" Sigo em frente, pra frente eu vou
sigo enfrentando as ondas onde muita gente naufragou ..."



quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Menor admitiu agressão, diz delegado




Um menor de 13 anos confessou ter agredido o menino de 12 anos que foi atingido com um alicate na cabeça, segundo o delegado Hilton Alonso, titular da 62ª DP (Imbariê), onde o caso foi registrado. "Como é menor, ele foi autuado por fato análogo a tentativa de homicídio", afirmou ao G1 o delegado, que já instaurou um Auto de Investigação de Ato Infracional (AIAI).

Ainda de acordo com o delegado, o menino de 13 anos compareceu à delegacia acompanhado do pai para prestar depoimento, e disse que ele e Simão Felipe Nascimento Coelho de Oliveira, 12, já tinham se desentendido antes. "Ele alegou que já tinha problema com a vítima e estava consertando sua bicicleta quando a vítima chegou acompanhada de dois amigos e o agrediu com um soco. Após a agressão, ainda segundo o menor, ele arremessou o alicate em direção ao outro menino como reação instintiva", contou o titular da 62ª DP.
Um menor de 13 anos confessou ter agredido o menino de 12 anos que foi atingido com um alicate na cabeça, segundo o delegado Hilton Alonso, titular da 62ª DP (Imbariê), onde o caso foi registrado. "Como é menor, ele foi autuado por fato análogo a tentativa de homicídio", afirmou ao G1 o delegado, que já instaurou um Auto de Investigação de Ato Infracional (AIAI).
A polícia já pediu o alicate para perícia e aguarda o laudo médico para análise. Além disso, o delegado aguarda que Simão Felipe receba alta do Hospital de Saracuruna, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, onde está internado desde domingo (2) à noite, para prestar depoimento. 
Exame mostra a extensão da lesão na cabeça do menino que teve um alicate encravado na cabeça    (Foto: Reprodução/Reuters)Exame mostra a extensão da lesão na cabeça do menino que teve um alicate encravado na cabeça (Foto: Reprodução/Reuters)

Pai de ferido diz que filho já tinha sido ameaçado
Segundo o delegado Hilton Alonso, ao prestar queixa na delegacia, o pai do menino de 12 anos ferido por alicate disse que sabia da rixa entre o filho e o outro menino, mas não teria levado em consideração por se tratar de duas crianças.
Ao G1, o pai de Simão Felipe também admitiu saber da rixa entre os garotos. "Mas nunca pensei que fosse acontecer uma coisa dessas", disse o pintor predial Domingos Jorge Coelho de Oliveira. Ele afirmou ainda que o agressor ameaçou Simão há cerca de dois meses. "O menino já tinha ameaçado meu filho uns dois meses atrás. Meu filho disse que a rixa começou quando ele tentou apartar uma briga entre dois colegas".
Jorge disse ainda que o filho contou no hospital que, antes de ser agredido com o alicate, estava conversando com uma amiga. "Meu filho me contou que o menino estava consertando a bicicleta e outros dois chegaram, começaram a mexer com ele e bater nele, e saíram correndo. Aí, quando ele virou, tacou o alicate e atingiu o Simão", afirmou o pintor.
Mãe fala em 'milagre'
Na quarta-feira (5), a dona de casa Alessandra Florentino do Nascimento falou sobre a recuperação do filho. "Foi um milagre. É um alívio ver que meu filho está bem depois do susto", disse ela, que só teve coragem de ver as fotos do ferimento do pequeno Simão Felipe Nascimento Coelho de Oliveira três dias após o acidente.
A mãe do menino conta que estava em casa com o marido quando amigos de Simão avisaram que ele estava ferido. "Meu filho estava brincando na casa de uma amiga, mas a casa fica a umas quatro ruas da nossa. Mesmo ferido, ele chegou quase à esquina da nossa casa", contou Alessandra. Ela afirmou ainda que foi o pai quem socorreu o menino, levando-o para um posto de saúde em Imbariê, em Caxias. De lá, Simão foi de ambulância para o Hospital de Saracuruna.
Cirurgia
Segundo o diretor do Hospital de Saracuruna, a rapidez no atendimento foi fundamental para o sucesso da cirurgia. "No local onde foi atingido, se a lesão ficasse maior ele poderia até perder a visão", explicou o médico Manoel Moreira. "Ele está lúcido, respira espontaneamente e deve ficar em observação por 72 horas na Terapia Intensiva", afirmou o médico, acrescentando que a previsão é de que a criança receba alta em uma semana.
A Secretaria estadual de Saúde informou que ele foi atingido por outra criança. O menino chegou lúcido ao hospital. Ainda segundo a Secretaria, ele passou por exames, como uma tomografia computadorizada que mostrou que o menino tinha uma hemorragia e por isso foi necessária a cirurgia.
Pais de ferido e agressor são amigos
Após o acidente, Alessandra do Nascimento disse que seu marido descobriu ser amigo do pai do menino que atirou o alicate em Simão Felipe. "Foi uma fatalidade.Os pais dele (menino que lançou o alicate) vieram aqui e nos deram toda a assistência necessária. Foi só aí que meu marido viu que o pai do menino era um amigo com quem ele não tinha mais contato há muitos anos. Eles (pais do agressor) estão arrasados, assim como nós. Foi um desespero, mas não culpo ninguém", disse a mãe de Simão, aliviada com o desfecho do caso.
Alessandra disse que o filho não chegou a falar muito sobre o que aconteceu, mas que teria ocorrido uma discussão e o outro menino então jogou o alicate em sua direção, acabando por acertar a lateral da cabeça de Simão. "Meu filho está um pouco nervoso com a sonda, mas está muito bem. Ele está sendo bem acompanhado, já senta, se alimenta. Espero que se recupere logo", afirmou a dona de casa sobre o filho que, segundo ela, já pensa em quando vai poder voltar a jogar bola. "Ele é flamenguista e adora jogar futebol".
Mergulhador ferido com arpão
Em 2009, médicos do mesmo Hospital de Saracuruna se depararam com um caso semelhante. Na ocasião, o mergulhador Emerson de Oliveira Abreu deu entrada na unidade depois de ser atingido na cabeça pelo próprio arpão.
Ele também precisou passar por uma cirurgia. De acordo com um médico, 25 centímetros do arpão penetraram na região frontal direita do cérebro do mergulhador. Na época, o neurocirurgião Manoel Moreira Filho disse que paciente teve a vida salva por milímetros.
“Se o arpão se desviasse só alguns milímetros teria afetado a visão e lesionado a carótida e o paciente teria morrido. Graças à imagem tridimensional, conseguimos precisar o local exato da cirurgia. Ainda serão necessários novos exames. Pode ser que ele tenha uma pequena perda do olfato, já que a trajetória do arpão foi muito próxima da fossa nasal”, ressaltou o médico na época.
G1

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