A ponteira Jaqueline, do Sollys Nestlé e da seleção brasileira, concedeu uma entrevista reveladora à edição de dezembro da revista Marie Claire. Além de discordar da fama de ‘azarada’ obtida pelas inúmeras lesões e por problemas pessoais, a atacante fez questão de exaltar as conquistas individuais e coletivas que teve até hoje no vôlei, deu detalhes sobre sua relação com o também jogador Murilo e contou que chegou a ficar dois anos isolada dentro da seleção por conta da fama de musa que ganhou ainda no início da profissão.
Aos 28 anos, a pernambucana já foi submetida a duas cirurgias
complicadas no joelho, teve uma trombose no braço direito logo que
chegou a São Paulo, sofreu um aborto e teve até uma pequena fratura na
coluna cervical durante os Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, neste
ano. Apesar disso, ela se diz uma sortuda.
“Outro dia, um senhor, na rua, me disse: “Menina, que azar você tem,
hein?”. Como assim, azar? Eu tenho é sorte. Virei atleta em um lugar
como Recife, que não incentiva o esporte e que, ainda assim, é cheio de
gente boa que não teve as chances que eu tive. Depois dessa trombada na
quadra, tenho mais certeza ainda da minha sorte”, exclamou Jaque, que
apesar da confiança, revelou que o incidente no Pan a fez ter maior
amor à vida. “Depois desse baque, algo em mim mudou demais. Mais do que
nunca, quero viver da melhor maneira possível. (...) Quero viver,
curtir os amigos, a família. Não fazia isso porque o vôlei estava
sempre em primeiro lugar. Hoje, estou eu. Sei que posso morrer amanhã,
por isso quero fazer o que me dá mais prazer”.
Com vários títulos individuais e coletivos somados ao longo de mais de
10 anos de carreira, a jogadora, que já passou por diversas equipes do
Brasil, da Itália e da Espanha, celebrou todas as conquistas e
ressaltou que uma de suas maiores dificuldades neste período foi lidar
com a fama de musa, a qual responsabilizou até por um isolamento dentro
da seleção.
“Ganhei cedo o rótulo de musa da seleção, o que não foi legal para o
meu entrosamento. Isso gerava inveja, me distanciava da equipe. Entre
2004 e 2006, chorei muito, me sentia isolada. Não era convidada para
nada”, revelou Jaqueline à revista. “Mas isso mudou. Hoje, tenho uma
ótima relação com todas. Sou superbrincalhona, afetuosa, vivo falando
merda, expressando meu afeto. Eu que ensinei o Murilo a falar “eu te
amo”, sabia? Ele não dizia isso nem para a mãe dele, acredita?”.
Sobre Murilo, por sinal, a ponteira falou ainda mais durante a
entrevista. Além de contar que os dois se conheceram quando estavam em
início de carreira e de dar pequenos detalhes sobre a rotina do casal,
Jaqueline contou que ela e o marido perderam a virgindade um com o
outro.
“Ele foi meu primeiro homem e fui a primeira mulher dele. Descobrimos
tudo juntos. Respeitamos muito um ao outro”, declarou. “Na nossa
profissão, tem muito assédio. Se fosse sentir ciúmes das meninas que
chegam beijando e abraçando, não daria certo. Viajamos muito. Temos de
confiar um no outro para fazer da saudade um tempero legal”.
Do UOL
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