Por Cláudio Santos
Dois palestinos morreram em um bombardeio israelense contra o norte da
Faixa de Gaza nesta sexta-feira (16), durante a visita do
primeiro-ministro do Egiyo, Hisham Qandil, segundo fontes médicas
palestinas.
De acordo com fontes palestinas, os aviões israelenses bombardearam um
grupo de habitantes na área de Nazila, norte da Faixa de Gaza.
Um porta-voz do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu havia
acusado pouco antes o Hamas, que governa Gaza, de não respeitar uma
trégua provisória anunciada por Israel durante a visita do chefe de
Governo egípcio.
"O Hamas não respeita a visita do primeiro-ministro egípcio a Gaza e
viola a trégua temporária com a qual Israel concordou durante a visita",
disse Ofir Gendelman, porta-voz de Netanyahu, que está em campanha
eleitoral.
Israel havia anunciado que pararia os ataques enquanto Kandil estivesse
no enclave, desde que os militantes do Hamas fizessem o mesmo, mas os
israelenses retomaram os ataques aéreos após disparos de foguetes
palestinos contra o sul do território de Israel.
Fumaça
ergue-se de alvo atingido por bombardeio israelense dentro da Faixa de
Gaza nesta sexta-feira (16); a imagem foi feita de Israel, na fronteira
(Foto: Jack Guez/AFP)
Esforços para trégua
Qandil disse que seu país vai "intensificar seus esforços" para conseguir uma trégua entre os grupos armados palestinos e o estado de Israel, após a escalada de violência nos últimos dias na Faixa de Gaza, que deixou os inimigos à beira de uma nova guerra.
Qandil disse que seu país vai "intensificar seus esforços" para conseguir uma trégua entre os grupos armados palestinos e o estado de Israel, após a escalada de violência nos últimos dias na Faixa de Gaza, que deixou os inimigos à beira de uma nova guerra.
Ele está em uma breve visita ao território para tentar deter a
violência dos últimos dias, detonada após Israel ter matado Ahmed
Jaabali, principal comandante militar do Hamas, movimento palestino que
governa a região.
Desde quarta-feira, bombardeios de lado a lado mataram pelo menos 24
pessoas (8 militantes palestinos, 13 civis palestinos e 3 civis
israelenses e deixaram mais de 235 palsetinos feridos, segundo fontes
médicas palestinas.
O premiê egípcio qualificou de "agressão" a ocupação israelense.
"O Egito vai intensificar seus esforços para terminar essa agressão e
conseguir uma trégua duradoura", disse, ao visitar um hospital de Gaza,
acompanhado por Ismail Haniye, chefe de governo do Hamas.
O
premiê do Egito, Hisham Kandil, à esquerda, e o líder do Hamas Ismail
Haniyeh acenam nesta sexta-feira (16) na cidade de Gaza (Foto: Reuters)
Ali, ele visitou vítimas dos ataques israelenses dos últimos dias.
O Egito, que atualmente tem um governo islâmico considerado
ideologicamente próximo ao Hamas, já negociou tréguas anteriores entre
Israel e militantes palestinos na Faixa de Gaza.
Kandil disse que o Egito, que assinou um tratado de paz com Israel em
1979, defende a criação de um Estado palestino, tendo Jerusalém como
capital.
Reservistas
Na véspera, o Ministério da Defesa de Israel anunciou a convocação de 30 mil reservistas, em uma demonstração de que os ataques ao território palestino, na chamada operação "Pilar de Defesa", podem ser intensificados.
Na véspera, o Ministério da Defesa de Israel anunciou a convocação de 30 mil reservistas, em uma demonstração de que os ataques ao território palestino, na chamada operação "Pilar de Defesa", podem ser intensificados.
Destes, 16 mil começaram a ser mobilizados já nesta sexta, segundo uma fonte militar.
O ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, disse que o fato de dois foguetes disparados de Gaza terem caído, pela primeira vez, na região perto de Tel Aviv na quinta-feira, é considerado "uma escalada" no conflito.
O ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, disse que o fato de dois foguetes disparados de Gaza terem caído, pela primeira vez, na região perto de Tel Aviv na quinta-feira, é considerado "uma escalada" no conflito.
A região foi atacada pela primeira vez desde 1991, quando a capital
econômica de Israel foi atingida por mísseis Scud lançados pelo Iraque
do então ditador Saddam Hussein.
A operação "Pilar de Defnsa" foi ativada na quarta-feira à tarde com o
assassinato em Gaza de Ahmad Jaabari, comandante militar do grupo
radical Hamas.
Os palestinos dispararam quase 300 mísseis contra Israel. Três israelenses morreram na quinta-feira quando um dos projéteis atingiu um prédio residencial no sul do país.
Os palestinos dispararam quase 300 mísseis contra Israel. Três israelenses morreram na quinta-feira quando um dos projéteis atingiu um prédio residencial no sul do país.
Ao mesmo tempo, há sinais de possíveis preparativos para um ataque terrestre.
Em ataques antes do amanhecer, aviões de guerra bombardearam áreas
abertas ao longo da zona de fronteira com Israel, no que poderia ser um
estágio de "amaciamento" para limpar o caminho para tanques.
Diplomacia
A União Europeia admitiu nesta sexta-feira que Israel tem o direito de defesa, mas pediu ao país uma "resposta proporcional" aos ataques dos grupos palestinos.
A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, afirmou estar "profundamente preocupada com a escalada da violência" e lamentou a perda de vidas nos dois lados.
O governo dos Estados Unidos pediu na quinta-feira a Egito e Turquia que utilizem sua influência com os palestinos para acabar com os disparos de foguetes a partir de Gaza, ao mesmo tempo que considerou que o Hamas deve interromper os ataques "injustificáveis".
A União Europeia admitiu nesta sexta-feira que Israel tem o direito de defesa, mas pediu ao país uma "resposta proporcional" aos ataques dos grupos palestinos.
A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, afirmou estar "profundamente preocupada com a escalada da violência" e lamentou a perda de vidas nos dois lados.
O governo dos Estados Unidos pediu na quinta-feira a Egito e Turquia que utilizem sua influência com os palestinos para acabar com os disparos de foguetes a partir de Gaza, ao mesmo tempo que considerou que o Hamas deve interromper os ataques "injustificáveis".
Última guerra
A última guerra entre os dois lados, uma blitz aérea israelense que durou três semanas e uma invasão por terra durante o período de Ano Novo de 2008-2009, deixou mais de 1.400 palestinos mortos, a maioria civis, e matou 13 israelenses.
A última guerra entre os dois lados, uma blitz aérea israelense que durou três semanas e uma invasão por terra durante o período de Ano Novo de 2008-2009, deixou mais de 1.400 palestinos mortos, a maioria civis, e matou 13 israelenses.
"Se o Hamas diz que compreende a mensagem e se compromete com um
cessar-fogo duradouro, via os egípcios ou qualquer outra pessoa, é isso
que nós queremos. Queremos tranquilidade no sul e uma forte dissuasão",
disse o vice-primeiro-ministro de Israel, Moshe Yaalon.
"Os egípcios têm sido um canal para a passagem de mensagens. O Hamas sempre se volta para pedir um cessar-fogo. Estamos em contato com o Ministério da Defesa egípcio. E poderia ser um canal em que um cessar-fogo seja alcançado", disse à rádio israelense.
"Os egípcios têm sido um canal para a passagem de mensagens. O Hamas sempre se volta para pedir um cessar-fogo. Estamos em contato com o Ministério da Defesa egípcio. E poderia ser um canal em que um cessar-fogo seja alcançado", disse à rádio israelense.
Muçulmana
protesta contra as operações militares de Israel em Gaza nesta
sexta-feira (16), em protesto diante da embaixada dos EUA em Kuala
Lumpur, capital da Malásia (Foto: Lai Seng Sin/AP)
Portal G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário