Menor se une a grupo e simula o próprio sequestro para tirar dinheiro da mãe

Adolescente ficou escondida em uma casa emSanta Maria

Por Cláudio Santos

A DRS (Delegacia de Repressão a Sequestros) apresentou nesta segunda-feira (3), três menores e dois maiores acusados de participar de um sequestro forjado. A intenção do grupo, segundo a polícia, era conseguir R$ 8 mil da mãe de uma adolescente de 16 anos. O grupo acabou desistindo do sequestro e uma das participantes, a falsa vítima, confessou à polícia que se tratava de uma farsa. Os menores foram encaminhados à DCA (Delegacia da Criança e do Adolescente) e os maiores serão levados para a prisão da Papuda.

Segundo o delegado Leandro Ritt, da DRS, a menor de 14 anos combinou com o namorado, Gerson Costa Pereira, de 23 anos, de simular o sequestro de uma amiga de 16 anos. A eles se juntaram também Marcos David Pitta, de 35 anos e outro menor de 16 anos.

A ideia era forjar o sequestro da menina de 16 anos para que a mãe da falsa vítima entregasse a eles a quantia de R$ 8 mil. Na última segunda-feira (26), a adolescente se escondeu em uma casa de Santa Maria, região administrativa do DF. Durante o tempo em que a mãe estava sem notícias da filha, a amiga dela, que integrava o grupo, ficava em contato com a família da falsa vítima e passava as informações para os amigos.


O primeiro contato entre os acusados e a mãe da garota foi na última quarta-feira (28). De acordo com a polícia, o homem que telefonou para pedir o resgate dizia ser do grupo criminoso PCC (Primeiro Comando da Capital) e ameaça matar e esquartejar a falsa vítima caso não recebesse os R$ 8 mil.

O delegado conta que a mãe, vítima do golpe que contava com a participação da própria filha, entrou em contato com a polícia, que a orientou para a negociação com os supostos sequestradores.

Como a amiga da falsa sequestrada estava em contato com a vítima do golpe, as informações sobre as atitudes da mãe eram repassadas ao bando. O grupo, então, viu que, com a participação da polícia, a operação havia se tornado arriscada e eles decidiram abortar o falso sequestro.

Para sustentar a versão de que a garota estava em cativeiro, ela chegou a ser ferida levemente e suja de lama para o encontro com sua mãe.

Já na DRS, a falsa sequestrada chegou a sustentar, durante seis horas, enquanto prestava depoimento, que havia ficado em cativeiro sob a guarda de sequestradores. No entanto, ela acabou confessando a farsa e a polícia seguiu para Santa Maria, onde encontrou os outros integrantes do grupo.

Segundo a Polícia, a menina que forjou o próprio sequestro, era integrante de uma torcida organizada e já teria sido vítima de uma tentativa de homicídio.