Por Cláudio Santos
Assessor de Demóstenes chega ao Congresso
para levar carta de desfiliação
para levar carta de desfiliação
O senador Demóstenes Torres (GO) pediu desfiliação do DEM nesta terça-feira (3) em carta enviada à direção do partido.
"Embora discordando frontalmente da afirmação de que eu tenha me
desviado reiteradamente do Programa Partidário, mas diante do
pré-julgamento público que o partido fez, comunico a minha desfiliação
do Democratas", diz carta assinada pelo senador e entregue ao presidente
da legenda, senador Agripino Maia (RN).
A decisão foi tomada após o DEM anunciar a abertura de um processo
disciplinar para apurar o envolvimento do senador com Carlos Augusto
Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso pela PF em fevereiro sob a
acusação de comandar um esquema de jogo ilegal em Goiás.
Segundo gravações da Polícia Federal, o senador teria usado o mandato para favorecer o bicheiro.
Com o pedido de desfiliação, o processo disciplinar que poderia resultar na expulsão do senador do partido perde o sentido.
Com o pedido de desfiliação, o DEM poderá ir à Justiça Eleitoral para
requerer de volta o mandato do senador. O partido poderá alegar na
Justiça Eleitoral que o senador goiano incorreu em infidelidade
partidária. A lei prevê como justificativas para deixar a sigla durante
mandato a fusão do atual partido com outra legenda, a criação de novo
partido, uma mudança radical no programa partidário ou sofrer grave
discriminação pessoal. Em tese, Demóstenes não se encaixaria em nenhum
desses itens.
Mesmo fora do partido, Demóstenes continua correndo risco de ficar
inelegível porque antes de uma eventual decisão definitiva da Justiça
Eleitora o senador continuaria no cargo e ainda poderia ser cassado e
perder o direito de se eleger. Na semana passada, foi protocolada representação
na Comissão de Ética pedindo a apuração de quebra de decoro parlamentar
em função do suposto envolvimento do parlamentar com Cachoeira.
Em caso de perda do mandato, Demóstenes também ficará sem o foro
privilegiado. Fora do Senado, ele seria investigado e julgado pela
primeira instância e não pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Caso
retorne à vaga que ocupava no Ministério Público de Goiás, antes de ser
eleito, poderia sofrer processo administrativo no Conselho Nacional do
Ministério Público (CNMP) e responder criminalmente pelas denúncias na
segunda instância, o Tribunal de Justiça de Goiás.
Antes de anunciar o processo de expulsão, o DEM havia cobrado
explicações de Demóstenes. O partido queria que ele apresentasse
justificativas ou fizesse um pronunciamento na tribuna do Senado. Mas o
senador argumentou que precisa de mais tempo para analisar o inquérito
ao qual responderá no Supremo Tribunal Federal.
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