Por Cláudio Santos
Por maioria de votos, o STF condenou José
Dirceu (6 a 2) e José Genoino (7 a 1) por corrupção ativa. Por
unanimidade, o Supremo também condenou Delúbio Soares pelo mesmo mesmo
crime. Por uma dessas coincidências que só o acaso sabe prover, a
natureza desenhou nesta terça (9) um arco-íris sobre a cabeça da estátua
da Justiça, assentada defronte do prédio do Supremo.
Faltam dois votos, os dos ministros Celso de Mello e Ayres Britto. Serão
proferidos nesta quarta (10). Não terão o condão de modificar o
resultado. Mas devem tornar a sentença mais aziaga. Considerando-se os
apartes que fizeram na semana passada, ambos devem votar pela condenação
de Dirceu, Genoino e Delúbio.
Afora a ex-cúpula do PT, foram condenados também Marcos Valério, os
sócios Ramon Hollerbach e Cristiano Paz, além de Simone Vasconcelos,
ex-diretora da agência SMP&B.
Votaram na sessão desta terça quatro ministros: Dias Toffoli, Cármen
Lúcia, Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello. Excetuando-se Toffoli, que
inocentou Dirceu por “falta de provas”, todos os demais condenaram o
ex-chefe da Casa Civil de Lula.
Quanto a Dirceu, Genoino, Valério e Cia. não houve divergências entre os
quatro. Na semana passada, o revisor Ricardo Lewandowski havia
absolvido Dirceu e Genoino. Toffoli acompanhou-o quanto a Dirceu. Mas
nem ele encontrou nos autos elementos para livrar Genoino.
Além de Lewandowski, há tinham proferido seus votos na semana passada o
relator Joaquim Barbosa, Rosa Weber e Luiz Fux. O revisor foi a única
voz destoante. Ainda assim, apenas em relação a Dirceu e Genoino. Também
ele condenou Delúbio e os acusados do grupo de Valério. Na sua vez de
votar, Marco Aurélio tachou Delúbio de “bode expiatório”. Dos dez réus
julgados nesse capítulo, apenas três foram absolvidos: Geiza Dias (7 a
1), ex-funcionária da SMP&B; Rogério Tolentino, advogado de Valério
(8 a zero); e Anderson Adauto, ex-ministro dos Transportes de Lula
(também 8 a zero).
Portal UOL
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