Por Folha de Pernambuco
Há
muito, Pernambuco não assistia a manifestações de rua. Em se tratando
de um Estado extremamente politizado, de espírito libertário e
revolucionário, a ausência de protestos provavelmente pode ser explicada
pelo bom momento que a economia vive. Nos
últimos anos, o atual governo nunca tinha enfrentado a ira dos
estudantes contra o aumento das passagens de ônibus como ocorreu
sexta-feira passada e se repetiu ontem.
Mas
um governo que se apresenta democrata, com enorme aprovação popular e
imagem positiva lá fora não poderia cometer os mesmos erros de quem
geriu os destinos do Estado no passado. Ao invés da chibata, o diálogo, assim deveria ser.
O
que se viu, porém, foi o Governo jogar o Batalhão de Choque contra os
estudantes nas ruas, numa ação para intimidar, típica ou pior do que se
passava no regime militar.
Tanto
na primeira manifestação quanto na de ontem o aparelho repressor agiu
sem pudor. Balas de borracha, agressões a cassetete e bombas de gás
lacrimogêneo atingiram em cheio os jovens que foram às ruas tentar
barrar as novas tarifas de ônibus usando a arma disponível, que é a
livre manifestação, garantida na Constituição.
Com
a repressão, mais uma vez ficou provado que entre o discurso e a ação
deste governo existe de fato uma distância muito grande.
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