" Sigo em frente, pra frente eu vou
sigo enfrentando as ondas onde muita gente naufragou ..."



sexta-feira, 28 de outubro de 2011

"Permanência do PCdoB no Esporte mantém engrenagem da corrupção", diz Sérgio Guerra


Por Jamildo Melo
A queda do ministro do Esporte, Orlando Silva, não põe fim à crise instalada por denúncias de corrupção em convênios com ONGs. Para deputados do PSDB, a manutenção do PCdoB no comando é uma nítida demonstração do aparelhamento do órgão. O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, confirmou nesta quarta-feira (26) a saída do titular e afirmou que a “tendência” é de que a pasta fique com o PCdoB. Quem assume interinamente é o ex-secretário-executivo, Waldemar Manoel Silva de Souza.

Para os tucanos, a mudança representa pouco, já que a estrutura pública continua entregue ao partido acusado de desviar recursos de programas como o Segundo Tempo. O PCdoB está à frente da pasta desde 2003, quando o atual governador do DF, Agnelo Queiroz, assumiu seu comando. Ele também é acusado de participar do esquema.

Em entrevista ao jornal “O Globo”, o presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE) criticou a escolha. “Isso é um absurdo. É desastroso. O ministro sair já é uma decisão atrasada e colocar outro do mesmo partido é inaceitável, pois já está claro que o ministério está aparelhado, sob o controle dessa sigla. O governo tem que entregar a pasta a profissionais. Qual o problema de fazer isso?”, questionou.

Para o 1º vice-presidente da Comissão de Fiscalização da Câmara, Nilson Leitão (MT), a engrenagem montada para desviar as verbas continua a funcionar na Esplanada. Segundo ele, a culpa não é só de uma pessoa, “mas da fórmula implantada pelo governo para gerir o país”. De acordo com ele, o Esporte repete as mesmas cenas vividas nos últimos meses por outras pastas marcadas pela corrupção.

“Acontecem as denúncias, os ministros saem do cargo e o assunto morre. Mas, para onde foi o dinheiro levado do Transporte, do Turismo e da Agricultura? Mais do que a punição da demissão, é preciso que haja a restituição do dinheiro do povo”, cobrou. “A presidente Dilma está com um sério problema institucional: a corrupção está partidarizada e não querem enxergar isso”, completou.

O deputado Vanderlei Macris (SP) afirma que “não dá para virar a página, mudar de ministro e esquecer que houve um crime nesse processo. “É preciso investigar”, disse. Segundo ele, Orlando Silva só saiu do cargo porque sua permanência ficou inviável diante de tantos indícios. “Ele diz que não participou dos atos, então que apresente suas provas à Justiça a partir de agora”, sugeriu.

O tucano também criticou a distribuição de ministérios a partidos políticos, como acontece na relação do PCdoB com o Esporte. “Ficar dividindo ministérios como capitanias hereditárias, entregando um órgão de porteiras fechadas a um partido, só provoca todas essas irregularidades que temos visto”, completou.

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