Por Cláudio Santos
“Avenida Brasil” chega ao capítulo de número 100
cercada de mistérios. O autor João Emanuel Carneiro, mais uma vez, abusa
do suspense para segurar o telespectador em frente à telinha.
No
capítulo desta quinta-feira (19), Carminha (Adriana Esteves) finalmente
vai descobrir que Nina (Débora Falabella) é sua ex-enteada.
No
entanto, a grande questão do folhetim continuará sem resposta. Qual é a
verdadeira ligação entre Carminha (Adriana Esteves) e Mãe Lucinda (Vera
Holtz)? Será que a velhinha do lixão é um lobo em pele de cordeiro e a
esposa de Tufão (Murilo Benício) uma grande vítima?
Até agora não
sabemos nada mais do que nos foi dito no primeiro capítulo. Na primeira
fase, a menina Mel Maia conquistou o país na pela da órfã Rita e fez
todo mundo odiar sua madrasta Carminha (Adriana Esteves).
Na
segunda fase, o talento de Adriana fez o público se render a sua megera.
Mesmo sabendo que devemos odiar Carminha, a gente sente pena, ri e se
pega torcendo pela vilã em determinados momentos.
Já Débora
Falabella sofre com sua falta de carisma para defender a vingança cega
de Rita. Ainda assim, todos nós estamos do seu lado por tudo que Rita
passou no começo. Bendito seja o flashback!
Bem dirigida, com
diálogos incríveis e elenco enxuto, todo mundo brilhou em um determinado
momento até aqui. Dizer que Adriana é o grande nome da novela é chover
no molhado.
Marcello Novaes ganhou a oportunidade de mostrar uma
outra vertente de seu trabalho como ator. Juliano Cazarré, novamente,
roubou a cena com um personagem coadjuvante. E o carisma de Isis
Valverde fez a periguete mau-caráter Suelen cair no gosto das crianças
e, aos poucos, começa a se transformar em uma mocinha.
Mas nem só
de acertos vive a novela das 21h da Globo. O núcleo de Cadinho
(Alexandre Borges) é cansativo, apesar de engraçado. Isso para não
comentar o fato de ele manter duas famílias em segredo em plena Zona Sul
do Rio de Janeiro.
Já a fixação de Leleco (Marcos Caruso) em saber se Tessália (Débora Nascimento) o trai parou de render há muito tempo.
Carneiro
se repete ao fazer um personagem gay se casar com uma periguete para
esconder sua opção sexual. A história de Roni (Daniel Rocha) cada dia
mais se aproxima do drama de Orlandinho em “A Favorita”, outro grande
sucesso do escritor.
Tais deslizes não tiram o mérito da produção.
Com a audiência em ascensão, o autor ainda tem muitas cartas na manga
para manter a história eletrizante até outubro, quando deve ser exibido
seu último capítulo.
Ainda é cedo para dizer que “Avenida Brasil” é
a melhor novela da última década ou se ela vai entrar no rol das
melhores de todos os tempos.
Mas uma coisa é certa: João Emanuel
Carneiro é o melhor autor da nova geração. E suas tramas andam colocando
produções recentes de seus companheiros, com mais tempo de casa e
estrada, no chinelo.
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