Por Cláudio Santos
João Pessoa/PB – A Polícia Federal deflagrou, na
manhã de hoje (09), a operação Squadre, na qual cerca de 400 policiais federais
estão dando cumprimento a 45 mandados de prisão, 11 conduções coercitivas e 19
mandados de busca e apreensão, totalizando 75 medidas judiciais, em sua maioria
na região metropolitana de João Pessoa.
A Operação tem o objetivo de desarticular grupos de
milicianos, compostos por integrantes de forças policiais locais e
particulares, que atuavam em todo o estado, realizando segurança privada
clandestina com emprego de mão de obra não-habilitada, despreparada e portando
armamentos ilegalmente.
Durante a investigação das organizações criminosas
desarticuladas constatou-se, ainda, a prática de diversos crimes, dentre os
quais o tráfico ilícito de armas, lavagem de dinheiro, extorsão, corrupção e a
atuação de um grupo de extermínio.
Entre os presos na Operação Squadre estão
integrantes de três diferentes milícias.
A primeira é composta por policiais militares,
policiais civis, um agente penitenciário e particulares, que atuavam como
“grupo de extermínio”, principalmente na região metropolitana de João Pessoa.
As vítimas eram em geral presos e ex-presidiários, executados em razão de
“acertos de contas”.
O outro grupo era comandado por oficiais da Polícia
Militar e realizava segurança privada clandestina, bem como comércio ilegal de
armas e munições, usando para isso uma empresa em nome de “laranjas”. O grupo
criminoso, que contava também com o apoio de um Delegado da Polícia Civil da
Paraíba, é investigado, ainda, pela prática de crimes financeiros e lavagem de
dinheiro.
Outra quadrilha de milicianos é formada por
policiais civis, policiais militares e um agente penitenciário, que atuava
extorquindo traficantes de drogas, assaltantes de banco e outros criminosos.
Os três grupos criminosos estão interligados pelo
tráfico ilegal de armas e munições.
Cooperação
A investigação, coordenada pela Polícia Federal com
o apoio do Ministério Público Estadual e da Secretaria de Segurança e Defesa
Social da Paraíba, começou há cerca de um ano e sua execução contou com a
participação do COT (Comando de Operações Táticas da Polícia Federal) e dos
GPIs (Grupos de Pronta Intervenção da Polícia Federal) de diversos estados.
As provas obtidas no curso das investigações devem ajudar na elucidação de vários homicídios praticados por todo o estado da Paraíba. Ações de Inteligência permitiram, inclusive, evitar execuções que seriam praticadas pela milícia.
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