Por Cláudio Santos
Um asteroide de 130 mil
toneladas passará nesta sexta-feira (15) a apenas 27.860 quilômetros da
Terra, o mais próximo que um objeto cósmico perigoso esteve de nosso
planeta, segundo a Nasa. O asteroide, denominado 2012DA14, foi detectado
por astrônomos na Espanha há um ano, quando se encontrava a 4,3 milhões
de quilômetros da Terra e se aproxima a 28.100 quilômetros por hora,
informou a agência espacial americana.
Animação da trajetória do asteroide, feita pelo Observatório Astronômico de Maiorca |
A rocha espacial, do
tamanho de meio campo de futebol, é tão opaca que os astrônomos só podem
observar sua trajetória na gama infravermelha do espectro onde se
reflete o calor do sol. A primeira detecção do 2012DA14 aconteceu em 23
de fevereiro de 2012 por astrônomos filiados ao observatório de Sagra,
em Mallorca, e desde então várias agências espaciais do mundo passaram a
acompanhá-lo e fizeram projeções de sua possível trajetória.
Nesta sexta-feira (15),
às 17h24 de Brasília, o asteroide de 45 metros de largura, passará sobre
Sumatra (Indonésia) e se situará cerca de 8.050 quilômetros abaixo dos
quase 400 satélites geossíncronos postos em órbita pela humanidade.
A Nasa sustenta que não
há probabilidade que o asteroide caia na Terra e os astrônomos
projetaram o itinerário do 2012DA14 com tanta precisão que têm certeza
que não se aproximará a menos de 27.520 quilômetros. A Terra recebe
constantemente uma chuva de asteroides que, em sua grande maioria, são
de tamanho pequeno e se queimam pela fricção ao penetrar a atmosfera.
A agência espacial
americana lembrou que em 1908 um asteroide, que calcula-se que media 40
metros de largura, penetrou a atmosfera sobre a Sibéria e sobrevoou as
florestas em uma área de 2.140 quilômetros quadrados. O caso é conhecido
como o "incidente Tunguska".
Se o 2012DA14 estivesse
em curso de colisão com a Terra, explodiria na atmosfera com uma
potência de 2,5 megatons, equivalente a 157 vezes a energia liberada
pela primeira bomba atômica detonada sobre Hiroshima (Japão) em 1945.
Tal explosão causaria destruição em uma ampla região, mas de nenhuma
maneira seria uma ameaça para a vida no resto do planeta.
Os astrônomos sabem,
além disso, que a passagem próxima do 2012DA14 não é no curso de uma
órbita, motivo pelo qual não esperam que o asteroide volte a
aproximar-se da Terra. Mas a aproximação vem cheia de promessas para os
astrônomos, que estão ansiosos para estudar a composição dos asteroides.
Os cientistas da Nasa
usarão o Radar Goldstone de Sistemas Solares, instalado no Deserto de
Mojave (Califórnia), para continuar a observação do asteroide após sua
aproximação. Os analistas calculam que uma passagem tão próxima - o
2012DA14 estará muito mais perto da Terra que a Lua - de um objeto de
tal tamanho ocorre aproximadamente a cada quatro décadas e o impacto na
Terra uma vez a cada 1,2 mil anos.
Informa a AGÊNCIA EFE
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