Ao noticiar a demissão de Alfredo Nascimento do Ministério dos Transportes , os jornais estrangeiros destacaram que sua queda ocorre menos de um mês depois da saída de Antonio Palocci da Casa Civil. A maioria dos veículos destaca que a situação de Nascimento era delicada e ficou insustentável após a publicação da reportagem do GLOBO , que mostrou que o patrimônio da empresa do filho do então ministro, Gustavo Morais Pereira, aumentou 86.500% em dois anos.
O jornal espanhol "El País" lembra que a presidente Dilma Rousseff já havia observado há muito tempo que o Ministério dos Transportes estava "descontrolado". Para o veículo, Dilma sabe que a lealdade de seus seguidores é frágil e "deve ser alimentada com favores e posições".
"Uma maior intransigência contra a corrupção poderia criar a Dilma graves problemas na hora de governar e tomar decisões. Ela sabe disso e quem a conhece asseguram que a presidente está disposta a pagar essa conta antes de parecer débil em matéria de corrupção", diz o jornal espanhol.
Já o jornal argentino "Clarín" diz que, embora esta não seja uma crise tradicional porque não afeta o partido da presidente, Dilma terá que reconstruir sua base aliada para manter o governo em funcionamento. O também argentino "La Nación" lembrou que o Ministério dos Transportes é o responsável pela infraestrutura para a Copa de 2014 e para os Jogos Olímpicos de 2016. Em outra reportagem, o "La Nación" diz que a "herança maldita" dá um novo golpe em Dilma. A expressão é uma referência às palavras ditas várias vezes pelo ex-presidente Lula para falar do antecessor, Fernando Henrique Cardoso.
"Ao final do seu governo de sucesso, quando se preparava para deixar o poder nas mãos de sua afilhada política, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva alardeava ter superado la 'herança maldita' que, o antecessor Fernando Henrique Cardoso havia lhe deixado. Agora, sua sucessora, Dilma Rousseff, enfrenta o desafio de se sobrepor à 'herança maldita' que, na política, parece ter sido deixada por seu padrinho. Em somente seis meses de governo, a gestão de Dilma sofreu com duas saídas e, em ambos os casos, foram ministros deixados no poder por Lula", publicou o jornal argentino.
Também informando a importância estratégia da Pasta para a realização destes dois eventos de nível internacional, o "The Washington Post" noticiou que o ministério é responsável por um orçamento de milhões de dólares. O "The Wall Street Journal" disse que, antes da demissão, Alfredo Nascimento tinha concordado em cooperar com as investigações.
O jornal francês "Le Monde" afirmou que Alfredo Nascimento tinha tentando apagar o fogo quando informou que todas as licitações do ministério estavam suspensas por um período de 30 dias. Mas, diante de novas denúncias, a situação do então ministro se complicou.
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