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O que me pergunto é como um político proviciano, de carreira medíocre
, absolutamente desconhecido até ser nomeado, embora veterano na Câmara
Federal, chegou a ser Ministro do Turismo no Brasil.
Sabemos apenas que Pedro Novais, 81 anos, é do Maranhão, pertence ao
PMDB de José Sarney e chegou ao ministério levado pelas mãos de Henrique
Alves, o eterno líder do partido na Câmara, que há décadas maneja os
córdeis do poder parlamentar.
No momento em que escrevo, Novais já pode até ter sido saído ou
pedido para sair do ministério. Que diferença isso vai fazer para os
destinos do país?Alguém vai deixar de investir ou investir mais no
Brasil, o dólar vai subir ou cair, a Bolsa será abalada?
Só ficamos sabendo da sua existência em dezembro, logo após a sua
nomeação, quando foi denunciado pela imprensa por pagar as contas de uma
festinha promovida num motel em São Luís com dinheiro público.
Não deveria, portanto, nem ter entrado. Devolveu o dinheiro, mas isso
não impediu que virasse uma das 39 excelências da Esplanada dos
Ministérios.
No mês passado, escapou da "faxina" que levou à prisão um bando
homiziado no Ministério do Turismo, alegando que os "malfeitos" (êta
palavrinha da moda...) eram de responsabilidade da administração
anterior.
Esta semana, a "Folha" revelou que Novais tem o hábito de sustentar
sua criadagem particular com dinheiro do Tesouro Nacional, que paga a
governanta e o chofer da nobre família.
Como tantos outros homens ditos públicos, o ministro deve achar isso a
coisa mais normal do mundo. A confusão entre público e particular é
tamanha que ele é capaz de perguntar se o próprio PMDB está pedindo sua
cabeça "só por uma bobagenzinha dessas".
E não há perigo de melhorar. Os dois nomes cogitados entre os
peemedebistas para o lugar de Novais são os de Geddel Vieira Lima,
diretor da Caixa, e Moreira Franco, ministro da Secretaria de Assuntos
Estratégicos, que a presidente Dilma relutou em aceitar na montagem do
seu governo, mas são da confiança do vice presidente Michel Temer.
Em nome da governabilidade, ela ainda não teve uma semana de sossêgo
com este ministério frankstein loteado entre os partidos aliados, onde o
que menos importa é o prontuário e o currículo dos nomeados, mas apenas
quantos votos eles garantem no Congresso.
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