Por Cláudio Santos
A delegação do Tigre ficou mais de duas horas 'presa' no Morumbi e só
saiu de lá protegida por um cordão de policiais. O time argentino, que
não voltou a campo para o segundo tempo da final contra o São Paulo por
alegar falta de segurança, foi embora por volta de 1h30, deixando para
trás madeiras quebradas e marcas de sangue nas paredes do vestiário
visitante.
Segundo dirigentes e jogadores, eles foram agredidos
por seguranças do clube brasileiro. Há quem diga ainda que, no momento
em que a Polícia Militar interveio, revólveres foram sacados e apontados
para os argentinos. As informações, porém, são desencontradas. A versão
são-paulina é de que os argentinos tentaram invadir o vestiário
mandante e foram contidos pelos seguranças.
Até que não seja
apurado detalhadamente, o ocorrido será tratado apenas com as
declarações conflitantes de cada lado. Até porque no corredor entre os
dois vestiários, não há câmeras. De acordo com o Major Gonzaga, o
policiamento só chegou ao local para apartar a briga entre argentinos e
brasileiros, não sabendo portanto de que maneira ela se iniciou.
Tossiro Neto/Gazeta Press
Assim
que a delegação do Tigre deixou o Morumbi, no mesmo ônibus que foi
apedrejado por torcedores na chegada, foi possível entrar no vestiário
visitante. Além da habitual bagunça, com frutas e bebidas espalhadas
pelo chão, lá havia sangue nas paredes e algumas prateleiras e portas
quebradas. Entregue pelo goleiro e capitão Rogério Ceni, a flâmula do
São Paulo também foi deixada para trás.
Gerente de futebol do
Tigre, Sergio Mazza estava revoltado e cogitou pedir ajuda do Consulado
Argentino até deixar o Brasil. Antes disso, eles prestaram depoimento no
DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa), local para o qual
os representantes do departamento jurídico do clube brasileiro
igualmente teriam seguido após tentarem registrar ocorrência no 89°
Distrito Policial.
Por ter abandonado a decisão da Copa
Sul-americana após o primeiro tempo, em que perdia por 2 a 0, o time
argentino pode ser punido pela Conmebol. Antes garantido na próxima
edição da Libertadores, ele corre risco agora de ser impedido de
disputá-la. Alheio a isso, o Tricolor volta a comemorar um título depois
de quatro anos.
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