Por magno Martins
O
ministro da Energia britânico, o liberal democrata Chris Huhne,
anunciou sua renúncia em Londres, sexta-feira passada, pouco depois de a
procuradoria anunciar que ele seria acusado por ter supostamente
evitado uma multa por excesso de velocidade, declarações para as quais
se declarou inocente.
“Para
evitar qualquer distração em meus deveres oficiais ou em minha defesa
no julgamento, renuncio como ministro da Energia e Mudanças Climáticas”,
disse em uma breve declaração à imprensa diante de sua casa.
A
Inglaterra não é o Brasil, evidentemente. São culturas distintas, mas o
caso nos reporta diretamente ao secretário estadual de Transportes,
Isaltino Nascimento, flagrado numa blitz da operação Lei Seca com sinais
de embriaguez.
A
propósito do exemplo londrino, um auxiliar influente do governador
Eduardo Campos fez o seguinte comentário em contato com este blogueiro:
“O governador é muito solidário e por isso mesmo não demitiria um
secretário pelo azar de cair numa blitz, mas pela função que exerce no
Governo a iniciativa de se afastar deveria ter partido de Isaltino, até
para não constranger o chefe”.
Enquanto
na Inglaterra o ex-ministro Huhne já tem data marcada para comparecer
perante a justiça – 16 de fevereiro – em Pernambuco a multa que Isaltino
levou tende a ser anulada simplesmente porque o PM que lavrou o
flagrante não o assinou por esquecimento, segundo o major Cavalcanti,
coordenador-executivo da operação Lei seca.
Não fique frustrado ou surpreso com o triste paradoxo. Infelizmente, isso é o Brasil!
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