Fonte: Magno Martins
Ao ser informado sobre o rompimento do ex-prefeito de Belo Jardim, João Mendonça, com o seu grupo histórico, os Mendonça, acenando para o pulo do gato rumo às asas protetoras do Governo, me veio à lembrança o último encontro com o ex-deputado José Mendonça Bezerra.
Quinze dias antes de ser internado, Mendonção, sem nenhum sintoma aparente de que estava doente, fez um grande desabafo ao blogueiro. Entre um e outro gole de vinho branco traçando uma peixada num restaurante do Recife, detonou o sobrinho João Mendonça, que, segundo ele, vinha conspirando contra a sua candidatura.
Depois de 10 mandatos federais, Mendonção queria encerrar a vida pública como prefeito de Belo Jardim. Mas, tinha uma pedra no meio do seu caminho, que ele nunca havia imaginado: João Mendonça. Na política do vale tudo para alcançar o poder, o sentimento mais deplorável é o da ingratidão, já dizia Agamenon Magalhães.
“Ele é um ingrato”, repetia várias vezes Mendonção, durante a conversa, reportando-se ao sobrinho traidor. O velho cacique, cuja maior virtude era ter um lado definido na política e imaginava ser este também um traço da personalidade do sobrinho, morreu rompido e profundamente decepcionado com ele.
Não esperava ser apunhalado pelas costas na hora que mais precisava por alguém a quem nunca abandonou, manteve fidelidade e tratou como se fosse um filho.
Do deputado Mendonça Filho ao confirmar o relato acima: “João tinha compromisso de apoiar meu pai para o cargo de prefeito, mas por trás agia de maneira diferente. Os dois deixaram de se falar. Promovi a paz entre eles, mas posso dizer que meu pai morreu profundamente magoado. João foi criado como meu primo-irmão, mas agora se revelou. Eu não preciso nem ser procurado para tratar da desfiliação”.
Cláudio Santos
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