Pastor fundou igreja após se desentender com a
Assembleia de Deus. (Foto: Kety Marinho/TV Globo)
Assembleia de Deus. (Foto: Kety Marinho/TV Globo)
Por Cláudio Santos
Um pastor evangélico de 30 anos e sua esposa, de 26, são suspeitos de
abusar sexualmente de seis menores com idades entre 12 e 17 anos, no
bairro de Várzea Fria, na cidade de São Lourenço da Mata, Região Metropolitana do Recife.
As denúncias foram realizadas pelos pais das crianças no mês de
novembro, na Gerência de Polícia da Criança e do Adolescente (GPCA), no
Recife. De acordo com o delegado da GPCA responsável pelo caso, Geraldo
Costa, o pastor cometia crimes de estupro de janeiro de 2012 a junho,
mas um dos jovens, hoje com 16 anos, afirma ter sofrido abuso quando
tinha 10.
O suspeito confessa um dos crimes, um ato sexual com uma adolescente de
13 anos, mas afirma ter sido consensual. "O fato de ter sido com o
consentimento dela, ou não, não exclui o fato de que é um crime por ser
com uma menor de idade", explica Geraldo Costa. Ainda segundo o
delegado, o pastor era muito respeitado na comunidade. "As crianças eram
ameaçadas por ele, que dizia que ninguém ia acreditar nelas porque ele
era pastor", diz o delegado. Além disso, o casal também oferecia
presentes para que elas mantivessem segredo dos abusos.
Os boatos sobre o crime começaram porque uma das crianças abusadas
contou aos pais, até que um total seis denúncias chegaram à delegacia
durante as investigações. De acordo com a polícia, as seis crianças eram
quatro meninas e dois meninos.
O suspeito é pastor da Assembleia de Deus Ministério e Missões, igreja
fundada por ele mesmo na cidade há cerca de dois anos. Ainda de acordo
com Geraldo Costa, o pastor teve um desentendimento na Assembleia de
Deus e fundou a própria congregação. Todas as famílias das crianças eram
fiéis frequentadores da igreja do pastor.
De acordo com a GPCA, a mulher do pastor era cúmplice do crime porque
segurava e amarrava as crianças enquanto o marido praticava o ato sexual
e também praticava ela mesma abuso sexual com as crianças do sexo
masculino. O pastor e a esposa já prestaram depoimento e serão
indiciados por estupro com violência e estupro de vulnerável, podendo
pegar mais de 30 anos de prisão cada um. O inquérito foi instaurado na
GPCA do Menor Vítima e encaminhado à Justiça nesta quinta (3), para
procedimentos cabíveis.
G1
Os suspeitos aguardam decisão da Justiça em liberdade. "A prisão deles
não foi solicitada durante o inquérito porque, com a chegada dos laudos,
eles colaboraram com as investigações e não estavam apresentando ameaça
às vítimas", explica Geraldo Costa.
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