Por Cláudio Santos
O relator da Lei Geral da Copa, deputado Vicente Cândido (PT-SP), afirmou nesta quinta-feira (15) que será mantido o texto aprovado no mês passado na comissão especial da Câmara, que prevê a liberação de bebidas alcoólicas nos jogos do mundial de futebol. A votação da proposta no plenário da Casa está prevista para ocorrer na próxima semana.
“Voltamos tudo ao que era antes. Fica mantido o texto aprovado na Comissão Especial”.
O deputado se reuniu na noite desta quarta (14) com o líder do governo
na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), os ministros do Esporte, Aldo
Rebelo, e da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.
No fim da tarde desta quarta, após reunião de líderes, deputados governistas
disseram que o Brasil não se comprometeu com a Federação Internacional
de Futebol (Fifa) a permitir a venda de álcool nos estádios durante a
Copa do Mundo. Portanto, anunciaram que a liberação de bebida, principal
ponto de divergência entre os deputados, seria retirada do texto.
Horas depois - após reunião entre os ministros e relator do texto -, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, divulgou uma nota
em que desmentiu a versão dos parlamentares sobre o compromisso com a
Fifa e dusse que negociaria para manter a previsão de comercialização de
bebidas nos jogos do Mundial.
No texto que será votado na próxima semana conforme o acordo com o
governo, informou o relator, será mantida a liberação expressa do álcool
nos jogos. O texto diz que "a venda e o consumo de bebidas, em especial
as alcoólicas, nos locais de oficiais de competição, são admitidos
desde que o produto esteja acondicionado em copos de plástico, vedado o
uso de qualquer outro tipo de embalagem".
Na quarta, após o anúncio dos líderes, o relator havia manifestado
contrariedade com a atitude do governo de voltar atrás na decisão de
liberar bebidas e disse que colocaria o texto original, que deixava a
cargo dos estados a decisão sobre venda de bebida em estádio.
'Equívoco'
O relator Vicente Cândido afirmou que o Planalto “se equivocou” ao dizer na quarta que o Brasil não assumiu compromisso com a Fifa de garantir a comercialização de álcool na Copa do Mundo.
O relator Vicente Cândido afirmou que o Planalto “se equivocou” ao dizer na quarta que o Brasil não assumiu compromisso com a Fifa de garantir a comercialização de álcool na Copa do Mundo.
Após reunião de líderes na tarde de quarta, com a participação de
assessores da Casa Civil e da ministra de Relações Institucionais, Ideli
Salvatti, deputados governistas disseram que não havia esse compromisso
por parte do governo quando se candidatou a sediar o torneio.
Eles usaram o argumento para retirar o assunto do projeto e criar
consenso para a votação da Lei da Copa, adiada para a semana que vem. As
bebidas são o principal foco de divergência entre os deputados.
Ao perceber o “equívoco”, o Planalto convocou uma reunião que resultou
na divulgação pelo ministro do Esporte de uma nota no qual desmente a
versão dos deputados e diz que manterá as negociações para manter a
venda de bebidas na versão final da Lei da Copa.
“Acho que o Palácio, menos o ministro Aldo, se equivocou com relação ao
acordo. Houve um erro da assessoria jurídica do Palácio que levou as
ministras [Gleisi Hoffmann, da Casa Civil, e Ideli Salvati, da
Secretaria de Relações Institucionais] a erro”, explicou Vicente
Cândido.
De acordo com o deputado, o compromisso 8 do Brasil com a Fifa diz que o
governo brasileiro se compromete a "assegurar que não exista nenhuma
restrição legal ou proibição à venda, propaganda e distribuição dos
produtos dos Parceiros Comerciais [da Fifa], incluindo comidas e
bebidas, nos estádios ou locais de eventos durante as competições".
Para o relator, apesar da oposição de parte dos deputados à liberação
de bebidas, o governo deve conseguir maioria para aprovar o texto votado
na comissão especial. “Vota na semana que vem e vota o texto aprovado
na comissão especial. Agora é só reposicionar a base e tomar mais café.
Acho que o Congresso sempre se posicionou muito firme quando se trata de
acordo internacional, então estou convencido de que fará vale a norma.”
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