" Sigo em frente, pra frente eu vou
sigo enfrentando as ondas onde muita gente naufragou ..."



terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Advogada de Lindemberg diz que juíza precisa voltar a estudar

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 A advogada de Lindemberg Alves, Ana Lúcia Assad disse nesta terça-feira (14) em meio ao depoimento da perita criminal Dairse Aparecida Pereira Lopes que a juíza Milena Dias "precisa voltar a estudar". A declaração foi feita logo após a defensora pedir para fazer mais uma pergunta à testemunha com base no "princípio real da verdade". A juíza então declarou que se princípio não existia e a advogada retrucou.

- Então você precisa voltar a estudar.
Na sequência, a promotora do caso, Daniela Hashimoto, manifestou-se e disse que entendia a resposta como um desacato e que Ana Lúcia poderia responder pelo seu ato. A juíza, no entanto, não deu prosseguimento ao assunto e permitiu que a defesa de Lindemberg voltasse a questionar a perita.
Ana Lúcia questionou Dairse sobre o pedido de correção do número da arma constante nos laudos da perícia e a ela respondeu que é normal esse tipo de correção, uma vez que quando os casos são registrados, muitas vezes são feitos de forma rápida e pode haver algum engano na hora de registrar o número do revólver. 
O depoimento durou cerca de 30 minutos. Na sequência, quem começou a prestar depoimento foi o perito Helio Rodrigues Ramaciotti.
Antes da perita, foram ouvidos dois jornalistas que cobriram o caso Rodrigo Hidalgo e Márcio Campos. Durante a fala deles, a advogada tentou culpar a imprensa pelo desfecho do caso, mas foi impedida pela juíza.
Audiência
Após a pausa para almoço, o julgamento foi retomado, por volta das 14h, no Fórum de Santo André, no ABC paulista.
A sessão foi interrompida pouco antes das 13h, após o final do depoimento do irmão mais novo de Eloá, Everton Douglas. Antes do depoimento do adolescente, houve confusão na sala de audiência. Ana Cristina Pimentel, mãe de Eloá, foi dispensada de depor. A dispensa foi solicitada pela própria advogada de defesa do réu, Ana Lucia Assad, que havia pedido o depoimento na segunda-feira (13).
Após o anúncio da dispensa, houve bate-boca entre acusação e defesa. A acusação teria ficado revoltada com a decisão de Ana Lucia e disse que não dispensaria a testemunha. A defensora de Lindemberg, então, teria ficado com raiva e chegou a afirmar que, caso a testemunha não fosse dispensada, ela deixaria o julgamento. Nesse momento, Ana Lucia foi vaiada pela plateia que assiste ao júri.
Depois do tumulto, a acusação decidiu aceitar a dispensa da mãe de Eloá. A advogada de Lindemberg solicitou então à juíza do caso, Milena Dias, que pedisse à plateia para ficar em silêncio durante todo o julgamento. Por volta das 11h50, o irmão mais novo de Eloá, Everton Douglas, começou a ser ouvido.
Assista ao vídeo:

Primeiro dia de júri
Na segunda-feira (13), quatro pessoas listadas pela acusação foram ouvidas, desde a adolescente Nayara Rodrigues, que passou grande parte do sequestro ao lado da amiga Eloá, até o sargento Atos Valeriano, que conduziu o início das negociações com Lindemberg. Além deles, prestaram depoimento dois jovens que também estavam no apartamento quando o réu invadiu o local armado.

Durante seu depoimento na segunda,
Nayara afirmou que Lindemberg sempre teve intenção de matar Eloá. O depoimento começou por volta das 15h e terminou duas horas depois.

- Ele falou que iria matá-la e sair andando, se Eloá estivesse sozinha no apartamento.


Segundo Nayara, na época do crime, Lindemberg chegou a contar ao pai de Eloá de sua
intenção de matar a adolescente então com 15 anos.

- Ele falou para o pai [da Eloá] que se ela não fosse dele não seria de ninguém [...] A intenção dele era matá-la, não tinha muito que negociar. Ele era irredutível.
Já o policial Atos Valeriano contou que Lindemberg atirou contra ele “para provar que não era bonzinho”. De acordo com o PM, essa foi a resposta que obteve do réu quando o questionou sobre o disparo. A partir de então, o policial passou a se esconder atrás de uma parede durante toda a negociação no período do cárcere em 2008. Solicitado por Lindemberg para que mostrasse o rosto, o sargento foi alvo de um novo disparo. Valeriano lembrou que essa segunda bala atingiu a parede cerca de 30 cm acima de sua cabeça e que, na ocasião, pôde sentir areia caindo sobre seu cabelo.

Ainda de acordo com Valeriano, Lindemberg alterava dois estados de humor. Em alguns momentos, ele o ofendia e xingava. Em outras horas, conversava. Entretanto, segundo o policial, sua intenção quanto ao desfecho do sequestro foi sempre a mesma.


- Desde o primeiro momento, ele disse que iria matar os quatro reféns e se matar. Após as duas primeiras vítimas serem liberadas, dizia que iria matar as duas [restantes, Eloá e Nayara] e se matar.


Iago de Oliveira, colega de Eloá que também prestou depoimento na segunda, confirmou que o réu ameaçou de morte todos que estavam no apartamento em Santo André na tarde de 13 de outubro de 2008.


- Teve uma hora que ele disse que ninguém sairia vivo de lá. Ele apontava a arma para todos nós. Outra hora ele dizia que mataria Eloá e depois se mataria.


Após o término do primeiro dia de julgamento, Lindemberg foi levado ao
CDP (Centro de Detenção Provisória) de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, onde passou a noite.

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