Por Cláudio Santos
O partido Democratas deu um ultimato ao senador Demóstenes Torres
(GO), suspeito de irregularidades por sua relação com o empresário
Carlinhos Cachoeira, que foi preso na operação Monte Carlo, da Polícia
Federal, acusado de associação com jogos de azar. De acordo com o líder
do DEM na Câmara dos Deputados, Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), o
senador tem até a próxima terça-feira (3) para dar explicações
"contundentes" e "convincentes" sobre as denúncias contra ele.
Caso isto não aconteça, o parlamentar admite que o partido pode dar início ao processo de expulsão dele da legenda.
— Se ele não for contundente e convincente, torna-se insustentável a permanência dele no partido.
Para o deputado baiano, a situação do parlamentar se "agravou" com a divulgação de novos grampos telefônicos feitos pela Polícia Federal. Além disso, o senador tornou-se alvo de um inquérito aberto no STF (Supremo Tribunal Federal) e corre o risco de ser cassado, já que o PSOL levou uma representação contra ele ao Conselho de Ética do Senado.
O ultimato foi dado após um encontro, na última quinta (29), entre Demóstenes, Neto e outros integrantes da cúpula. Na conversa, Demóstenes disse que não sabia o que havia no inquérito contra ele em curso no Supremo. Por isso, ele pediu este fim de semana para analisar a investigação e só depois dar uma resposta definitiva.
Nos bastidores, porém, a cúpula partidária tem pressionado Demóstenes a deixar a legenda por conta própria. Querem evitar que as denúncias afetem a legenda. Acreditam que o senador não tem mais condições de esclarecer o relacionamento que teve com Cachoeira.
Investigação e STF
O ministro Ricardo Lewandowski solicitou ao Banco Central que apresente informações sobre as movimentações financeiras do parlamentar e ao presidente do Senado Federal, José Sarney, para que envie ao STF a relação de emendas ao Orçamento apresentadas por Demóstenes Torres.
O ministro determinou, ainda, que a Polícia Federal transcreva 19 diálogos telefônicos registrados na Operação Monte Carlo e que órgãos públicos prestem informações a respeito de contratos celebrados com empresas investigadas.
Demóstenes era o líder de seu partido no Senado e licenciou-se do cargo para “acompanhar a evolução dos fatos” noticiados sobre ele. O senador tinha uma linha de telefone exclusiva para falar com Cachoeira e foi flagrado em 300 diálogos com o empresário, segundo investigação da PF.
Gravações da Polícia Federal
Além de tratar de projetos de interesse do Carlinhos Cachoeira, como propostas relativas à legalização dos jogos de azar, os grampos telefônicos mostram que o senador também fazia favores maiores, como contratar funcionários fantasma e marcar audiências na Justiça.
Caso isto não aconteça, o parlamentar admite que o partido pode dar início ao processo de expulsão dele da legenda.
— Se ele não for contundente e convincente, torna-se insustentável a permanência dele no partido.
Para o deputado baiano, a situação do parlamentar se "agravou" com a divulgação de novos grampos telefônicos feitos pela Polícia Federal. Além disso, o senador tornou-se alvo de um inquérito aberto no STF (Supremo Tribunal Federal) e corre o risco de ser cassado, já que o PSOL levou uma representação contra ele ao Conselho de Ética do Senado.
O ultimato foi dado após um encontro, na última quinta (29), entre Demóstenes, Neto e outros integrantes da cúpula. Na conversa, Demóstenes disse que não sabia o que havia no inquérito contra ele em curso no Supremo. Por isso, ele pediu este fim de semana para analisar a investigação e só depois dar uma resposta definitiva.
Nos bastidores, porém, a cúpula partidária tem pressionado Demóstenes a deixar a legenda por conta própria. Querem evitar que as denúncias afetem a legenda. Acreditam que o senador não tem mais condições de esclarecer o relacionamento que teve com Cachoeira.
Investigação e STF
O ministro Ricardo Lewandowski solicitou ao Banco Central que apresente informações sobre as movimentações financeiras do parlamentar e ao presidente do Senado Federal, José Sarney, para que envie ao STF a relação de emendas ao Orçamento apresentadas por Demóstenes Torres.
O ministro determinou, ainda, que a Polícia Federal transcreva 19 diálogos telefônicos registrados na Operação Monte Carlo e que órgãos públicos prestem informações a respeito de contratos celebrados com empresas investigadas.
Demóstenes era o líder de seu partido no Senado e licenciou-se do cargo para “acompanhar a evolução dos fatos” noticiados sobre ele. O senador tinha uma linha de telefone exclusiva para falar com Cachoeira e foi flagrado em 300 diálogos com o empresário, segundo investigação da PF.
Gravações da Polícia Federal
Além de tratar de projetos de interesse do Carlinhos Cachoeira, como propostas relativas à legalização dos jogos de azar, os grampos telefônicos mostram que o senador também fazia favores maiores, como contratar funcionários fantasma e marcar audiências na Justiça.
Demóstenes - Fala Professor... Ó, é o seguinte: tem uma notícia ruim. Tem que demitir aqui. É a Kênia. E o outro rapaz lá. Tão aqui nos gabinetes procurando servidores fantasmas. Você entendeu ? Então, para evitar problema, no futuro a gente volta a resolver isso aí, falou?
Cachoeira - Tá bom.
Demóstenes - Caça às bruxas aqui. Mas daqui a uns dois, três meses a coisa aquieta e a gente retorna, falou?
Cachoeira - Ok, Doutor.
Em outro diálogo, em abril do mesmo ano, o senador informa ao empresário ter conseguido atender a um pedido dele com o desembargador Alan Sebastião de Sena, do TJ (Tribunal de Justiça) de Goiás, sobre um tema de interesse de Cachoeira.
Demóstenes - Fala, Professor. Acabei de chegar lá do desembargador. O homem disse que vai olhar o negócio e tal. Disse que um deles já tinha estado lá com ele viu? (...) Tem tudo para seguir esse caminho aí. Condenar o delegado e absolver os outros. Vai depender das provas. Se a prova for desse jeito que eu falei e tal, o outro vai também...
Cachoeira - Ele vai julgar rápido?
Demóstenes - Vai julgar rápido. Mandou pegar o papel. Já pegou o negócio lá. Diz que vai fazer o mais rápido possível.
Em junho, Demóstenes pede ao bicheiro que pague a conta do avião fretado que utilizou. Em seguida, atende novamente ao pedido do empresário de pressionar o desembargador a julgar um caso de forma favorável ao interesse de Cachoeira.
Demóstenes - (...) por falar nisso tem que pagar aquele trem do Voar. Do Voar não, da Sete né?
Cachoeira - Tá, tu me fala aí. Eu falo com o, com o Vilnei. Quanto foi lá?
Demóstenes - Quanto foi? Três mil.
Cachoeira - Tá eu passo pro Nilo. Deixa eu te falar. Aquele negócio tá concluso aí, aquele negócio do desembargador Alan, você lembra? A procuradora entregou aí para ele. Podia dar uma olhada com ele. Você podia dar um pulinho lá para mim?
Demóstenes - Mesma situação daquele rapaz?
Cachoeira - Ele tá concluso já pro Alan. (...)
Demóstenes - Tá tranquilo. Eu faço.
Do R7
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