A advogada de Lindemberg Alves, Ana Lúcia Assad disse nesta terça-feira (14) em meio ao depoimento da perita criminal Dairse Aparecida Pereira Lopes que a juíza Milena Dias "precisa voltar a estudar". A declaração foi feita logo após a defensora pedir para fazer mais uma pergunta à testemunha com base no "princípio real da verdade". A juíza então declarou que se princípio não existia e a advogada retrucou.
- Então você precisa voltar a estudar.
Na sequência, a promotora do caso, Daniela Hashimoto, manifestou-se e
disse que entendia a resposta como um desacato e que Ana Lúcia
poderia responder pelo seu ato. A juíza, no entanto, não deu
prosseguimento ao assunto e permitiu que a defesa de Lindemberg voltasse
a questionar a perita.
Ana Lúcia questionou Dairse sobre o pedido de correção do número da
arma constante nos laudos da perícia e a ela respondeu que é normal esse
tipo de correção, uma vez que quando os casos são registrados, muitas
vezes são feitos de forma rápida e pode haver algum engano na hora de
registrar o número do revólver.
O depoimento durou cerca de 30 minutos. Na sequência, quem começou a prestar depoimento foi o perito Helio Rodrigues Ramaciotti.
Antes da perita, foram ouvidos dois jornalistas que cobriram o caso
Rodrigo Hidalgo e Márcio Campos. Durante a fala deles, a advogada tentou
culpar a imprensa pelo desfecho do caso, mas foi impedida pela juíza.
Audiência
Após a pausa para almoço, o julgamento foi retomado, por volta das 14h, no Fórum de Santo André, no ABC paulista.
A sessão foi interrompida pouco antes das 13h, após o final do
depoimento do irmão mais novo de Eloá, Everton Douglas. Antes do
depoimento do adolescente, houve confusão na sala de audiência. Ana
Cristina Pimentel, mãe de Eloá, foi dispensada de depor. A dispensa foi
solicitada pela própria advogada de defesa do réu, Ana Lucia Assad, que
havia pedido o depoimento na segunda-feira (13).
Após o anúncio da dispensa, houve bate-boca entre acusação e defesa. A
acusação teria ficado revoltada com a decisão de Ana Lucia e disse que
não dispensaria a testemunha. A defensora de Lindemberg, então, teria
ficado com raiva e chegou a afirmar que, caso a testemunha não fosse
dispensada, ela deixaria o julgamento. Nesse momento, Ana Lucia foi
vaiada pela plateia que assiste ao júri.
Depois do tumulto, a acusação decidiu aceitar a dispensa da mãe de
Eloá. A advogada de Lindemberg solicitou então à juíza do caso, Milena
Dias, que pedisse à plateia para ficar em silêncio durante todo o
julgamento. Por volta das 11h50, o irmão mais novo de Eloá, Everton
Douglas, começou a ser ouvido.
Assista ao vídeo:
Primeiro dia de júri
Na segunda-feira (13), quatro pessoas listadas pela acusação foram
ouvidas, desde a adolescente Nayara Rodrigues, que passou grande parte
do sequestro ao lado da amiga Eloá, até o sargento Atos Valeriano, que
conduziu o início das negociações com Lindemberg. Além deles, prestaram
depoimento dois jovens que também estavam no apartamento quando o réu
invadiu o local armado.
Durante seu depoimento na segunda, Nayara afirmou que Lindemberg sempre teve intenção de matar Eloá. O depoimento começou por volta das 15h e terminou duas horas depois.
- Ele falou que iria matá-la e sair andando, se Eloá estivesse sozinha no apartamento.
Segundo Nayara, na época do crime, Lindemberg chegou a contar ao pai de Eloá de sua intenção de matar a adolescente então com 15 anos.
- Ele falou para o pai [da Eloá] que se ela não fosse dele não seria de ninguém [...] A intenção dele era matá-la, não tinha muito que negociar. Ele era irredutível.
Durante seu depoimento na segunda, Nayara afirmou que Lindemberg sempre teve intenção de matar Eloá. O depoimento começou por volta das 15h e terminou duas horas depois.
- Ele falou que iria matá-la e sair andando, se Eloá estivesse sozinha no apartamento.
Segundo Nayara, na época do crime, Lindemberg chegou a contar ao pai de Eloá de sua intenção de matar a adolescente então com 15 anos.
- Ele falou para o pai [da Eloá] que se ela não fosse dele não seria de ninguém [...] A intenção dele era matá-la, não tinha muito que negociar. Ele era irredutível.
Já o policial Atos Valeriano contou que Lindemberg atirou contra ele “para provar que não era bonzinho”.
De acordo com o PM, essa foi a resposta que obteve do réu quando o
questionou sobre o disparo. A partir de então, o policial passou a se
esconder atrás de uma parede durante toda a negociação no período do
cárcere em 2008. Solicitado por Lindemberg para que mostrasse o rosto, o
sargento foi alvo de um novo disparo. Valeriano lembrou que essa
segunda bala atingiu a parede cerca de 30 cm acima de sua cabeça e que,
na ocasião, pôde sentir areia caindo sobre seu cabelo.
Ainda de acordo com Valeriano, Lindemberg alterava dois estados de humor. Em alguns momentos, ele o ofendia e xingava. Em outras horas, conversava. Entretanto, segundo o policial, sua intenção quanto ao desfecho do sequestro foi sempre a mesma.
- Desde o primeiro momento, ele disse que iria matar os quatro reféns e se matar. Após as duas primeiras vítimas serem liberadas, dizia que iria matar as duas [restantes, Eloá e Nayara] e se matar.
Iago de Oliveira, colega de Eloá que também prestou depoimento na segunda, confirmou que o réu ameaçou de morte todos que estavam no apartamento em Santo André na tarde de 13 de outubro de 2008.
- Teve uma hora que ele disse que ninguém sairia vivo de lá. Ele apontava a arma para todos nós. Outra hora ele dizia que mataria Eloá e depois se mataria.
Após o término do primeiro dia de julgamento, Lindemberg foi levado ao CDP (Centro de Detenção Provisória) de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, onde passou a noite.
Ainda de acordo com Valeriano, Lindemberg alterava dois estados de humor. Em alguns momentos, ele o ofendia e xingava. Em outras horas, conversava. Entretanto, segundo o policial, sua intenção quanto ao desfecho do sequestro foi sempre a mesma.
- Desde o primeiro momento, ele disse que iria matar os quatro reféns e se matar. Após as duas primeiras vítimas serem liberadas, dizia que iria matar as duas [restantes, Eloá e Nayara] e se matar.
Iago de Oliveira, colega de Eloá que também prestou depoimento na segunda, confirmou que o réu ameaçou de morte todos que estavam no apartamento em Santo André na tarde de 13 de outubro de 2008.
- Teve uma hora que ele disse que ninguém sairia vivo de lá. Ele apontava a arma para todos nós. Outra hora ele dizia que mataria Eloá e depois se mataria.
Após o término do primeiro dia de julgamento, Lindemberg foi levado ao CDP (Centro de Detenção Provisória) de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, onde passou a noite.
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