" Sigo em frente, pra frente eu vou
sigo enfrentando as ondas onde muita gente naufragou ..."



quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Marta se esconde no banheiro do Senado


Do Jornal do Commércio
Responsável pela nomeação do ex-presidente da Embratur Mário Moyses, preso ontem na Operação Voucher, a senadora Marta Suplicy (PT-SP) chegou a se esconder no banheiro do cafezinho do plenário para fugir dos jornalistas e evitar falar sobre o ex-assessor. Impecável num tailler vermelho, a vice-presidente do Senado se encastelou na cadeira de presidente durante quatro horas, de olhos grudados no computador, enquanto os senadores da oposição se revezavam para criticar o novo escândalo de desvio de cerca de R$ 4 milhões no Ministério do Turismo, durante parte de sua gestão na pasta.

Mário Moyses foi braço direito de Marta em São Paulo, inclusive em suas campanhas políticas. Mas ela se negou o tempo todo a falar sobre o rombo na pasta que administrou.

Durante todo o tempo em que presidiu a sessão, Marta se manteve com a cara fechada. Quando o senador Mário Couto (PSDB-PA) falou de "ladrões" no Ministério do Turismo, citando as prisões de Frederico e Mário Moysés, Marta virou o rosto para o outro lado e ficou fazendo cara de impaciência. "Malditos aqueles que roubam! Mas vão pagar, doa a quem doer, presidente!", bradava Mário Couto, enquanto Marta nem se movia na sua direção, mantendo os olhos fixos na tela do computador a sua frente.

Por volta das 17 horas, quando o presidente José Sarney (PMDB-AP) chegou ao plenário para presidir a Ordem do dia, ela não se levantou da cadeira. Ele ficou por alguns minutos em pé no plenário enquanto Marta, atabalhoadamente, tentava ela mesma presidir a ordem do dia (início da sessão de votação). Mas, nervosa, começou a discutir uma matéria, sem sequer anunciar a abertura da ordem do dia.

Quando Sarney subiu à mesa e retomou seu lugar, Marta continuou sentada ao seu lado, enquanto o grupo de jornalistas a aguardava embaixo. Por fim, ela saiu da mesa, mas refugiou-se no banheiro do cafezinho. Os jornalistas se deslocaram, então, para a porta do banheiro e esperaram por cerca de 20 minutos enquanto ela despachava lá dentro com assessores.

Quando finalmente ela saiu do banheiro, caminhou a passos largos de volta ao plenário, com o celular no ouvido, ignorando as perguntas dos jornalistas sobre a prisão de seu homem de confiança. "Não vou falar. Tudo que tinha a dizer, já falei", negou-se Marta, subindo novamente para a mesa.

Coordenador político do gabinete da senadora Marta Suplicy (PT-SP), Charles Capela de Abreu negou que a senadora tenha se trancado no banheiro para fugir de jornalistas. Diz que é totalmente equivocada essa análise e também a de que Marta tentou ficar mais tempo na presidência da mesa do Senado.

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