Aplausos na chegada do corpo de Fernando Lyra À Assembleia Legislativa (Foto: Katherine Coutinho/G1)
Por Cláudio Santos
O corpo do ex-ministro da Justiça Fernando Lyra chegou à Assembleia Legislativa de Pernambuco
(Alepe) pouco depois do meio-dia desta sexta-feira (15) para receber a
última homenagem dos recifenses. Lyra morreu na tarde da quinta-feira
(14), de falência múltipla de órgãos, no Instituto do Coração (Incor),
em São Paulo. Na Alepe, família, amigos e autoridades já aguardavam a
chegada do corpo. Muito emocionada, a filha, Patrícia Lyra, preferiu não
falar com a imprensa por enquanto, recebendo apenas os cumprimentos. Os
lanceiros da Polícia Militar, Dragões dos Guararapes, já se encontram
no local.
João Lyra Neto, irmão de Fernando Lyra, comentou o legado deixado por ele. De acordo com o vice-governador, o papel do irmão na sociedade brasileira foi tão importante como sua presença e devoção familiar. “Fernando Lyra foi um grade lutador pela liberdade e importante peça no processo de redemocratização do Brasil. Na eleição de Tancredo Neves, do qual ele foi ser Ministro, ele teve a missão de garantir a liberdade de imprensa e lutou para que a manifestação do pensamento fosse livre, novamente, em nosso país. Um dos maiores legados que ele deixou, além de sua correção, compromisso com o povo brasileiro e luta pela liberdade, foi a de companheiro legal, irmão, pai e principal conselheiro da minha vida política” afirma o irmão dele, João Lyra Neto.
João Lyra Neto, irmão de Fernando Lyra, comentou o legado deixado por ele. De acordo com o vice-governador, o papel do irmão na sociedade brasileira foi tão importante como sua presença e devoção familiar. “Fernando Lyra foi um grade lutador pela liberdade e importante peça no processo de redemocratização do Brasil. Na eleição de Tancredo Neves, do qual ele foi ser Ministro, ele teve a missão de garantir a liberdade de imprensa e lutou para que a manifestação do pensamento fosse livre, novamente, em nosso país. Um dos maiores legados que ele deixou, além de sua correção, compromisso com o povo brasileiro e luta pela liberdade, foi a de companheiro legal, irmão, pai e principal conselheiro da minha vida política” afirma o irmão dele, João Lyra Neto.
Colegas, políticos da atualidade, também estiveram presentes no velório
do ex-ministro para prestar homenagens. O presidente da Alepe, o
deputado estadual Guilherme Uchôa (PDT) lembra de Fernando Lyra como uma
pessoa conciliadora. "Tive poucos contatos pessoais com ele, mas lembro
de Fernando como uma pessoa transparente, inteligente, um grande nome
do parlamento, dirigiu o Ministério da Justiça com muita propriedade.
Ele plantou sementes que vão continuar o legado político, como a
sobrinha Raquel Lyra", acredita Uchôa.
Família de Fernando Lyra recebe cumprimentos de amigos
(Foto: Katherine Coutinho/G1)
De acordo com a deputada estadual Raquel Lyra (PSB), sobrinha de
Fernando, a morte do tio é uma grande perda para a família, para os
amigos e o país. “Ele foi um exemplo de pessoa que conseguiu participar
de um processo tão importante na redemocratização do país”, explica a
deputada. “Ele lutou pela democracia para que pudéssemos estar aqui hoje
falando nas tribunas, com as rádios e liberdade de imprensa. Ele não se
curva jamais para deixar de lado seus ideais”, afirma. Mas o que marca
Raquel Lyra é também o lado familiar e devotado do tio. “Exemplo de
homem público e também exemplo de homem totalmente dedicado à família. A
família sabe disso, do cuidado que ele tinha de ajudar cada um do seu
jeito, sem esperar nada em troca. Era um coração enorme”, completa
Raquel.
Amigos de longa data de Fernando Lyra também foram à Alepe prestar uma última homenagem. “Fernando Lyra confiava nas pessoas. Eu não o conhecia até ele me convidar para ser secretário-geral”, confessa o advogado e integrante da Comissão da Verdade, José Paulo Cavancanti Filho. Para ele, a humanidade foi uma das principais características do ex-ministro. “Lembro dele em duas dimensões: a política, em que ele foi diretamente ligado à transição democrática, e a natureza humana. Ele era uma pessoa especial; alguns de nós transcendem e eu levo a imagem dele como estrela. Prefiro guardar dele a natureza humana, de quem viveu a vida intensamente”, afirma José Paulo, braço-direito de Fernando Lyra no Ministério da Justiça na década de 80.
Amigos de longa data de Fernando Lyra também foram à Alepe prestar uma última homenagem. “Fernando Lyra confiava nas pessoas. Eu não o conhecia até ele me convidar para ser secretário-geral”, confessa o advogado e integrante da Comissão da Verdade, José Paulo Cavancanti Filho. Para ele, a humanidade foi uma das principais características do ex-ministro. “Lembro dele em duas dimensões: a política, em que ele foi diretamente ligado à transição democrática, e a natureza humana. Ele era uma pessoa especial; alguns de nós transcendem e eu levo a imagem dele como estrela. Prefiro guardar dele a natureza humana, de quem viveu a vida intensamente”, afirma José Paulo, braço-direito de Fernando Lyra no Ministério da Justiça na década de 80.
O cientista político e professor Hely Ferreira tinha uma relação
próxima com Lyra e lembrou que a última vez em que se falaram foi no
Natal, por telefone. "Foi uma conversa rápida. Lembro sempre a maneira
como Fernando convivia com pessoas de idelogias diferentes de maneira
muito tranquila. O Brasil inteiro chora a perda dele. O fim da censura
devemos a Fernando, o Brasil é até um pouco ingrato. Ele aguentou o peso
do Ministério da Justiça saindo da ditadura militar", afirma Ferreira.
O senador pelo PTB Armando Monteiro Neto afirma que Fernando Lyra era
um homem público exemplar. "Ele é um referencial e uma inspiração para a
política. Sempre vou me lembrar da capacidade dele. Foi um combatente
quando preciso, durante os anos do regime militar, e um articulador,
conciliador, durante a transição da redemocratização", defende o
senador. O presidente Nacional do PSDB, Sérgio Guerra, também foi à
Assembleia Legislativa de Pernambuco para prestar suas condolências à
família de Fernando Lyra. "Ele foi um democrata, alguém generoso.
Cultivava os relacionamentos pela confiança. Ele era sobretudo
confiável", afirmou Guerra.
O ex-deputado e ex-governador do estado Roberto Magalhães, lembra que
foi adversário político de Lyra durante muitos anos, mas que, após a
eleição de Tancredo Neves para a presidência da República, tornaram-se
muito amigos. "Fernando era um político muito inteligente, um homem de
posições firmes. Graças a isso, ele se firmou no cenário nacional. A
candidatura de Tancredo Neves deve muito a ele", recorda Magalhães, que
ressalta ainda a atuação do ex-ministro durante a redemocratização e
também a atuação em Pernambuco. "Ele era desses grandes políticos que,
mesmo sem cargo público, ainda tem a admiração das pessoas", destaca.
Referencial
O vereador Jurandir Liberal (PT) destacou a coragem de Fernando Lyra. "Ele tinha uma coragem que se vê em poucos. É um dos referenciais da nossa política. Quando nossos referenciais se vão, é sempre dificícil," afirma o vereador. "Éramos adversários, mas vim reverenciar a memória histórica. Fernando era um ser político, foi um grande articulador", aponta o deputado federal Mendonça Filho (DEM).
O vereador Jurandir Liberal (PT) destacou a coragem de Fernando Lyra. "Ele tinha uma coragem que se vê em poucos. É um dos referenciais da nossa política. Quando nossos referenciais se vão, é sempre dificícil," afirma o vereador. "Éramos adversários, mas vim reverenciar a memória histórica. Fernando era um ser político, foi um grande articulador", aponta o deputado federal Mendonça Filho (DEM).
O vice-prefeito Luciano Siqueira também compareceu ao velório. "Nós
estamos perdendo não só um amigo do PCB, mas também um amigo de muitas
lutas. Pela coragem cívica, pelo poder de aglutinar. Fernando sempre
vinha para unir. Nós tínhamos uma amizade e ele deixa um legado na
política", acredita Siqueira.
Histórico
O ex-ministro foi internado no dia 29 de dezembro de 2012, no Real Hospital Português, no Recife, com infecção urinária e problemas cardíacos. Ele foi transferido no dia 5 de janeiro para o Incor, em São Paulo. Fernando Lyra havia saído da UTI do Incor no dia 9 de janeiro, após a infecção urinária ser tratada, mas voltou em menos de 48 horas para a unidade de cuidados intensivos. Na época, João Lyra Neto informou que o coração do ex-ministro estava funcionando com 30% da capacidade. Outro ponto que preocupava a equipe médica era a retenção de líquido, que resultava em aumento de peso e mais dificuldade para a função cardíaca.
O ex-ministro foi internado no dia 29 de dezembro de 2012, no Real Hospital Português, no Recife, com infecção urinária e problemas cardíacos. Ele foi transferido no dia 5 de janeiro para o Incor, em São Paulo. Fernando Lyra havia saído da UTI do Incor no dia 9 de janeiro, após a infecção urinária ser tratada, mas voltou em menos de 48 horas para a unidade de cuidados intensivos. Na época, João Lyra Neto informou que o coração do ex-ministro estava funcionando com 30% da capacidade. Outro ponto que preocupava a equipe médica era a retenção de líquido, que resultava em aumento de peso e mais dificuldade para a função cardíaca.
Fernando Lyra foi ex-deputado federal e um dos articuladores do nome de
Tancredo Neves como candidato à Presidência da República, através do
voto indireto no colégio eleitoral, em 1985. Com a morte do mineiro e a
posse de Sarney como presidente, foi mantido no governo, como ministro
da Justiça, por pouco mais de um ano.
Ultimamente, Fernando Lyra estava fora da vida pública e vivia ao lado
da família, no bairro de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, na Região
Metropolitana do Recife. Ele deixou esposa e três filhas.
Com informações do G1
Com informações do G1
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