Milton tem o aval do chefe

O fogo amigo do PSB queima feito uma grande fogueira junina, mas não será capaz de chamuscar o projeto do vice-prefeito do Recife, Milton Coelho, de permanecer no comando do partido. Com encontro estadual marcado para o próximo domingo, previsto para durar o dia inteiro no Clube Internacional, o PSB só muda de mãos se o próprio Milton não quiser continuar. Ele tem a confiança e o aval do governador Eduardo Campos, presidente nacional da legenda, embora um grupo de áulicos, que não sabe fazer outra coisa se não bajular o chefe, continue plantando versões falsas na mídia. Na verdade, esses puxa-sacos têm inveja de Milton porque, além do cargo proporcionar uma convivência permanente e próxima do governador, nenhum outro dirigente socialista criou uma interlocução mais estreita, confiável e respeitável com os caciques dos partidos que integram a Frente Popular e, consequentemente, a base que dá sustentação ao Governo na Assembleia. Há quem critique o estilo do presidente estadual do PSB de se manter longe da mídia, não atender telefone, não adotar uma postura de ternurar aliados, mas ele tem mais virtudes do que defeitos. A maior delas é a da lealdade ao governador, de quem se transformou num interlocutor privilegiado, desde o momento em que esteve com ele nas horas mais difíceis, chegando quase ao fundo do poço no auge da crise dos precatórios. Ao contrário dos bajuladores, que torcem e trabalham a favor da sua derrocada, Milton sabe fazer as ponderações corajosas e oportunas quando o governador busca os seus inteligentes conselhos. Foi e continua sendo um bom presidente e por isso contraria os áulicos.