ACLAMADO NO PSB
O governador Eduardo Campos já conquistou 85% do partido
Por Cláudio Santos
Manhã da segunda-feira 27, Mar Hotel, praia
da Boa Viagem, Recife, Pernambuco. Passava das 10 horas quando o
governador do Estado, Eduardo Campos, entrou em uma sala de reunião onde
cerca de 300 militantes socialistas o esperavam para o 1º Encontro de
Vereadores da legenda. O objetivo do evento era frugal. Envolvia a troca
de experiências no Legislativo. No entanto, o tom eleitoral tomou conta
dos discursos. Adesivos e panfletos exaltando o nome do socialista para
presidente da República foram distribuídos e a reunião transformou-se
em palanque para Eduardo Campos. Ovacionado com gritos de “Brasil para a
frente, Eduardo presidente”, Campos abriu um largo sorriso. “Não tem
mais volta, ele será candidato”, afirma o presidente do PSB em São
Paulo, deputado Márcio França. Se a candidatura será mesmo oficializada
em 2014, o tempo se encarregará de dizer. O primeiro passo, porém, já
está dado.
Segundo levantamento feito por ISTOÉ entre os diretórios estaduais do partido e a executiva nacional, o governador já conquistou o apoio da maioria do PSB. A enquete mostra que os militantes e a direção do partido querem mesmo que Campos seja o candidato do partido à sucessão de Dilma Rousseff. “Não temos nada contra o governo Dilma. Aliás, votamos com ela em 95% dos casos, mas chegou a nossa hora de tentar fazer mais e melhor”, defende França. “O nome de Eduardo está maduro. O momento é agora”, faz coro o deputado federal Júlio Delgado, de Minas Gerais. Dos 35 representantes da executiva nacional do partido, 22 são a favor da candidatura própria (ver quadro). Entre os diretórios estaduais, a vitória a favor da candidatura de Campos ao Planalto em 2014 é ainda mais avassaladora – 85% dos dirigentes são favoráveis ao voo solo. “O nome do governador Eduardo Campos representa algo diferente. Estamos com ele”, entende Severino Araújo, presidente do diretório paranaense.
Segundo levantamento feito por ISTOÉ entre os diretórios estaduais do partido e a executiva nacional, o governador já conquistou o apoio da maioria do PSB. A enquete mostra que os militantes e a direção do partido querem mesmo que Campos seja o candidato do partido à sucessão de Dilma Rousseff. “Não temos nada contra o governo Dilma. Aliás, votamos com ela em 95% dos casos, mas chegou a nossa hora de tentar fazer mais e melhor”, defende França. “O nome de Eduardo está maduro. O momento é agora”, faz coro o deputado federal Júlio Delgado, de Minas Gerais. Dos 35 representantes da executiva nacional do partido, 22 são a favor da candidatura própria (ver quadro). Entre os diretórios estaduais, a vitória a favor da candidatura de Campos ao Planalto em 2014 é ainda mais avassaladora – 85% dos dirigentes são favoráveis ao voo solo. “O nome do governador Eduardo Campos representa algo diferente. Estamos com ele”, entende Severino Araújo, presidente do diretório paranaense.
Além da contabilidade favorável, outro sinal de que todas as arestas
já estão aparadas no PSB foi o jantar na terça-feira 28 entre Eduardo
Campos e o ex-ministro Ciro Gomes. Crítico da candidatura própria até a
semana passada, Gomes já diz que irá apoiar uma eventual postulação do
pernambucano caso a maioria do partido decida lançá-lo. “Se meu partido
tiver candidato, depois que fizer minhas ponderações, vou acompanhar o
partido”, disse o ex-ministro. Ciro Gomes aponta como “incoerência” dos
socialistas disputar o Planalto na condição de sigla aliada ao governo.
Para resolver a questão, a cúpula do PSB já acertou que entregará os
cargos na administração federal em setembro. “A entrega dos cargos nos
libera para fazer um discurso mais assertivo”, entende Márcio França.
MATERIAL DE CAMPANHA
Socialistas distribuíram santinhos em favor da candidatura de Eduardo Campos
ao Planalto em encontro de vereadores na segunda-feira 27, no Recife
Dado o primeiro passo, que é a conquista do apoio interno, os
socialistas trabalharão até o fim do ano para costurar as alianças. Em
São Paulo, por exemplo, o PSB deverá se aliar à reeleição do governador
Geraldo Alckmin, indicando um vice socialista à chapa. A disputa é
estadual, mas no apoio a Alckmin está embutida uma estratégia nacional. O
principal objetivo é tentar enfraquecer o palanque em São Paulo de
Aécio Neves, pré-candidato à Presidência e, portanto, adversário em
potencial de Campos. A 16 meses das eleições, o cenário ainda pode mudar
por completo, mas os especialistas eleitorais são unânimes em afirmar
que, entre os nomes dos pré-candidatos colocados até agora para a
disputa em 2014 – Aécio Neves (PSDB), Eduardo Campos (PSB) e Marina
Silva (Rede) –, só existe espaço para um ou no máximo dois candidatos,
já que as previsões também dão como certo que Dilma estará no segundo
turno. Nessa lógica, Campos não tem muito a perder. Aos 47 anos, ele, na
pior das hipóteses, terá a imagem conhecida nacionalmente. Hoje, o
governador pernambucano figura com 6% de intenções de voto nas pesquisas
eleitorais, mas só é conhecido por 20% do eleitorado nacional. São
nesses índices que ele se apoia para decolar em 2014.
Fotos: Leo Caldas/ Editora Globo; Michele Souza/JC Imagem
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