Representantes
de entidades de professores e técnicos de ensino cobraram que o Plano
Nacional de Educação (PNE – PL 8035/10) destine 10% do Produto Interno
Bruto (PIB) para o setor até 2020. A meta inicial do governo é de 7%. Os
debatedores defenderam o financiamento como forma de garantir a
valorização dos profissionais de educação com piso salarial, plano de
carreira e formação continuada. A solicitação foi feita ontem, em
audiência pública conjunta da Comissão de Educação e Cultura e da
comissão especial que analisa o PNE.
Segundo
a presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação
(Undime), Leocádia da Hora, o PNE tem metas ousadas e precisa de um
investimento corajoso. “Com os recursos atuais, não conseguimos
enfrentar o desafio de a educação acompanhar o desenvolvimento do País”,
disse.
O
financiamento de 10% do PIB também foi defendido pela presidente do
Centro de Estudos Educação e Sociedade (Cedes), Ivany Pino, como “um
pilar para sustentação do Sistema Nacional de Educação”.
Apoio
de deputados - Os deputados presentes ao debate fizeram coro à
reivindicação. Segundo a presidente da Comissão de Educação e Cultura,
Fátima Bezerra (PT-RN), é preciso de mais dinheiro para que as metas do
PNE não se transformem “em uma bela carta de intenções”, sem resultados
práticos. Para Paulo Rubem Santiago (PDT-PE), os parlamentares precisam
pressionar o governo para aumentar os recursos. “Vamos pressionar até o
fim pelos 10%”, afirmou.
O
relator da Comissão Especial do PNE, deputado Angelo Vanhoni (PT-PR),
disse que o texto final precisa ajudar a levar a valorização do
magistério a todo o território nacional. “Temos três ou quatro metas que
tratam da qualidade da educação, formação e condições de trabalho dos
professores e a contribuição que as entidades nos trouxeram ajuda a
iluminar a questão”, destacou.
Salário
equiparado - Hoje, conforme a Lei 11.738/08, os professores da educação
básica devem receber pelo menos R$ 1.187,97 mensais. Mas, segundo a
Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), boa parte
dos estados e municípios não cumpre esse piso. O PNE prevê a aproximação
do salário do professor ao rendimento médio dos demais profissionais
com escolaridade equivalente.
Para
Fátima Bezerra, mais do que aproximação, é essencial haver a
equiparação de vencimentos. “Não vamos aceitar a meta do PNE dizendo que
vai aproximar o piso salarial do magistério. Queremos a equiparação aos
demais profissionais do piso superior”, declarou.
Segundo
o secretário de Assuntos Educacionais da Confederação Nacional dos
Trabalhadores em Educação (CNTE), Heleno de Araújo Filho, o
desenvolvimento do ensino deve ser feito por meio da valorização do
trabalhador. Ele reivindicou que as metas previstas no PNE não sejam
restritas aos professores, mas a todos os profissionais da área.
A
coordenadora-geral da Federação de Sindicatos de Trabalhadores das
Universidades Brasileiras (Fasubra), Léia de Souza Oliveira, também
pediu que o PNE contemple mais os técnicos administrativos. De acordo
com ela, atualmente existem 182 mil trabalhadores sem piso salarial
digno. Léia lembrou que servidores de diversas universidades federais
estão em greve há mais de dois meses.
Agência Câmara
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