Por Cláudio SanTOS
O ano era 1988, mas o título valia pelo polêmico Campenato Brasileiro de 1987. Quando Sport e Guarani entraram em campo, no estádio da Ilha da Retiro, no dia 7 de fevereiro, há 25 anos, a história dos dois times estava prestes a mudar. O Bugre poderia ser bicampeão (foi campeão em 78), enquanto o Leão poderia ser o primeiro nordestino a levantar o caneco. Motivação não faltava para os dois times. O resultado no fim acabou sendo favorável para o Rubro-negro. O zagueiro Marco Antônio marcou o único gol do encontro e deu o primeiro título nacional para o Sport. A conquista, apesar de contestada em muitos lugares do Brasil, é lembrada com muito orgulho pelos torcedores.
Um dos presentes dentro do gramado era o ex-ponta esquerda Neco. O atual treinador da base do Sport confessa não ter todos os lances da partida na memória. No entanto, ele só faz elogios ao time da época, considerado por ele um dos mais unidos da história do clube. "Talvez a gente não fosse o melhor, mas quem relaxava, a gente dava uma força. Tinha muita união acima de tudo", disse em entrevista ao Blog do Torcedor/Jornal do Commercio.
Neco ainda relembra que após comemorar o título foi agradecer pela conquista no Morro da Conceição. "Subi todos os degraus de joelhos. Fiquei todo ralado", afirmou.
Uma das poucas lembranças do ex-ponta é justamente o gol de Marco Antônio. Neco conta que a jogada era ensaiada com o lateral-direito Betão. "Marco Antônio era leve e vinha de trás forte. Betão sempre jogava no segundo poste para ele".
Na história do clube assim como os outros dez jogadores titulares daquele time, Neco admite que sempre é bom entrar para a lista de grandes atletas do clube por causa de um título nacional. Ele, porém, destaca que também fez história no Sport por conta do longo tempo que atuou na Ilha do Retiro. "Joguei quase treze anos lá. Foi um tempo muito grande. Se olhar atualmente, poucos são os jogadores que passam tanto tempo em uma equipe".
A CAMPANHA - Sport e Guarani disputaram o módulo amarelo da competição. Na primeira fase, o Leão ficou em primeiro sem perder nenhuma partida. Na segunda, perdeu apenas um jogo - para o Bangu fora de casa. Os cariocas seriam o adversário novamente na semifinal. No primeiro jogo, no Rio de Janeiro, derrota por 3x2. Na volta, vitória por 3x1. Os jogos contra o Bangu foram considerados os mais difíceis por Neco. "Jogar contra eles sempre era complicado. Jogaram até uma garrafa no Ribamar lá, mas conseguimos vencer".
A POLÊMICA - O grande imbróglio do campeonato de 87 foi a divisão em módulos feita pelo Clube dos 13, já que a Confederação Brasileira de Futebol não organizou a competição na época. O módulo verde contou 16 clubes, incluindo o Santa Cruz. O amarelo contou com outros 16 divididos em dois grupos de oito. Deveria haver um cruzamento entre os dois primeiros de cada módulo para denifir o campeão. No entanto, Flamengo e Internacional se recusaram a fazê-lo. Sport e Guarani ganharam as partidas por W.O contra esses times e fizeram a grande decisão. Após a disputa no campo, foi a vez de ocorrer inúmeras batalhas judiciais. O Sport acabou saindo vitorioso e consagrado campeão brasileiro do ano, sendo reconhecido inclusive pela Fifa.
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