ele. Reafirmei todo meu amor, eu disse que eu ia cuidar da família. Pedi perdão, falei que eu o perdoava também pelas coisas que podiam ter sido e não foram.
Patricia Poeta: Foi uma despedida forte foi muito forte.
Reynaldo Gianecchini: Foi muito forte.
Patrícia Poeta: Já que é a primeira vez que você está falando sobre tudo, sobre esses últimos meses, vamos começar lá do começo. Você descobriu que estava com câncer em julho desse ano. Que sintomas que você teve que levaram você a procurar um médico e a fazer os exames?
Reynaldo Gianecchini: Os sintomas são todos poderiam ser de doenças banais. Eu comecei com alergia. Aí a garganta começou a ficar com alguns gangliozinhos, e eu sempre tive muito problema de garganta. Então, você acha que é uma bactéria. Eu fiz todos os exames de bactérias e vírus que podiam ser e nada batia, deu tudo negativo. Aí começou a suspeitar e falou ‘vamos fazer uma análise do gânglio’. Então, eu comecei o tratamento quase dois meses depois dessa suspeita. Eu tenho um câncer raro, é um linfoma muito raro. Então, foi mais difícil de diagnosticar.
Patricia Poeta: E como você reagiu quando recebeu essa confirmação de que, sim, você tinha câncer?
Reynaldo Gianecchini: É engraçado, é muito maluco. Você acha que não tem aquela doença. Falei para minha mãe: ‘mãe, não tenho isso não, não é possível’. Aí depois, quando é diagnosticado mesmo, quando vem o laudo certíssimo, eu falei: ‘beleza, vamos embora, vamos encarar’.
Na cirurgia para implantar um cateter para a quimioterapia, veio o susto: “Eu tive que parar na UTI, porque teve um derramamento de sangue. Depois foi superado. Eu tive que fazer uma operação para limpar tudo, antes de começar a quimioterapia. Eu comecei já bem debilitado. O começo foi bem tumultuado”, lembra o ator.
Essa primeira internação durou 26 dias. “Quero dizer que estou muito forte e que essa minha força vem em grande parte desse carinho todo, desse amor, dos amigos, das pessoas que têm me mandado emails. Eu tenho lido todos”, anunciou o ator à época.
Reynaldo Gianecchini: Essas pessoas todas que me escrevem, desde os meus amigos mais queridos até os menos conhecidos, até os totalmente desconhecidos que eu recebo, que mandam carta para o hospital ou descobrem meu email, essas pessoas me emocionam demais.
Patricia Poeta: Você imaginava que era tão querido assim pelos brasileiros?
Reynaldo Gianecchini: Honestamente não. Foi uma surpresa, e é essa parte me faz chorar, quando eu falo, mas de felicidade.
Patricia Poeta: No início das sessões, você raspou a cabeça. Raspou porque quis ou sua médica aconselhou?
Reynaldo Gianecchini: Por duas coisas, primeiro porque eu acho um pouco deprimente aquela coisa de cabelo ficar caindo, segundo, porque eu acho mais prático também. Eu tenho um cateter aqui acoplado que dificulta um pouco o banho. Então, não dá para você ficar tomando conta de uma cabeleira. Mas quando raspei, eu lembrei muito daquela cena que eu fiz. Eu fiz a novela com a Carolina Dieckmann, do Manoel Carlos, “Laços de família”, que a minha mulher, que era a Carol, raspava a cabeça, porque tinha leucemia. É muito maluco eu estar vivendo isso. No dia, a pessoa estava raspando a minha cabeça e eu só pensava nisso. Na ficção, eu estava chorando muito. E na minha vida real, eu me achei com cara de guerreiro. Um guerreiro mesmo.
Patricia Poeta: Sabe o que me chamou muito a atenção? Todas as vezes que nós nos falamos por telefone, você sempre tinha uma mensagem positiva e você sempre falava com a voz de uma pessoa muito feliz. Eu acho isso realmente impressionante. Foi assim desde o começo do tratamento?
Reynaldo Gianecchini: Desde o início.
Patrícia Poeta: Em nenhum momento, bateu uma tristeza, uma insegurança?
Reynaldo Gianecchini: Acho que teve. A gente tem todos esses momentinhos. Tem uma fase também que é meio barra pesada, mas, ao mesmo tempo, no próximo momento você começa a ver que está tudo tão bem. Aí é um momento que passa.
Patricia Poeta: É verdade que você buscou ajuda espiritual, além da medicina tradicional, nesses últimos meses?
Reynaldo Gianecchini: É verdade. Na verdade, o meu pai estava muito em contato com amigos espíritas, que fazem essas curas espirituais. Não é nem ‘não deu certo, porque ele morreu’. Eu não acho que não deu certo. Meu pai entrou em contato com a espiritualidade dele, com o divino dele, e isso foi muito legal. Existem tratamentos no Brasil que eles chamam de cirurgias espirituais. Quem acredita nisso, são espíritos que são médicos que vêm e dão uma ajuda aqui para a gente na matéria e fazem uma operação espiritual.
Patricia Poeta: E fizeram com você?
Reynaldo Gianecchini: E fizeram comigo.
Patricia Poeta: Nessa cirurgia espiritual, você sentiu algum efeito?
Reynaldo Gianecchini: Fisicamente, eu não senti nada. Eu sinto muita força de uma energia muito boa, de uma corrente boa de amor, isso eu sinto o tempo todo.
Foram mais de três meses de quimioterapia. Ao todo, seis sessões.
Patricia Poeta: Teve um momento das sessões de quimioterapia que a sua imunidade baixou, que você voltou para o hospital.
Reynaldo Gianecchini: Eu peguei uma bactéria que ninguém sabe direito, na verdade, porque é difícil detectar, no pulmão. Eu tive que ficar na UTI para ficar em observação. São os percalços do caminho que tem, pela natureza da quimioterapia.
Patrícia Poeta: Você já está preparado para isso, psicologicamente.
Reynaldo Gianecchini: Mas essa minha jornada no hospital foi particularmente interessante porque eu convivi com muita gente. Eu fico em uma área de transplantados, muita gente com leucemia ou com linfomas.
Patrícia Poeta: Um ajudando o outro, dando força para o outro...
Reynaldo Gianecchini: E cada vez que tem uma superação, tem uma festa em um dos quartos. E aí todo mundo se junta. Toda vez que a medula dá certo, pega, canta um parabéns com bolo e tudo. A pessoa está renascendo ali, e todo mundo aparece e faz parte daquela festa.
Patricia Poeta: Agora terminadas essas sessões de quimioterapia, você passa por um transplante. Como é que vai ser esse transplante?
Reynaldo Gianecchini: É um autotransplante.
O autotransplante de medula óssea é feito para recuperar o sistema imunológico depois da quimioterapia. Primeiro, os médicos fazem uma biópsia da medula do paciente. Se ela não tiver células cancerígenas, uma porção é retirada e congelada. Em uma segunda etapa, uma quimioterapia ainda mais intensa destrói de vez os tumores e todas as células de defesa do organismo. Os médicos então reimplantam a medula óssea retirada e o corpo volta a produzir células saudáveis.
Patricia Poeta: Quando isso vai acontecer?
Reynaldo Gianecchini: Em breve, em dezembro agora, mês que vem.
Patricia Poeta: Como é que você está se sentindo? Qual é sua expectativa para esse momento?
Reynaldo Gianecchini: Eu me sinto curado desde o primeiro dia. É engraçado. Eu não jogo essa possibilidade de perder, embora tudo possa acontecer na vida, mas eu acredito muito na força da vida.
Patricia Poeta: Vamos falar de futuro? Podemos falar de futuro?
Reynaldo Gianecchini: Podemos.
Patricia Poeta: Como é que você imagina que vai ser a sua vida nas próximas semanas?
Reynaldo Gianecchini: Eu não tenho feito planos de nada, na verdade. Eu vou para essa fase do transplante, delicada, porque você fica com a imunidade muito baixa, tem que ficar um pouquinho mais isolado. Depois do transplante, vou começar a pensar em trabalho.
Patricia Poeta: Quando você tiver vencido tudo isso, tiver passado pelo transplante, qual vai ser a primeira coisa que você vai querer fazer?
Reynaldo Gianecchini: Nossa! Eu não tinha pensado nisso. Me veio na mente entrar no mar. Eu tenho uma relação louca com o mar. Gosto muito e sinto falta.
Patricia Poeta: E onde você vai querer estar, no mar onde?
Reynaldo Gianecchini: Pode ser qualquer mar para mim. Estão valendo todos, mas provavelmente no Rio, que eu estou há muito tempo sem ir para o Rio.
Patricia Poeta: Quem sabe a gente também não vai fazer o registro desse momento.
Reynaldo Gianecchini: Quem sabe, indo para o mar.
Patricia Poeta: Gianecchini,obrigada pela sua entrevista, saiba que pelo país tem muita gente torcendo por você, pela sua recuperação, e nós do Fantástico, com certeza, estamos entre essas pessoas, pode ter certeza.
Reynaldo Gianecchini: Agradeço demais você e eu quero agradecer todo mundo. Eu não tenho palavras para descrever e nem para agradecer todo esse carinho, todo esse amor. Eu espero um dia poder retribuir tudo isso.
G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário