Por Cláudio Santos
O
novo partido político a ser lançado hoje pela ex-senadora Marina Silva
não deseja receber doações eleitorais de empresas 'sujas'. Estão
excluídos fabricantes de bebidas alcoólicas, cigarros, armas e
agrotóxicos.
A
ideia é oferecer aos eleitores uma opção mais pura na corrida
presidencial de 2014. Além de representar 'um novo mundo possível',
Marina também rejeitará um certo tipo de dinheiro.
O marketing é bom, mas a pureza oferecida está pela metade.
Empreiteiras,
por exemplo, ficaram fora do 'índex marinista'. Em 2010, a Andrade
Gutierrez doou R$ 1,1 milhão para a campanha presidencial de Marina. A
Camargo Corrêa entrou com mais R$ 1 milhão.
A
Andrade Gutierrez é responsável pela construção da usina nuclear Angra
3. Conclui-se, portanto, que a nova legenda aceita de bom grado dinheiro
relacionado à energia nuclear -para não citar outras encrencas
relacionadas a empreiteiras.
Outro
exemplo é a Suzano Papel e Celulose. A empresa é muito criticada por
alguns ambientalistas que a acusam de ser uma poluidora de rios. Em
2010, deu R$ 532 mil para Marina. Poderá repetir a dose em 2014.
Há
mais casos. Não caberiam todos aqui. A rigor, o dinheiro de todas as
grandes empresas do país será sempre incompatível com o purismo
pretendido por Marina e sua nova legenda.
Essa
inconsistência na fórmula de recebimento de doações não significa risco
certo de fracasso para o projeto de eleger Marina presidente no ano que
vem. Apenas expõe uma entre muitas fragilidades na ainda incipiente
candidatura.
Para
ter sucesso em 2014, Marina precisa acumular forças e vitaminar seu
projeto político. Não é obrigada a ganhar o Planalto. Basta receber mais
votos do que em 2010. O problema é que, quando se olha o cenário atual,
essa parece ser uma missão difícil para a ex-senadora. ( * Folha de
S.Paulo)
Com informações do Magno Martins
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