Por Cláudio Santos
O Jornal Nacional teve acesso a novas evidências da relação do senador Demóstenes Torres (DEM-GO) com o homem preso como chefe de uma quadrilha de jogo ilegal.
G1
O Jornal Nacional teve acesso a novas evidências da relação do senador Demóstenes Torres (DEM-GO) com o homem preso como chefe de uma quadrilha de jogo ilegal.
O nome do senador aparece em conversas gravadas nas quais o
empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, conhecido como Carlinhos
Cachoeira, faz referência a quantias milionárias. Ele foi preso pela PF
em fevereiro, por suspeita de chefiar a exploração ilegal de jogos em
Goiás.
O senador Demóstenes Torres não quis comentar. O advogado dele, Antônio
Carlos de Almeida Castro, disse que o senador está apreensivo com as
denúncias.
"Ele está preocupado com essas gravações, que são negativas à imagem
dele. Mas no tocante à questão juridica , nós estamos muito tranquilos",
afirmou Castro.
As gravações foram feitas pela Polícia Federal há um ano, ainda no
começo da operação Monte Carlo, que prendeu Cachoeira no mês passado.
Nas gravações, feitas com autorização da Justica, Cachoeira conversa
por telefone com o contador Geovani Pereira da Silva - que está foragido
- e com Cláudio Abreu, apontado como sócio de Cachoeira em vários
negócios suspeitos.
De acordo com a Polícia Federal, os três discutem nas gravações a
contabilidade da organização criminosa. As conversas duram cerca de
cinco minutos e o nome Demóstenes é citado seis vezes.
Segundo os investigadores, Geovani e Claudio Abreu querem usar R$ 1
milhão para pagar contas da organização. Mas, nas gravações, não fica
claro exatamente o contexto das conversas nem para que se destinava o
dinheiro mencionado.
Em um dos trechos, Carlinhos Cachoeira pergunta ao sócio Cláudio Abreu o
que ele, Cachoeira, reteve. E ouve como resposta: um milhão do
Demóstenes.
Cachoeira, referindo-se sempre a Demóstenes, cita várias cifras,
cumulativamente: um milhão e quinhentos, mais seiscentos, que dariam
dois e cem. E mais um milhão, que Cachoeira diz ao sócio que pediu para
segurar. Ele faz a conta e diz que o total dá três e cem. Claudio Abreu
discorda, e, usando a expressão "este do Demóstenes", diz que já tinha
sido mostrado a ele e que Cachoeira vinha segurando desde a época em que
o senador ganhou a eleição.
Os diálogos a que o Jornal Nacional teve acesso estão entre os cerca de
300 gravados pela Polícia Federal em que aparecem referências a
parlamentares, entre eles o senador Demóstenes Torres e que agora estão
no Supremo Tribunal Federal.
O Ministério Público Federal pediu a abertura de inquérito para apurar
possíveis condutas ilícitas. Quem vai decidir é o relator do caso,
ministro Ricardo Lewandovsky, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Na semana passada, o jornal "O Globo" já havia revelado a existência de
uma gravação em que Demóstenes Torres pedia R$ 3 mil a Carlinhos
Cachoeira para pagar uma empresa de táxi aéreo.
Demóstenes Torres já admitiu que é amigo de Carlinhos Cachoeira e que
recebeu dele como presente de casamento uma geladeira e um fogão
importados. O senador disse que não devolveu por educação.
Ele também reconheceu que usou um telefone habilitado nos Estados
Unidos para manter conversas com Cachoeira. Segundo a polícia, foi uma
manobra para tentar evitar que as ligações fossem grampeadas.
O senador Demóstenes Torres não quis comentar a nova denúncia. O
advogado dele, Antônio Carlos de Almeida Castro, disse que o senador
está apreensivo com as denúncias.
"Ele está preocupado com essas gravações, que são negativas à imagem
dele. Mas no tocante à questão juridica , nós estamos muito tranquilos",
afirmou Castro. G1
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