" Sigo em frente, pra frente eu vou
sigo enfrentando as ondas onde muita gente naufragou ..."



terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Elize Matsunaga se preocupou com vinhos caros na reconstituição do crime

Vagner Campos/Brazil Photo Press/AE
Por Cláudio Santos

Um detalhe chamou a atenção dos peritos na reconstituição do assassinato do executivo da Yoki Marcos Matsunaga, realizada em junho na cobertura tríplex onde a vítima morava com a mulher, Elize Matsunaga, e a filha. Os profissionais se preparavam para fazer uma espécie de “teste de esforço” com o intuito de avaliar se a acusada seria capaz de carregar, sem ajuda, as malas com partes do cadáver. Assim, eles verificariam a validade da confissão de Elize — que disse ter matado e esquartejado o marido sozinha. Ela dividiu os pedaços do corpo de Marcos em três malas e os desovou ao longo da Estrada dos Pires, região rural, em Cotia, na Grande São Paulo.
Como o empresário pesava em torno de 90 kg, os peritos estimaram que cada mala teria aproximadamente 30 kg. Para chegar ao peso desejado, os profissionais pegaram objetos do apartamento na Vila Leopoldina, entre eles, garrafas de vinho que o casal colecionava. Foi nesse momento que Elize interrompeu os trabalhos e pediu aos peritos que retirassem as caixas da bebida de dentro das malas. A justificativa dela para o pedido: cada uma das caixas custaria entre R$ 15 mil e R$ 18 mil.
A informação faz parte do depoimento do perito Ricardo Salada, prestado durante a segunda audiência de instrução do caso, no Fórum Criminal da Barra Funda, em novembro passado. Á integra do documento, que tem 44 páginas. Pegos de surpresa pela observação de Elize, os peritos acataram o pedido. Eles substituíram as caixas de vinho por mantimentos, informou Salada.
— Aí, nós tiramos as caixas e fomos em busca de outros produtos na despensa. Para falar a verdade, não me recordo quais produtos, mas eu sei que usamos o que tinha na despensa para fazer peso.

Salada afirmou ainda que os peritos haviam colocado nas malas as bebidas sem consultar a acusada e esclareceu que a preocupação de Elize era com “o valor do vinho”.
O perito, ao ser indagado sobre como se comportou a acusada durante a reprodução simulada dos fatos, descreveu o estado de Elize como “relativamente tranquila”. Os trabalhos duraram cerca de quatro horas.
O caso
O empresário, herdeiro da Yoki Alimentos, foi assassinado dentro da cobertura onde vivia, no dia 19 de maio. Elize, que chegou a fingir que o marido havia desaparecido, confessou os crimes no dia 6 de junho. A mulher suspeitava que o marido estivesse tendo um caso e contratou um detetive particular para segui-lo. O profissional confirmou a traição.
Na versão dela, o empresário foi morto com um tiro após uma discussão do casal por ciúme. Ela afirmou que esquartejou o corpo do marido sozinha, mas, em outubro, a promotoria pediu a abertura de um novo inquérito para investigar a presença de duas ou mais pessoas na cena do crime. Elize responde por homicídio doloso (quando há intenção de matar) triplamente qualificado. Para a defesa, a acusada agiu sob violenta emoção. Já para a promotoria, a motivação dela foi financeira.

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