Cortejado por partidos de centro direita, como o PSDB, e visto com desconfiança por partidos de esquerda, como o PT, a indefinição, ou mistério como preferem alguns, do governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, em firmar uma posição definitiva se irá concorrer ou não às próximas eleições presidenciais em 2014 começam a criar dúvidas de ambos os lados.
A última
traulitada veio de um dos mais respeitados pensadores da esquerda
nacional, o filósofo Emir Sader. Sader colocou, ontem, um post em sua
conta no Tweeter em que expressa sua preocupação com o futuro político
do pernambucano.
“Se o Eduardo quer o suicídio politico, é facil: basta se candidatar a presidente em 2014 contra a Dilma”, postou.
A leitura é
relativamente simples. Embora aspire o Palácio do Planalto, Eduardo
Campos e o PSB possuem pouca penetração fora do eixo Norte e Nordeste.
Independente do contrário, o PT foi o maior vitorioso nos rincões do
Brasil, muito embora tenha perdido terreno nas capitais.
Este ponto
associado ao fato do carisma de figuras como a presidente Dilma Rousseff
e do ex-presidente Lula, bem como a possibilidade cada vez mais real do
Partido dos Trabalhadores se aliar ao jovem PSD, de Gilberto Kassab, já
colocam um freio nas pretensões socialistas.
Além disso, o PMDB
– que é um dos maiores responsáveis pela vitória de Fernando Haddad em
São Paulo – também integra a base do Governo e está cada vez mais
alinhado ao Governo. Restaria portanto ao PSB e ao próprio Eduardo
compor uma aliança com o PSDB, uma alternativa que, pelo menos neste
momento, não interessa ser colocada na mesa por Eduardo Campos.
Cortejado pelo
tucanato e com algumas alianças que resultaram vitoriosas em muitas
capitais nestas eleições municipais, a “paquera” entre as legendas já
vem de algum tempo. O próprio senador mineiro e agora cada vez mais
presidenciável pelo PSDB, Aécio Neves, já elogiou Eduardo Campos e já
propôs em diversas ocasiões uma aliança entre as duas legendas.
Nesta direção, o
prefeito eleito de Manaus, o ex-senador Arthur Virgílio (PSDB), também
disse que o seu time dos sonhos para 2014 era composto por uma chapa com
Aécio Neves e Eduardo Campos, sem que o tucano tivesse que
necessariamente encabeçar uma chapa com esta composição.
Afora o risco de
criar um racha dentro do próprio PSDB, a possibilidade lançada por
Virgílio também é endossada por muitos outros tucanos de bico comprido.
O problema de
assumir uma posição desta natureza, porém, vai mais além. O PSB sempre
foi um aliado histórico do PT e o governador Eduardo Campos hoje
depende, e muito, dos repasses e convênios com o Governo Federal para
continuar administrando o Estado com os índices excepcionais de
aprovação que detém.
Além disso, uma
eventual candidatura socialista também está atrelada ao desempenho
econômico nacional frente a crise financeira internacional que cada vez
mais se aproxima do País. Se o Brasil passar por ela incólume ou sofrer
poucos danos, a tendência é que o partido apoie a reeleição da
presidente Dilma Rousseff em 2014.
Caso isso não
ocorra, a possibilidade de Eduardo sair candidato é uma possibilidade
real, uma vez que poderia colocar-se como uma alternativa ao modelo
vigente.
A despeito disso
ele teria que enfrentar a máquina petista e de seus aliados, o que com a
pouca penetração no Sul, Sudeste e Centro-Oeste por parte do PSB
poderia resultar numa tarefa que dispenderia um esforço hercúleo e de
resultados pouco previsíveis até agora.
Nenhum comentário:
Postar um comentário