Por Cláudio Santos
Eduardo Campos, de certa maneira, repete a trajetória de Fernando Collor de Melo em 1989. O ex-presidente era governador de Alagoas, jovem e com rosto de galã de novela. A população brasileira estava cansada da turbulência do Governo Sarney, das velhas estruturas e viu naquele “caçador de marajás” o novo, a esperança de alguma coisa diferente. Do mesmo jeito o neto de Arraes comanda os destinos de um Estado nordestino, encanta o eleitorado feminino com seus olhos verdes e está com um discurso afiado, explorando as contradições do PT e tentando convencer os brasileiros que se pode ir além com o PSB no Palácio do Planalto.
Eduardo Campos, de certa maneira, repete a trajetória de Fernando Collor de Melo em 1989. O ex-presidente era governador de Alagoas, jovem e com rosto de galã de novela. A população brasileira estava cansada da turbulência do Governo Sarney, das velhas estruturas e viu naquele “caçador de marajás” o novo, a esperança de alguma coisa diferente. Do mesmo jeito o neto de Arraes comanda os destinos de um Estado nordestino, encanta o eleitorado feminino com seus olhos verdes e está com um discurso afiado, explorando as contradições do PT e tentando convencer os brasileiros que se pode ir além com o PSB no Palácio do Planalto.
As semelhanças param por aí porque
Collor sempre esteve ligado às oligarquias nordestinas, representou um projeto
da direita, além de não ter o equilíbrio necessário para exercer um cargo tão
importante quanto à presidência da República. Eduardo sempre militou no campo
da esquerda, ao lado do seu avô Miguel Arraes, de Jarbas, de Lula e de outros
líderes que mais na frente, com a redemocratização, tomaram caminhos
diferentes.
É evidente que o governador de
Pernambuco é mais pragmático, mas preparado e mais confiável do que o hoje
senador alagoano.
Talvez os dois políticos tenham em
comum também a determinação. Ambos são persistentes, quando botam uma ideia na
cabeça parecem ser capazes de tudo para viabilizá-la.
Collor enfrentou um governo impopular
e o discurso anti-Sarney lhe rendeu milhões de votos. Eduardo irá ter pela
frente uma presidente com altos índices de aprovação, sua aliada nas eleições
passadas. Inteligente, o socialista já contornou essa situação nas articulações
políticas e no discurso e dificilmente poderá ser chamado de traidor.
Eduardo é candidatíssimo. No programa
nacional do PSB, que foi ao ar na quinta-feira, avançou ainda mais em seu
projeto político e caprichou no visual. Tanto que o ex-deputado Roberto
Jefferson (PTB) comparou-o na telinha ao ator Rodrigo Lombardi.
O posicionamento do governador de
Pernambuco incomoda a presidente Dilma e os petistas. Já se discute claramente
em Brasília a demissão dos socialistas da Administração Federal.
Em 2014 teremos três ou quatro
candidaturas competitivas: Dilma (PT), Aécio (PSDB), Eduardo (PSB) e Marina (Rede).
Dos quatro Eduardo Campos é o que
lembra mais a trajetória de Fernando Collor. As diferenças entre os dois,
porém, são maiores do que as semelhanças. Não há o que temer. O pernambucano no
governo federal não sairia fazendo loucuras por aí e poderia quem sabe avançar
mais em relação ao PT.
Interessante é se a disputa de 2014 se
der entre duas lideranças mais à esquerda: Dilma e Eduardo. Com o detalhe de
que o socialista para chegar num eventual segundo turno, superando Aécio, terá
de conquistar amplos setores da direita.
Mesmo assim, não há perigo, Eduardo
Campos nunca será um Collor de Melo.
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