Eduardo, o grande vencedor

Por Cláudio Santos

A eleição deste ano tem um grande vitorioso: o governador Eduardo Campos (PSB). Elegeu  Geraldo Júlio em primeiro turno prefeito do Recife tomando do PT o controle de uma capital que mantinha há 12 anos.

Com a sua força e popularidade, frutos de uma gestão bem avaliada, Eduardo transformou o PT no Estado numa legenda nanica e impôs uma derrota histórica as suas duas principais lideranças, juntas, - Humberto e João Paulo.

Se o governador sai das urnas municipais como o grande vencedor, dando um passo importante para tentar viabilizar seu projeto nacional, que passa pela Presidência da República, esta eleição também tem grandes derrotados.

O ex-prefeito João Paulo é um deles. Além de não ter acrescentando absolutamente nada à candidatura de Humberto, não elegeu nenhum vereador do seu grupo.

Não foi reeleito Múcio Magalhães, a quem distinguiu como seu vereador, e também Josenildo Sinézio, seu segundo candidato proporcional.

Para quem tinha um projeto majoritário no Estado, é um tropeço e tanto.

Outro grande derrotado é o senador Jarbas Vasconcelos, a principal liderança do PMDB no Estado, que, surpreendentemente, mudou de lado, fazendo uma aliança com o governador que ninguém entendeu, mas, mesmo assim, não conseguiu eleger o filho vereador.

Embora não tenha chegado ao segundo turno, o candidato do PSDB, Daniel Coelho, sai da eleição como vitorioso também. Teve quase 28% dos votos e se Mendonça não tivesse murchado para 2%, quando se esperava 5%, o segundo turno teria ocorrido.

Mendonça, aliás, sai também como um dos maiores derrotados. Além de ter tido apenas 19 mil votos, sofreu uma acachapante derrota em Belo Jardim, reduto do pai, o ex-deputado José Mendonça Bezerra, que faleceu há dois anos.

Assim, passa a ter um cenário de dificuldades para renovar o seu mandato de deputado federal em 2014, o que pode levar também o cunhado Augusto Coutinho, também federal, a rever os planos e disputar um mandato de deputado estadual e não mais federal.

No Estado, outro grande vencedor é o prefeito de Petrolina, Júlio Lóssio, que se afirma como uma das novas lideranças no campo da oposição, podendo tomar de Jarbas o controle do PMDB.

Em Serra Talhada, o prefeito Carlos Evandro impôs uma derrota ao grupo do deputado Inocêncio Oliveira, elegendo o prefeito Luciano Duque, que fez, de última hora, a travessia do PR para o PT.

Carlos Evandro enfrentou em Serra Talhada, também, o poder do governador Eduardo Campos, que ali esteve num ato tentando eleger Sebastião Oliveira, seu candidato.

Em Caruaru, o esforço do governador valeu a pena, pois o prefeito José Queiroz, reeleito com uma margem de votos bem ampla, derrotou, mais uma vez, o grupo do deputado Tony Gel.

Em Olinda, por pouco, a candidata do PMDB, Isabel Urquiza, não provocou um segundo turno. Renildo foi eleito no primeiro turno por uma diferença muito apertada.

Ainda na Região Metropolitana do Recife, o prefeito de Jaboatão, Elias Gomes (PSDSB), foi reeleito, mas não conseguiu eleger o filho Betinho prefeito do Cabo, onde se afirma, mais uma vez, a liderança do prefeito Lula Cabral.

Em Gravatá, o trabalhista Bruno Martiniano impôs uma derrota ao ex-prefeito Joaquim Neto, do PSDB, pondo abaixo um coronel que reinou por muito tempo espalhando na campanha medo e terrorismo, tendo sido preso por suposta compra de votos na véspera da eleição e em seguida liberado após pagamento de fiança