" Sigo em frente, pra frente eu vou
sigo enfrentando as ondas onde muita gente naufragou ..."



sábado, 3 de dezembro de 2011

Alianças: Eduardo diz que Dilma não precisa ter ciúmes


O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, participa de Congresso do PSB Foto: Andre Coelho / O Globo



De O GLOBO


Aliado de primeira hora que cresce no cenário político e se viabiliza como alternativa para a sucessão de Dilma Rousseff no Planalto, em 2014, o presidente do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, foi reconduzido à direção do partido. Ele rodará o país como cabo eleitoral dos 1.500 candidatos cabeça de chapa da legenda a prefeito, mas diz que nem o PT nem a presidente precisam se sentir enciumados ou ameaçados com o crescimento de um "parceiro correto". Mas ele admite uma proximidade grande com o PSD e com o tucano Aécio Neves (MG). Também não afasta a possibilidade de o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, sair como cabeça de chapa na disputa pela prefeitura de Recife, caso o PT não resolva sua disputa interna.
O senhor ressaltou o crescimento do PSB. O senhor também está crescendo politicamente. Isso não gera ciúmes em Dilma e no PT? Não é uma ameaça para 2014?
EDUARDO CAMPOS: Dilma sabe quem somos, não precisa ter ciúmes. Porque o partido está crescendo não significa que represente uma ameaça. Se é um aliado que está crescendo, é solidário e é correto, tem que achar é bom. Temos dado solidariedade ao governo em todos os momentos. Historicamente, a gente tem tido uma postura muito colaborativa, tanto no governo do presidente Lula, quanto no da presidente Dilma.
O PSB precisa dar uma apoio especial neste momento de crise no governo, com queda de ministros e paralisia de gestão?
CAMPOS: O ano que vem será muito complexo. Não temos segurança do que vem pela frente, não conhecemos o ambiente econômico que enfrentaremos. O governo tem que ter objetividade nas atitudes para enfrentar e minorar os efeitos da crise lá de fora e aqui dentro. Consolidar as ações do governo. Principalmente, porque tem outro complicador, que é a eleição municipal. A disputa vai se dar nas bases, e é nos municípios que esses efeitos chegam mais fortes. O melhor ano para o governo é o terceiro ano de mandato, quando não tem eleição, o governo está mais maduro. Vamos ajudar o governo a fazer um 2012 melhor que 2011.
O governo está paralisado?
CAMPOS: Por essas razões todas que disse. O primeiro ano é o ano de plantar.
E essa dobradinha do PSB com o PSD e o PSDB?
CAMPOS: As alianças que temos com o PSD são naturais. A origem do PSD em muitos estados se deu a partir da base de sustentação do PSB e dos projetos que estamos liderando. Na Bahia com Jaques Wagner, em Sergipe com Marcelo Deda, em Pernambuco. Muita gente do PSD veio dessa base. O partido surgiu de uma origem de forças políticas muito próximas do PSB. E no PSDB não tem nada de novo numa relação que já vem da Paraíba, Paraná, Alagoas, e Minas Gerais.
Mas e sua proximidade com Aécio Neves? Ele vai começar um périplo por Pernambuco num encontro com o senhor.
CAMPOS: Aécio é mais velho que eu uma coisinha ( rindo), somos da mesma geração, acompanhávamos nossos avôs (Miguel Arraes e Tancredo Neves). Convivemos durante três mandatos na Câmara. Na oposição, eu o ajudei na sua eleição para presidente da Câmara; depois compartilhamos projetos em Minas Gerais, no governo dele, na reeleição. Depois, ele distinguiu o PSB na eleição que escolheu o Márcio Lacerda candidato vitorioso em Belo Horizonte. Temos uma relação pessoal. Em muitos momentos sempre existiu, e existirá esses momentos em que haverá o diálogo com a oposição, com o PSDB. Conversas sobre coisas relevantes, questões de interesse social e nacional. Para botar as ideias para brigar, não precisamos colocar as pessoas para brigar. Muita gente ainda faz política assim, com esse ranço, desrespeito e prejulgamentos.
O ministro Fernando Bezerra Coelho, do PSB, vai se candidatar à prefeitura de Recife? Pode ter um embate com o PT?
CAMPOS: Fernando Bezerra está habilitado a disputar. O PSB tem o desejo de oferecer, à frente que administra a cidade, uma alternativa. Há um debate interno no PT sobre quem será o candidato. Isso levou os outros partidos da frente a se preparar para oferecer uma alternativa. Defendo um candidato único.
O PSB quer a cabeça de chapa para Fernando Coelho?
CAMPOS: Se o que unir a frente for o candidato do PT, tudo bem. Se for o do PSB, também estará tudo bem. Se não for possível unir a frente, cabe a mim respeitar e ver como nos posicionaremos no segundo turno.

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