" Sigo em frente, pra frente eu vou
sigo enfrentando as ondas onde muita gente naufragou ..."



sábado, 28 de janeiro de 2012

Estranha promoção: um gás na carreira de Graça Foster


SINTONIA Dilma Rousseff com  a amiga Maria das Graças. Empossada,  a executiva deve alinhar a estratégia  da Petrobras com  a do Planalto   (Foto: Julio Bittencourt/Valor/Folhapress)
ÉPOCA - ISABEL CLEMENTE
Quando Dilma, em janeiro de 2003, foi nomeada ministra de Minas e Energia no primeiro governo Lula, a atual presidente a chamou para ocupar o cargo de secretária de Petróleo e Gás do ministério, onde ficou por mais de dois anos. Esse período guarda, no entanto, um episódio suspeito Em 2004, de acordo com documentos oficiais da Petrobras obtidos com exclusividade por ÉPOCA, Maria das Graças ganhou uma nomeação retroativa na empresa.
Um memorando datado de 11 de março de 2004 promove a química de petróleo sênior Maria das Graças Pena Silva (nome de solteira da futura presidente da Petrobras), que exercia na empresa o posto de gerente de tecnologia, ao cargo de confiança de gerente da unidade de Gás Natural da CEG Rio.
Trata-se da companhia de distribuição de gás do Rio de Janeiro, empresa na qual a Petrobras detém participação via Gaspetro. O que há de mais estranho é que a data da nomeação é anterior à do memorando: 29 de janeiro de 2003. Maria das Graças ocuparia o cargo de outra funcionária, Lecy Pires Colnaghi.
AMIGAS
Esse grande salto profissional de Maria das Graças foi possível porque, na década de 1990, ela conheceu a então secretária de Energia do Rio Grande do Sul, Dilma Rousseff. Ficaram amigas. Quando Dilma, em janeiro de 2003, foi nomeada ministra de Minas e Energia no primeiro governo Lula, a atual presidente a chamou para ocupar o cargo de secretária de Petróleo e Gás do ministério, onde ficou por mais de dois anos. Esse período guarda, no entanto, um episódio suspeito. Em 2004, de acordo com documentos oficiais da Petrobras obtidos com exclusividade por ÉPOCA, Maria das Graças ganhou uma nomeação retroativa na empresa. Um memorando datado de 11 de março de 2004 promove a química de petróleo sênior Maria das Graças Pena Silva (nome de solteira da futura presidente da Petrobras), que exercia na empresa o posto de gerente de tecnologia, ao cargo de confiança de gerente da unidade de Gás Natural da CEG Rio. Trata-se da companhia de distribuição de gás do Rio de Janeiro, empresa na qual a Petrobras detém participação via Gaspetro. O que há de mais estranho é que a data da nomeação é anterior à do memorando: 29 de janeiro de 2003. Maria das Graças ocuparia o cargo de outra funcionária, Lecy Pires Colnaghi.
DIRETORIA QUE FURA POÇO
Segundo juristas, esse ato de nomeação retroativa constitui, por si só, uma ilegalidade. Quem executou a operação foi Djalma Rodrigues de Souza, então gerente executivo de Gás Natural da Petrobras – personagem que mais tarde ficaria conhecido por ser afilhado de Severino Cavalcanti, o folclórico ex-presidente da Câmara dos Deputados que renunciou ao cargo em meio a denúncias de recebimento de propina. Foi para Djalma que Severino reivindicou um cargo de diretor da Petrobras, com a frase que ficou célebre: “Não quero uma diretoria qualquer, e sim uma diretoria que fura poço”.

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