Com quase 14 milhões de brasileiros sem saber ler nem escrever um
bilhete simples, a presidente Dilma Rousseff deixou de lado o
compromisso de campanha de erradicar o analfabetismo no país. O objetivo
não aparece no Brasil Maior, o plano plurianual com as metas detalhadas
do governo até 2015, recentemente enviado pelo governo ao Congresso.
Onze meses após a presidente ter assumido o compromisso em um debate
na televisão, a erradicação do analfabetismo saiu de cena. Em seu lugar,
o governo se compromete agora a "reduzir a taxa de analfabetismo,
especialmente entre as mulheres, a população do campo e
afrodescendentes".
O problema não é com a palavra erradicação, que se repete com
frequência nos documentos do "Brasil Maior". O plano plurianual fala em
erradicar a extrema pobreza, prioridade do governo, e também se
compromete com a erradicação do trabalho infantil, do trabalho escravo,
do sub-registro de nascimento, de pragas vegetais, doenças animais, da
mosca da carambola e até de casos de escalpelamento.
O ministro da Educação, Fernando Haddad, diz que o compromisso do
governo, fixado no Plano Nacional de Educação (PNE), é erradicar o
analfabetismo até 2020. "É uma tarefa árdua", calcula o ministro, com
base nos resultados obtidos até aqui de lenta redução do analfabetismo.
À reportagem, ele alegou que não se lembrava de ter ouvido Dilma
assumir compromisso com o fim do problema, que ainda atinge quase 10% da
população de jovens e adultos no País.
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