Noventa policiais da DH (Divisão de Homicídios) cumprem na manhã desta terça-feira (13) 18 mandados de busca e apreensão em casas de parentes dos três policiaispresos, suspeitos do assassinato da juíza Patrícia Acioli, e também em endereços de outros policiais do Grupamento de Ações Táticas, do Batalhão de São Gonçalo (7º BPM). A magistrada foi morta com 21 tiros no dia 11 de agosto, quando chegava de carro em casa, em Piratininga, na região metropolitana do Rio.
O objetivo da DH é localizar as armas que podem ter sido usadas no crime. As buscas acontecem em Jacarepaguá e Senador Camará, na zona oeste, e em Niterói e São Gonçalo, na região metropolitana. Os mandados foram autorizados pelo juiz Fábio Uchoa, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, onde Patrícia Acioli era titular.
Nesta segunda-feira (12), agentes da DH fizeram durante 15 horas uma varredura no 7º BPM e recolheram 695 pistolas e revólveres da unidade. Na ação, foram apreendidas armas calibres 40 e 38.
Nesta segunda-feira (12), agentes da DH fizeram durante 15 horas uma varredura no 7º BPM e recolheram 695 pistolas e revólveres da unidade. Na ação, foram apreendidas armas calibres 40 e 38.
No armário do tenente, preso pelo assassinato da magistrada, os agentes encontraram uma munição de calibre 40. Na casa de um dos cabos, também suspeito de participação no crime, os policiais apreenderam uma pistola calibre 40. Perícia da Polícia Civil concluiu que a juíza foi morta por munições calibres 40 e 45, que são de uso restrito das forças armadas e das polícias Militar, Civil e Federal.
Os investigadores também já sabem que as munições usadas no crime foram compradas pela PM e faziam parte do mesmo lote enviado para os batalhões de São Gonçalo e de Campos (8º BPM).
De acordo com a DH, as pistolas e os revólveres apreendidos no 7º BPM serão enviados ainda nesta terça para o ICCE (Instituto de Criminalística Carlos Éboli), da Polícia Civil, onde passarão por perícia. A previsão é a de que o resultado das análises fique pronto em 30 dias.
A DH informou ainda que os depoimentos do tenente e dos dois cabos presos estão previstos para acontecer no começo da tarde desta terça. Eles serão ouvidos separadamente e caso as informações sejam conflitantes, os três serão submetidos a uma acareação.
PMs já sabiam que seriam presos
De acordo com o delegado Felipe Ettore, responsável pelas investigações, o crime foi planejado porque os três policiais já sabiam que teriam a prisão decretada pela morte de um jovem de 18 anos, no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, em junho. A decisão tinha saído horas antes da magistrada ser assassinada. Segundo a conclusão do inquérito da DH, um mês antes do assassinato de Patrícia, uma advogada dos PMs telefonou para um dos agentes.
- Eles foram até o Fórum de São Gonçalo [onde a juíza trabalhava], pois já sabiam que a prisão tinha sido decretada. Eles só tinham aquele dia para matá-la.
No dia da execução, os celulares dos militares foram rastreados próximo ao Fórum e também há registro da passagem dos suspeitos por Piratininga, local do crime. Porém, os aparelhos dos três policiais estavam desligados durante o crime, o que, de acordo com a polícia, foge da rotina do trio.
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