" Sigo em frente, pra frente eu vou
sigo enfrentando as ondas onde muita gente naufragou ..."



sábado, 27 de abril de 2013



Por Cláudio Santos

Eduardo Campos, de certa maneira, repete a trajetória de Fernando Collor de Melo em 1989. O ex-presidente era governador de Alagoas, jovem e com rosto de galã de novela. A população brasileira estava cansada da turbulência do Governo Sarney, das velhas estruturas e viu naquele “caçador de marajás” o novo, a esperança de alguma coisa diferente. Do mesmo jeito o neto de Arraes comanda os destinos de um Estado nordestino, encanta o eleitorado feminino com seus olhos verdes e está com um discurso afiado, explorando as contradições do PT e tentando convencer os brasileiros que se pode ir além com o PSB no Palácio do Planalto.

As semelhanças param por aí porque Collor sempre esteve ligado às oligarquias nordestinas, representou um projeto da direita, além de não ter o equilíbrio necessário para exercer um cargo tão importante quanto à presidência da República. Eduardo sempre militou no campo da esquerda, ao lado do seu avô Miguel Arraes, de Jarbas, de Lula e de outros líderes que mais na frente, com a redemocratização, tomaram caminhos diferentes.
É evidente que o governador de Pernambuco é mais pragmático, mas preparado e mais confiável do que o hoje senador alagoano.
Talvez os dois políticos tenham em comum também a determinação. Ambos são persistentes, quando botam uma ideia na cabeça parecem ser capazes de tudo para viabilizá-la.
Collor enfrentou um governo impopular e o discurso anti-Sarney lhe rendeu milhões de votos. Eduardo irá ter pela frente uma presidente com altos índices de aprovação, sua aliada nas eleições passadas. Inteligente, o socialista já contornou essa situação nas articulações políticas e no discurso e dificilmente poderá ser chamado de traidor.
Eduardo é candidatíssimo. No programa nacional do PSB, que foi ao ar na quinta-feira, avançou ainda mais em seu projeto político e caprichou no visual. Tanto que o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) comparou-o na telinha ao ator Rodrigo Lombardi.
O posicionamento do governador de Pernambuco incomoda a presidente Dilma e os petistas. Já se discute claramente em Brasília a demissão dos socialistas da Administração Federal.
Em 2014 teremos três ou quatro candidaturas competitivas: Dilma (PT), Aécio (PSDB), Eduardo (PSB) e Marina (Rede).
Dos quatro Eduardo Campos é o que lembra mais a trajetória de Fernando Collor. As diferenças entre os dois, porém, são maiores do que as semelhanças. Não há o que temer. O pernambucano no governo federal não sairia fazendo loucuras por aí e poderia quem sabe avançar mais em relação ao PT.
Interessante é se a disputa de 2014 se der entre duas lideranças mais à esquerda: Dilma e Eduardo. Com o detalhe de que o socialista para chegar num eventual segundo turno, superando Aécio, terá de conquistar amplos setores da direita.
Mesmo assim, não há perigo, Eduardo Campos nunca será um Collor de Melo.

Com informações Roberto Almeida

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