Por Cláudio Santos
A defesa do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) ingressou na tarde desta sexta-feira (13) com uma representação criminal junto à Procuradoria-Geral da República (PGR) pedindo apuração sobre o vazamento e divulgação das investigações e conversas envolvendo o senador e o bicheiro Carlinhos Cachoeira, acusado de comandar um esquema de jogo ilegal.
O pedido será enviado ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Segundo a assessoria de imprensa da Procuradoria, não há prazo para a análise.
Demóstenes foi flagrado em escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal em conversas com o bicheiro, que está preso desde o dia 29 de fevereiro, após a Operação Monte Carlo. As gravações revelaram que Demóstenes defendia interesses de Cachoeira no Congresso e junto ao governo.
O senador responde a um processo por quebra de decoro parlamentar junto ao Conselho de Ética do Senado, que pode levar à perda do mandato. Devido às denúncias, o parlamentar renunciou o cargo de líder do DEM e anunciou a desfiliação do partido. Nesta quinta, o senador esteve na reunião do Conselho de Ética do Senado e afirmou que irá provar sua inocência.
Na última quinta-feira (12), o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse que determinou ao diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello Coimbra, que sejam investigadas as razões para as informações referentes à Operação Monte Carlo terem vazado.
"Eu pedi ao diretor-geral da Polícia Federal que apure a origem dos vazamentos. Se nós detectarmos isso, de onde saíram as informações, evidentemente agiremos da forma que a lei nos permite. Não houve por parte da PF nenhum tipo de vazamento", disse Cardozo.
Segundo o ministro, a Polícia Federal agiu de forma legal, e as interceptações foram autorizadas pela Justiça. "O que eu posso dizer é que a PF seguiu rigorosamente as determinações judiciais. A polícia cumpriu seu papel e colocou as informações na mesa. Da parte da Polícia Federal, não houve nenhum procedimento ilegal", afirmou o ministro.
Liminar negada
Nesta sexta, o ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski negou pedido de liminar feito pela defesa do senador Demóstenes Torres (GO) para anular a validade das gravações de diálogos entre o senador e o bicheiro Carlinhos Cachoeira, acusado de comandar um esquema de jogo ilegal.
A defesa argumenta que, como o senador possui foro privilegiado, só poderia ter ligações gravadas com autorização prévia do STF. A defesa de Demóstenes ainda analisa ser irá recorrer da decisão.
Nesta sexta, em evento no Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador defendeu a validade das gravações telefônicas feitas pela Polícia Federal que mostram diálogos entre o senador e o bicheiro Carlinhos Cachoeira. O teor das conversas poderá ser usado como prova contra o senador no inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal para investigar a relação entre os dois.
Do G1 DF
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