" Sigo em frente, pra frente eu vou
sigo enfrentando as ondas onde muita gente naufragou ..."



sábado, 28 de abril de 2012

Procurador cita repasse de Cachoeira a Demóstenes de até R$ 3 milhões


Por Cláudio Santos
No pedido de instauração de inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal) para apurar as ligações do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, diz que é "expressamente referido" que "R$ 1 milhão foi depositado na conta" do parlamentar. O documento aponta um valor total repassado para o parlamentar de R$ 3,1 milhões.
A afirmação do procurador está no item 36, página 40 do inquérito encaminhado ao Supremo. Toda essa documentação foi liberada ontem pelo ministro Ricardo Lewandowski para a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Cachoeira, e para o Conselho de Ética do Senado, que está apreciando pedido de cassação do mandato do senador Demóstenes.
"Em diálogo no dia 22 de março de 2011, às 11:18:00, entre Carlos Cachoeira e Cláudio Abreu [ex-diretor da Delta], não degravado pela autoridade policial, é expressamente referido que o valor de um milhão foi depositado na conta do Senador Demóstenes e que o valor total repassado para o Parlamentar foi de R$ 3.100.000,00 (três milhões e cem mil reais)", escreveu o procurador da República no inquérito, após analisar documentos da operação Monte Carlo, que desmontou o esquema de ocupação de poder por parte de Cachoeira em todas as esferas do Estado.
Em uma das gravações, também do dia 23 de março de 2011, ao qual o R7 teve acesso, Cachoeira discute com seu contador Geovani Pereira da Silva, e com Abreu sobre o pagamento. O ex-diretor da Delta diz que precisa resolver a "pendenga". Carlinhos pergunta:
— Que história é essa de "um" que eu tô segurando de quê?
Geovani diz que está devendo "um milhão e oitenta e seis" e que, na verdade, só tem "oitenta e seis". Carlinhos diz que "esse 'um' é o do Demóstenes, uai!". O contador da organização nega.
— Não, moço! Cê não lembra que... Naquela época lá em outubro tava dois e cem, aí nós lançamos um dele, deu baixa aqui. E baixamos "um" que foi esse "um" aqui, uai! Tá dando a diferença de lá pra cá, uai!
Carlinhos rebate.
— Não, peraí... Só tinha "um" na pendência que eu joguei pro Demóstenes. Que "um" que é esse?
O dinheiro foi repassado na mesma época da campanha eleitoral.
Em despacho assinado ontem à tarde, Lewandowski deixou claro que a CPI, o Conselho do Senado e a Comissão da Câmara devem preservar o segredo das informações do inquérito, em especial as interceptações telefônicas. A publicação ontem da íntegra do inquérito relacionado ao senador pelo site 247 poderá gerar uma investigação no STF.
R7

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