Corpos e destroços estavam a 3,9 km de profundidade
Quase mil dias após a queda do voo 447 da Air
France, será enterrado às 16h desta segunda-feira (5) no cemitério
Jardim das Saudades, em Paciência, zona oeste do Rio de Janeiro, o
corpo de Nelson Marinho Filho, mecânico de engrenagens e filho de Nelson
Marinho, presidente da Associação das Vítimas do Voo da Air France.
Trata-se do primeiro enterro dos 104 corpos retirados do fundo do mar do
oceano Atlântico na operação de resgate ocorrida em junho deste ano.
Nelson Marinho Filho era um dos 228 passageiros e tripulantes de 32 nacionalidades que morreram na queda do avião em 31 de maio de 2009. Desse total, 153 corpos foram recuperados do oceano e 74 continuam no fundo do mar. Todos os que foram retirados estavam a uma profundidade de 3,9 km. O voo tinha 18 brasileiros a bordo.
Para Nelson Marinho, o enterro de seu filho é uma forma de diminuir o sofrimento da família.
- Agora o ciclo se fecha. Com o enterro, a gente finaliza e consegue descansar um pouco mais. A luta contra o A330 [modelo do avião que caiu], não para por aqui não. Esse avião nós sabemos que é super-automático, tem defeito de fabricação e continha voando e arriscando vidas. Todos os dias saem aviões superlotados.
A operação para resgatar os corpos terminou no início de junho e, de acordo com o Ministério de Transportes francês, custou R$ 13,3 milhões (US$ 8,2 milhões).
As autoridades francesas decidiram retirar os corpos dos ocupantes do avião após comprovar que eram identificáveis a partir de testes de DNA.
O último relatório (ainda provisório) apresentado pelo BEA (Escritório de Investigação e Análise, em francês) apontando as possíveis causas do acidente indicava falta de treinamento dos pilotos.
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